Sobrevivência

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Capitulo 7

   Seguimos pela floresta logo atrás de Luke, Pablo passa o caminho todo resmungando sobre como tem muitas árvores, ou que só quer sair daqui logo. Não posso julga-lo, eu penso a mesma coisa a única diferença e que eu não falo, mas isso não importa, estamos aqui e temos que sobreviver.
   Enquanto seguimos Luke sem nem mesmo duvidar sobre onde ele possa estar nós levando, ouvimos barulhos vindo da floresta, talvez sejam aves ou animais que poderiam nós comer e nós matar de uma vez só. Isso não importa, não parece tão diferente do que o Liam queria fazer.     A escuridão da floresta não ajuda nem um pouco, e o fato de nós estarmos encharcados, menos ainda. O silêncio nem um pouco silencioso, a paranoia de algo a espreita. Tudo parece tão assustador.

- Então, nós estamos chegando a algum lugar? - Pablo pergunta.

- Não sei. - Luke responde.

- Como assim não sabe? - Pablo parece estar incrivelmente mais estressado que qualquer um aqui.

- Não sabendo Pablo, não tenho obrigação de conhecer toda a floresta, muito menos saber para aonde estamos indo. - Ele diz e suspira. - Só estou tentando manter a gente vivo.

- Já que não estamos indo a lugar nenhum, podíamos parar e dormir. Assim pelo menos descansaríamos. - Pablo diz.

- Ah sim, dormir e deixar com que os animais comam nossos corpos sem nem mesmo termos chance de ataca-los. - Eu estava cansado, mas Luke tinha razão. Não podíamos parar, pelo menos não agora.

- Que seja, eu não aguento mais andar. Mas é melhor estar vivo do que descansar eternamente debaixo da terra. - Digo e consigo ver a silhueta de Pablo dando de ombros.

   Por mais que o Pablo conseguisse invocar fogo e nós iluminar, Luke disse que essa não era uma boa ideia. Pois poderia atrair algum animal perigoso, ou qualquer bicho que quisesse uma fonte de calor.
   Já faz mais ou menos meia hora desde que saímos do subterrâneo que o Liam chamava de casa, eu estou exausto. Talvez seja porque faz horas que não como, ou porque não aguento mais andar. Não sei dizer.
   Eu ia abrir a boca para reclamar sobre o quão exausto eu estou, mas consigo ver a silhueta do que deveria ser uma cabana. Por que teria uma cabana no meio do nada?

- Eu to alucinando ou?

- Não você não está - Falo por cima de Pablo. - Aquilo realmente é uma cabana? por que tem uma cabana no meio do nada?

- Só sei que não vamos entrar. - Luke indaga.

- Ué por que não? Eu estou literalmente morrendo. Essa vai ser a nossa única chance de descansar. - Pablo diz resmungando.

- Porque Pablo, nós nem mesmo sabemos oque tem lá dentro e uma cabana no meio da floreta me parece coisa de serial-killer. - Luke diz.

- Eu não ligo pra nada que nenhum de vocês dois diz. Eu só vou entrar dentro daquela cabana e dormir, porque meu corpo está implorando por isso. - Passo reto deles e vou direto a cabana, parando na frente da porta.

- Eu to com ele! - Pablo fala e logo escuto seus passos se aproximando.

- Vocês são tão idiotas. - Luke diz mas mesmo assim se junta a nós.

   Olho para os dois que acenam com a cabeça para mim abrir a porta, coloco minha mão na maçaneta e a giro esperando que a porta estivesse trancada. Mas ela abre com facilidade, mostrando o interior da cabana que por sinal parece incrivelmente confortável.
   Ultrapasso a porta adentrando a cabana, paro no meio da mesma e olho ao redor. Vejo um sofá junto de uma estante e uma televisão de tubo provavelmente estragada, uma cozinha com moveis rústicos que devem custar uma boa grana hoje em dia. Um detalhe peculiar, é que nada está sujo, parece até mesmo que foi limpo recentemente.

- Como isso está tão limpo? - Pergunto olhando para trás. Ao me virar não vejo Pablo nem Luke e a porta se fechou.

   Corro até a porta tentando a abrir, e a mesma que havia sido aberta com tanta facilidade agora está totalmente trancada.

- Pablo, Luke, isso não tem graça! - Grito batendo na porta.

   Um terror me invade, mas algo faz meu corpo travar. Um suspiro no meu ouvido ecoa pela minha cabeça. Ao me virar lentamente uma imagem me atormenta.
   Um homem com olhos cor de âmbar, um sorriso de dentes sujos e afiados e um rosto estranhamente peculiar, essa coisa não parece ser humana. Ele me encara como se eu fosse um animal.
   Minhas pernas se mexem automaticamente, me levando para trás. Mas antes que eu realmente possa fazer algo sinto uma pancada na minha cabeça. Percebo que vou desmaiar e a ultima coisa que vejo é sua boca aberta, e então reparo melhor e seus dentes não são amarelados, mas sim sujos de sangue. Minha visão se turva e tudo escurece.

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⏰ Última atualização: 5 days ago ⏰

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