Juliet SwanOutubro.
O mês em que tudo começou. A primeira semana foi recheado de gritos e surtos. Bella não comia direito, não dormia, entrou em um estado zumbi agressivo. Não sabíamos o que fazer, como que a acalmar. Renée e Phil vieram nos ver, e em um erro terrível sugeriram que ela ficasse um tempo com eles na Flórida. Havia funcionado comigo afinal, então um tempo longe do local com todas as lembranças dele a fariam bem, certo? Bella não pensou assim. Com gritos, urros e portas fechando violentamente foi decidido dar apenas tempo ao tempo.
Mas então essa semana passou, e com ela, os últimos resquícios de Bella.
Novembro.
Pior do que o estado zumbi agressivo, era a indiferença. Bella estava agindo perfeitamente. Comia, ia para a escola, depois ao trabalho, fazia muito além de apenas suas tarefas. Perfeitamente robótica. Não havia emoção em sua voz, expressão em seu rosto. Apenas dez palavras foram ditas por ela durante quase dois meses, e o resto ela apenas nos ignorava, e ia para seu quarto. Eu senti falta dos gritos, pelo menos sabíamos exatamente o que ela sentia.
Era a sina dos Swan. A explicação que eu precisava. O amor em excesso podia ser divino se correspondido, e excruciante se abandonado. Bella experimentando as duas opções em primeira mão, mas não era a única a ser afetada.
Eu via meu pai pelos cantos da casa, seguindo Bella com os olhos, sempre no mesmo cômodo caso necessário. Em especial quando estava na cozinha, ele nunca a deixava sozinha com as coisas afiadas. Eu sabia o que ele temia, mas também sabia que essa sua preocupação era desnecessária. Não havia desejo de morte em Bella, eu sentiria se houvesse.
Não era a morte que ela buscava, era um propósito.
Dezembro.
Não havia felicidade no meu mês favorito.
Meses e meses perdidos por ela. Afundados em dor, perdidos na névoa letárgica.
Eu também forçava minha companhia a ela. Sendo dormindo com ela ou apenas sentada em silêncio em sua cama enquanto ela perdia seu olhar pela janela. Jogar conversa fora com Bella era impossível, então apenas ficava ali, em completo silêncio por dias.
Impotência poderia ser uma boa descrição para mim agora.
Eu via minha irmã definhando mais e mais a cada segundo. Assistia ela se perdendo na névoa e nunca conseguia a salvar. A névoa estava em sua mente, e não havia nada a ser feito.
— Bells? — tento inutilmente. — Bells, me escuta por favor.
Ela não se move, e sei que ela desligou.
Isso acontece com uma frequência assustadora. Depois de ter feito todas as suas atividades forçadas a si mesma, ela apaga. Expulsa todos ao seu redor de sua mente.
— Bella você tem que acordar. Vamos a Port Angeles, a praia, fazer qualquer coisa. Vamos.
Tento segurar sua mão, mas ela se afasta sem me olhar. Eu já esperava aquela ação, mas ela ainda dói.
— Tudo bem. — eu me afasto, indo para a porta.
Ela volta a abraçar as pernas, ainda olhando para fora esperando por ele.
Lágrimas escapam assim que a porta se fecha atrás de mim. Todas as minhas ações eram inúteis, nada afastaria Isabella de sua névoa, por que ela precisava daquela letargia para não sentir a dor. Mas isso não tornava as coisas melhores.
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𝐓𝐇𝐄 𝐀𝐋𝐁𝐀𝐓𝐑𝐎𝐒𝐒, embry call
FanficO ALBATROZ | Em algum ponto da história da humanidade, várias civilizações concordam na existência de almas gêmeas. Sejam elas ligadas por um fio invisível ou um mesmo corpo separado em duas partes condenadas a vagar pelo mundo até se juntarem no...