Capitulo 1

59 11 2
                                    

               •AGATHA HARKNESS•
...

Acordei assustada, pensando que tinha me atrasado. Olhei para o relógio: ainda eram cinco horas da manhã. Hoje será meu primeiro dia de trabalho como Diretora de Contas na PEVOR. Confesso que batalhei muito para conseguir essa vaga. Levanto-me, já desperta, e vou tomar banho. Em seguida, visto uma roupa e desço para a cozinha. Ainda está meio escuro lá fora, mas, quando acordo em qualquer horário da manhã, não consigo voltar a dormir.

Preparo um café forte e sem açúcar. Preciso de cafeína para enfrentar o dia que está por vir. Hoje terei minha primeira reunião com a dona da empresa. É curioso: ninguém sabe quem ela é. Confesso que estou intrigada e, acima de tudo, curiosa para descobrir.

Sentada na poltrona da sala, com minha xícara de café em mãos, pego o celular e digito o nome da PEVOR no Google. Procuro informações sobre quem é minha chefe há três anos. Antes dela, a empresa era liderada por um homem já idoso, mas ele faleceu e deixou a empresa de herança para ela. Pesquiso e pesquiso, mas não encontro nenhuma imagem ou informação que revele quem é essa mulher.

"Por que todo esse mistério?" penso, intrigada.

Quando o relógio marca 6:10, levanto-me e vou até o quarto do meu filho mais velho. Chamo-o para se arrumar, pois hoje é seu primeiro dia de aula. Sempre fui pontual, e acordá-lo mais cedo me ajuda a manter tudo sob controle. Já minha caçula, Nycole, só começará as aulas na próxima semana. Ela está nervosa, mais apegada a mim. Vai iniciar o 1º ano do ensino fundamental, e eu não poderia estar mais orgulhosa da minha pequena.

Depois de me arrumar, optando por um terninho preto com uma blusa branca por baixo, espero meu filho. Assim que ele termina, Alice, minha amiga, chega para ficar com Nycole.

— Ah, que bom que chegou, Alice. Obrigada por aceitar cuidar da Nyn.

Alice sorri e segura minha mão.

— Eu que agradeço por confiar em mim. Você sabe que amo as crianças.

Retribuo o sorriso, mas Vicente, meu filho, interrompe com um grito vindo da escada:

— Eu não sou criança!!

Nós duas rimos da indignação dele.

— Bom, tenho que ir. Vamos logo, filho! — apresso-o.

Vicente desce as escadas correndo, com a mochila pendurada em um dos ombros e o celular novo na mão. Dou um abraço rápido em Alice, pego minha bolsa e minha chave e saio correndo com ele para começar o dia.

Paro em frente à escola de Vicente.

— Tenha uma boa aula, filho. Qualquer coisa, me liga.

Ele sorri e responde:
— Está bem. Até mais tarde, mãe.

— Até! — Ele sai, mas de repente me lembro de algo e grito da janela do carro: — Filho, a bombinha de asma!

— Mãe! Eu não tenho asma há quase um ano!

Concordo com a cabeça.
— Eu sei, mas nunca se sabe. Pode ter uma crise!

— Relaxa, mãe! — Ele se afasta sem me deixar dizer mais nada.

Balanço a cabeça, resignada, e dou partida no carro. Estou a caminho da PEVOR. Já são 7h08 quando olho no relógio de pulso. Acelero, pois o trânsito pode atrapalhar, e preciso chegar à empresa às 7h30.

Chego por volta das 7h25, estaciono o carro e corro para o elevador do estacionamento. No meu relógio, marcam 7h30 em ponto quando o elevador abre no último andar.

Sorte ou Azar?Onde histórias criam vida. Descubra agora