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Juliet Swan

Eu vou matar a Morgana.

Como se já não houvesse coisas o bastante na minha cabeça, agora eu só pensava naquela conversa. Eu tinha uma mente muito, muito fraca para ela ter entrado tão fácil assim.

Eu não estava apaixonada por Embry Call.

De jeito nenhum, sem chance. Ele era meu amigo, um dos meus amigos mais antigos. Eu não podia confundir as coisas desse jeito. Isso era um completo absurdo, eu sempre soube separar as coisas tão bem, e por uma simples conversa tudo foi por água abaixo? Sem chance. Mas a cada defesa que eu dava, minha mente traiçoeira me mostrava uma memória diferente. Em todas elas estávamos juntos, e eu sempre estava no ápice de minha felicidade. Esse era o efeito dele sobre mim, um sol que iluminava todo o caos da minha mente. Ele era bom demais para mim.

Mas isso não significa nada. Não é?

Embry era meu amigo, e só isso.

Um amigo de quem eu tinha ciúmes, e que eu havia ficado irritada por nunca ter me dito nada sobre essa Sharon. Esse era mesmo o problema? Eu nem sei mais. Foi só um baile idiota mesmo. Eu fui com o Quil, e não sou apaixonada por ele. Minha cabeça girava com uma pergunta simples, mas mesmo sendo tão inofensiva ainda parecia extremamente apavorante para mim.

Seria tão ruim estar apaixonada por Embry Call? O que poderia acontecer de tão ruim para isso ser um problema tão grande para mim? Ele era perfeito. Acho que esse é o problema. Ele era perfeito demais para mim.

Eu que agora tinha tantos problemas cercando minha mente, não podia ter mais um. Arrastar ele para toda essa confusão. Eu não posso fazer isso. E além do mais, para ele, somos amigos. Ele gosta de mim como amiga. Na verdade, talvez eu seja só a amiga do Jake que às vezes aparece por lá. Esse pensamento me machuca mais do que deveria.

Testando ainda mais essa dor, tento imaginar ele e Sharon dançando no baile. Sharon – sendo a própria perfeição como Quil a descreveu – com os braços dele em sua cintura. Uma dança lenta, um momento perfeito. Perfeitos. A pá agora parecia uma britadeira contra minhas costelas. Não pode ser. Isso não podia estar acontecendo agora.

Irritada e agindo como uma criança mimada, sufoco um grito com meu travesseiro.

Eu estava apaixonada por Embry Call.

— Não, não, não, não... — repito, como se adiantasse de algo.

O que eu devia fazer agora? Como deveria agir de agora em diante? Não tenho uma boa experiência com isso, não tinha um norte para me guiar. Bem, eu tinha Bella, talvez ela me ajudasse. Eu estava perdida.

"Perdida por ele." diz meu lado romântico, que agora eu odiava profundamente. Do que isso adiantava? Se agora mesmo ele podia estar tendo essa mesma revelação divina pela Sharon. Aí, como eu odiava ela agora. Não, eu não podia culpar ela por isso. Eu nem conhecia ela. Viu só? Essa coisa de amor é um perigo, fode com nossa mente. Como se a minha já não fosse fodida o suficiente.

Angustiada começo a listar os meus pequenos problemas. O sonho com a bailarina, que ainda girava em minha memória, o sonho com o lobo, as vozes me cercando na cozinha dos Clearwater, o sonho que dizia que Bella estava em perigo, o sonho que dizia que eu estava em perigo, a "premonição" do acidente de Bella. E agora eu podia listar Embry ali. Era só o que me faltava.

Sozinha no meu quarto, sinto meu coração acelerar cada vez mais. Parte de mim culpa a recém descoberta, mas havia algo a mais ali. Sempre havia. Em silêncio, ouço a TV ligada em algum jogo de basquete que meu pai assistia. Me levanto para me juntar a ele, irritada com meu subconsciente passando minha memórias como um filme caseiro mal produzido quando ouço a porta da frente se abrir abruptamente e um grito choroso.

𝐓𝐇𝐄 𝐀𝐋𝐁𝐀𝐓𝐑𝐎𝐒𝐒,  embry callOnde histórias criam vida. Descubra agora