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🎬|Milena

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🎬|Milena

O Centro de Treinamento do Flamengo era impressionante. Tudo parecia brilhar, desde o gramado até as paredes de vidro. Não era a primeira vez que eu estava ali, mas hoje era diferente. Meu chefe queria uma matéria exclusiva sobre João Gomes, um dos meio-campistas mais promissores do Brasil. E eu precisava impressionar.

Eu entrei na sala com meu gravador já ligado. Ele estava lá, sentado em uma cadeira de plástico com o uniforme de treino, os ombros largos e o olhar… distante.

— João, obrigada por me receber. Prometo que não vou tomar muito do seu tempo — comecei, tentando soar simpática.

Ele ergueu os olhos e deu um aceno rápido.

— Sem problema. É parte do trabalho, né? — respondeu, como se estivesse falando com um robô.

Era isso? Eu teria que arrancar algo interessante dele com uma pá? Fiz as perguntas de praxe: "Como começou no futebol?", "O que espera da temporada?", "Como é a relação com os colegas?". Ele respondeu todas, mas sempre no automático.

Até que me arrisquei:

— O que te motiva a continuar? Quero dizer, além do amor pelo esporte.

Ele hesitou. Pela primeira vez, pareceu realmente pensar antes de falar.

— Minha família — respondeu, depois de um longo silêncio. — Quero dar a eles uma vida melhor.

Havia algo naquele tom. Ele parecia sincero, mas também… cauteloso? Decidi não pressionar. Respeitei o espaço dele. Mas, no fundo, senti que havia algo maior ali.

Quando terminei a entrevista, ele me deu um sorriso rápido, quase imperceptível, e eu saí pensando: "João Gomes, você é um quebra-cabeça que eu vou decifrar."

⚽️|João

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⚽️|João

Eu nunca gostei de dar entrevistas. A imprensa sempre me pareceu um bando de abutres, esperando um deslize para transformar sua vida em manchete. Quando disseram que a jornalista era a Milena Almeida, confesso que fiquei curioso. Ela tem fama de ser justa, mas não menos incisiva.

Quando ela entrou na sala, parecia à vontade, como se pertencesse ali. O cabelo preso de um jeito casual e o sorriso no rosto não escondiam o olhar atento, avaliando cada detalhe.

— João, obrigada por me receber. Prometo que não vou tomar muito do seu tempo — disse, com a voz firme.

Eu só balancei a cabeça. Era só mais uma entrevista, pensei.

Ela começou com perguntas que eu já sabia responder de olhos fechados. Repeti as mesmas frases que dei em outras entrevistas: "O time está focado", "Queremos dar o melhor para a torcida". Só que, no meio do papo, ela mudou o rumo.

— O que te motiva a continuar? Quero dizer, além do amor pelo esporte.

Por um segundo, fiquei sem saber o que dizer. Ninguém nunca me perguntou isso. A resposta saiu sem pensar:

— Minha família. Quero dar a eles uma vida melhor.

Assim que falei, senti como se tivesse entregado algo valioso demais. Ela não pressionou, o que foi um alívio. Talvez ela não fosse como os outros.

Quando a entrevista acabou, vi que ela tinha um jeito diferente. Não parecia estar ali só por uma boa manchete. Isso me deixou inquieto. Mas, por enquanto, decidi ficar na defensiva. A última coisa que eu precisava era confiar na pessoa errada.

 A última coisa que eu precisava era confiar na pessoa errada

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