Capítulo XVI: Um deslumbre do que já foi.
A brisa do mar infiltrava os sentidos de Jungkook, naquela manhã quente e ensolarada na costa da Carolina do Norte. O Loomis mais jovem acorda meio desnorteado com uma névoa densa de sono, impedindo o mesmo a pensar direito, Jungkook boceja abrindo a janela, se permitindo escutar o som das ondas quebrando e a brisa marítima com o cheiro salgado do mar, entrar em seu pequeno chalé.
Jungkook sentiu o frescor suave da brisa do mar encher o chalé, despertando-o de forma lenta, mas revigorante. As ondas quebrando ao longe, acompanhadas do perfume do oceano, pareciam acalmar a névoa de sono que o envolvia. Ele permaneceu por um momento de olhos fechados, respirando profundamente, como se absorvesse cada partícula daquele ar salgado e quente, permitindo que as lembranças da noite anterior desvanecessem.
Ao abrir os olhos, ele foi saudado pelo céu claro e azul, livre de nuvens, iluminado por um sol que aquecia a areia e o mar. Cada detalhe parecia intensificado pela tranquilidade daquela manhã, desde o murmúrio suave das ondas até o canto das gaivotas que sobrevoavam a costa. Jungkook apoiou-se no batente da janela, ainda descalço, e observou a pequena faixa de praia que podia ver dali. A costa se estendia vastamente, com a água brilhando sob a luz do sol, criando uma cena que, para ele, sempre seria sinônimo de liberdade.
Decidiu que sairia para caminhar. Jogou uma camiseta leve e um par de bermudas, sentindo-se novamente como o garoto que, anos atrás, seguia seu pai em cada aventura pela ilha. Ao sair do chalé e pisar na areia quente, cada passo o conectava mais com aquele pedaço de litoral que era, para ele, uma âncora no meio do caos. Ele seguiu até a orla, onde a maré desenhava rastros irregulares de espuma branca.
Enquanto caminhava, os pensamentos começavam a se acalmar. Lembranças surgiam, mescladas ao presente: os risos de seu pai, as lições de como observar o mar e ler o vento, e as muitas histórias que ouviram juntos sobre o mar e sua imensidão incontrolável. Uma pequena saudade pesava em seu peito, mas, ao mesmo tempo, ele sentia-se em paz. Ele sorriu de leve, sem pressa de avançar, apenas aproveitando a presença reconfortante do oceano e o silêncio ao seu redor, que falava mais do que qualquer palavra poderia dizer.
Aquela manhã na Carolina do Norte não era só um novo dia, mas um encontro entre ele, o passado e o presente, no qual finalmente podia respirar e sentir-se inteiro.
Jungkook continuou sua caminhada pela praia, a areia fina se acumulando entre os dedos dos pés, enquanto as ondas suaves lambiam a costa, criando um padrão rítmico que parecia sussurrar segredos do mar. Ele se permitiu perder-se nesse ritmo, deixando que sua mente vagasse livremente, afastando os pensamentos pesados que o acompanhavam nos últimos meses.
O sol já estava alto no céu, e a luz refletia nas ondas, criando um brilho quase mágico que o convidava a mergulhar. Enquanto caminhava, avistou alguns surfistas pegando ondas ao longe, risadas e gritos de alegria ecoando pela praia. Ele lembrou de como, em sua infância, a empolgação de surfar com seu pai era uma das melhores sensações que já experimentara, e, num impulso, decidiu que não poderia deixar de revisitar essa parte de sua vida.
Com um sorriso nostálgico, Jungkook seguiu em direção ao pequeno quiosque de aluguel de pranchas de surf que ficava na entrada da praia. O proprietário, um homem idoso de cabelos brancos e pele bronzeada, o reconheceu instantaneamente.
— Olá, garoto! Não te vejo há anos! — exclamou o homem, o rosto iluminado por um sorriso caloroso. — Veio para surfar novamente?
— Sim, eu... estava pensando em relembrar um pouco do passado — respondeu Jungkook, enquanto olhava as pranchas alinhadas na prateleira.
O velho começou a contar histórias sobre os surfistas locais, sobre as competições que ocorriam todos os verões e os jovens que cresciam sob o sol, aperfeiçoando suas habilidades. Jungkook ouviu atentamente, sentindo a nostalgia aumentar a cada palavra. Ele escolheu uma prancha, uma que lembrava a primeira que seu pai lhe dera, e logo estava de volta à areia, preparándose para entrar na água.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Bem-Vindo a Woodsboro | Jeon Jungkook
Fiksi PenggemarBem-Vindo a Woodsboro, a cidade onde psicopatas são feitos. Por muitas gerações, ficou escondido o gene psicopata da família Loomis, até o massacre de 1996, iniciado por Billy Loomis e Stu Macher. Jeon Jungkook, um jovem de vinte e poucos anos, pare...