Capítulo XVIII: Fragmentos de Cura.
O sol estava começando a se pôr sobre a costa da Carolina do Norte, tingindo o céu com tons de laranja e dourado. Jungkook estava sentado no deque do chalé, uma caneca de café quase vazia em uma das mãos e um caderno de esboços no colo. Ele tentava desenhar algo, qualquer coisa, para aliviar o peso da saudade que Hazel trazia à sua mente.
Mas naquele dia, o ar parecia diferente. Mais pesado, mais denso. Ele sentiu o arrepio antes mesmo de ouvir a voz familiar.
— Precisamos conversar.
Jungkook ergueu o olhar devagar, encontrando a figura espectral de Billy Loomis encostada em uma das vigas do chalé. O avô sempre surgia de forma quase imperceptível, mas dessa vez havia algo em sua postura, algo no tom da voz, que fez o coração de Jungkook acelerar.
— Sobre o quê? — ele perguntou, franzindo o cenho.
Billy deu alguns passos à frente, as mãos cruzadas atrás das costas. Seus olhos escuros, idênticos aos do neto, estavam fixos nele com uma intensidade quase palpável.
— Hazel.
O nome dela pairou no ar como uma bomba prestes a explodir. Jungkook largou o caderno de esboços e se sentou mais ereto, um nó se formando em seu estômago.
— O que tem ela? Ela está bem?
Billy hesitou por um momento, algo raro para ele. Quando finalmente falou, sua voz estava mais fria do que de costume, como uma lâmina cortante.
— Ela o traiu.
As palavras atingiram Jungkook como um soco no peito. Ele piscou, como se tentasse processar o que acabara de ouvir.
— O quê? — Sua voz saiu em um sussurro, incrédulo.
Billy deu um passo à frente, inclinando-se ligeiramente, como se quisesse que cada palavra fosse absorvida completamente.
— Hazel. Sua preciosa Hazel. Ela encontrou consolo nos braços de outro homem. Vladmir, o irmão da vadiazinha.
Jungkook sentiu o chão abaixo dele balançar. Seu corpo ficou tenso, os dedos apertando as laterais da cadeira de madeira.
— Como você sabe disso? — Sua voz era um misto de raiva e incredulidade.
— Porque eu vi. — Billy respondeu sem rodeios, a frieza em seu tom deixando claro que não havia espaço para dúvidas. — Ela se perdeu, Jungkook. Nos momentos em que você deveria ser o porto seguro dela, ela procurou outro.
O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Jungkook abaixou a cabeça, as mãos tremendo levemente. Ele sentia o peso das palavras de Billy, mas sua mente se recusava a aceitá-las.
— Você está mentindo. — Ele finalmente falou, mas sua voz não tinha a força necessária para tornar a acusação verdadeira.
Billy soltou um suspiro, quase parecendo exasperado.
— Eu não tenho motivos para mentir sobre isso. Você sabe que eu não sou do tipo que esconde as coisas de você, por mais dolorosas que sejam, eu não sou como a sua mãe.
A cabeça de Jungkook latejava, como se estivesse tentando lutar contra a verdade que seu coração já começava a aceitar. Ele se levantou abruptamente, caminhando até a borda do deque, olhando para o mar em busca de alguma resposta, algum sinal de que aquilo era apenas um pesadelo.
— E você? O que fez? — Ele perguntou finalmente, sua voz carregada de amargura. — Apenas ficou observando?
Billy se aproximou lentamente, parando a poucos passos de distância.
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Bem-Vindo a Woodsboro | Jeon Jungkook
FanfictionBem-Vindo a Woodsboro, a cidade onde psicopatas são feitos. Por muitas gerações, ficou escondido o gene psicopata da família Loomis, até o massacre de 1996, iniciado por Billy Loomis e Stu Macher. Jeon Jungkook, um jovem de vinte e poucos anos, pare...