• Narradora•
...Anos antes do acidente
FlashbackAgatha estava na eterna batalha para colocar Vicente, seu filho de quatro anos, para dormir. O menino tinha uma energia inesgotável e uma criatividade que transformava cada hora de dormir em um verdadeiro campo de negociações.
— Mas, mamãe... aquele brinquedo é tão legal. Eu sempre quis um! — implorava Vicente, os olhos brilhando de expectativa.
— Vicente, não! Você está de castigo e não vai ganhar presente. Fim de conversa. — Agatha cruzou os braços, tentando soar firme, mas era difícil resistir àquela carinha.
— A mamãe Rio é mais legal. Se eu pedir para ela, ela me dá!
Agatha suspirou profundamente. Sabia que sua esposa, Rio, tinha o hábito de "passar a mão na cabeça" do menino. Ela não concordava com essa atitude, mas era inegável o quanto amava ver a doçura com que Rio cuidava de Vicente. Ao mesmo tempo, preocupava-se em como isso poderia impactar no futuro dos gêmeos que estavam a caminho.
— Você e sua mãe são cúmplices, nasceram só para me dar trabalho! — disse, apertando a ponte do nariz com os dedos, tentando disfarçar um sorriso.
— Nossa, eu dou carinho também, viu? — interrompeu Rio, entrando no quarto do filho. Com um movimento leve, deitou-se atrás de Agatha na cama. — Amor, essa posição não é nada confortável para quem está grávida de gêmeos. Deite de barriga para cima, vai.
Agatha, obediente, se ajeitou com um pouco de dificuldade. Sua barriga já estava enorme, e o peso começava a afetar sua rotina. Decidir que Agatha seria a gestante dessa vez tinha sido uma escolha em conjunto, mas ela ainda se preocupava se daria conta de gerar duas vidas ao mesmo tempo. Felizmente, a inseminação tinha sido um sucesso, e agora elas aguardavam ansiosas pelos bebês.
— Pois é, mamãe... dois bebês! — disse Vicente com os olhinhos arregalados de fascinação.
— Meu Deus, parir duas crianças não vai ser fácil. Será que vou conseguir suportar isso, Vicente? — brincou Agatha, suspirando enquanto acariciava a própria barriga. — Às vezes, eu até esqueço que você só tem quatro anos. — Ela riu, acompanhada de Rio.
As duas começaram a cantar uma música suave, transformando a história do dia em versos improvisados. Logo, Vicente estava adormecido, a respiração dele lenta e tranquila.
— Vamos dormir, m'lady? — Rio perguntou com um sorriso cúmplice.
— Vamos, meu amor. — Agatha aceitou a mão da esposa para se levantar com esforço.
Elas caminharam até o quarto e começaram a se preparar para dormir.
— Meu bem, faz uma massagem no meu pezinho? — pediu Agatha, sentando-se na ponta da cama e observando Rio trancar a porta.
— Claro, vida. — Rio se ajoelhou entre as pernas de Agatha, tirando suas pantufas com cuidado. Depois, colocou os pés da esposa sobre um banquinho. — Espere aqui, vou pegar um creme para passar.
Rio se levantou e foi até a penteadeira, mas o toque do celular a interrompeu. Era sua mãe.
— Amor... posso fazer daqui a pouco? Mamãe está me ligando.
Agatha revirou os olhos. Não suportava a sogra, que nunca aceitou o relacionamento delas.
— Está bem... — respondeu, com uma ironia clara no tom. — Diga a ela que eu estou ótima, viu?
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Sorte ou Azar?
FanfictionViver um amor que não condiz com a realidade, é prazeroso? Nessa história, Agatha harkness , uma mulher bem sucedida, dona de casa, mãe de 2 crianças, funcionária de uma das maiores empresas de todo o país. Rio Vidal uma mulher exemplar, dona de u...