Votem e
comentem muito
_____________________________________________________________________________
Cheguei a casa exausta, mas a minha mente não parava. As palavras da Bruna ecoavam incessantemente, misturando-se com as dúvidas que eu tentava reprimir há semanas. O João podia realmente estar a fazer isto? Depois de tudo o que passámos, ele ainda era capaz de me trair dessa maneira? Não, não fazia sentido. Mas, ao mesmo tempo, havia algo na convicção dela que não conseguia ignorar.
Larguei a mala no sofá e, sem pensar muito, peguei no telemóvel. O nome dele brilhava no ecrã, e os meus dedos pairavam sobre o botão de chamada. Liguei. Uma, duas, três vezes, mas a chamada caiu na caixa de mensagens.
Apertei o telemóvel com força, tentando abafar o pânico. Não queria acreditar que ele me estava a evitar, mas a realidade parecia apontar para isso. Respirei fundo e decidi que não ia esperar mais. Se ele não atendia, eu iria até ele. Precisava de respostas, e precisava delas agora.
O percurso até ao apartamento do João foi um borrão. Quando dei por mim, estava à porta dele, com o coração aos pulos. Toquei à campainha, e os segundos pareceram horas. Por fim, ouvi passos do outro lado. A porta abriu-se lentamente, revelando o João, com um olhar de surpresa e cansaço.
— Matilde? O que estás aqui a fazer? — perguntou, esfregando os olhos como se tivesse acabado de acordar.
— Precisamos de falar. — Entrei sem esperar convite, a determinação a sobrepor-se ao nervosismo.
Ele fechou a porta e virou-se para mim, visivelmente confuso.
— O que se passa? Estás bem?
Olhei para ele, tentando decifrar a sinceridade no seu rosto. Por um momento, senti vontade de acreditar que tudo estava bem. Mas as palavras da Bruna voltaram a perfurar-me como uma lâmina.
— A Bruna mandou-me uma mensagem. Quis encontrar-se comigo. — comecei, vendo a expressão dele endurecer.
— O quê? — Ele cruzou os braços, num gesto defensivo. — E o que é que ela disse?
— Disse que tu ainda a procuras. Que ainda lhe envias mensagens. E que essas mensagens não são exatamente amigáveis. — Cruzei os braços, tentando manter a voz firme, mesmo que estivesse prestes a desmoronar.
Ele franziu o cenho, visivelmente irritado.
— Matilde, tu acreditaste nela? A Bruna está obcecada em complicar a minha vida. Não sei o que ela te disse, mas posso garantir que é mentira.
— Então prova! — exclamei, a raiva finalmente a transbordar. — Mostra-me o teu telemóvel. Mostra-me que não tens nada a esconder.
O João hesitou, e aquele segundo de silêncio foi o suficiente para me lançar numa espiral de desconfiança. Ele olhou para mim com uma expressão de dor, mas também de frustração.
— Não posso acreditar que estás a pedir-me isso. — murmurou, pegando no telemóvel e segurando-o firme, como se fosse um escudo. — Matilde, se não confias em mim, o que é que estamos a fazer aqui?
As palavras dele atingiram-me com força. Queria acreditar nele, mas a hesitação dele, o jeito como evitava encontrar o meu olhar... tudo me fazia duvidar.
— Não é uma questão de confiança, João. É uma questão de honestidade. Se não tens nada a esconder, não há razão para não mostrares. — A minha voz quebrou no final, denunciando a vulnerabilidade que eu tentava esconder.
Ele ficou em silêncio, os olhos fixos nos meus, como se estivesse a decidir algo. Finalmente, respirou fundo e colocou o telemóvel na mesa entre nós.

VOCÊ ESTÁ LENDO
tu e eu
FanfictionMatilde gonçalves uma Benfiquista desde pequena, nasceu em Braga, mas devido a uma proposta de emprego ela e a sua família tiverem de se mudar. não estava contente com isso, apesar de ir para a cidade do seu clube, não queria deixar os seus amigos...