Ana Flávia Castela é uma boa garota. Ela não bebe nem fala palavrão. E acredita que seu passado sombrio está bem distante, porém, quando, para cursar a faculdade, se muda para uma nova cidade, seu recomeço é rapidamente ameaçado pelo bad boy do loca...
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O sol se refletia nos prédios lá fora, e eu estava parada na frente do espelho passando a escova nos cabelos, enquanto tentava descobrir como conseguiria fingir ainda estar com Gustavo.
- É só um dia, Ana Flávia. Você consegue lidar com isso - falei para o espelho.
Fingir nunca foi um problema para mim.
O que me preocupava era o que aconteceria enquanto estivéssemos fingindo.
Quando Gustavo me deixasse em casa depois do jantar, eu teria que tomar uma decisão.
Decisão essa que seria distorcida por uma falsa sensação de felicidade que passaríamos para a família dele.
Toc, toc.
Eu me virei e olhei para a porta.
Kara não tinha voltado para o quarto a noite toda.
Eu sabia que Eduarda e Vetuche já tinham pegado a estrada e não conseguia imaginar quem era.
Coloquei a escova sobre a mesa e abri a porta.
- Gustavo? - falei baixinho.
- Você está pronta?
Ergui uma sobrancelha
- Pronta pra quê?
- Você disse para vir te buscar às cinco.
Cruzei os braços sobre o peito.
- Eu quis dizer cinco da manhã!
- Ah - ele disse, parecendo desapontado. - Acho que vou ter que ligar para o meu pai pra avisar que não vamos passar a noite lá então.
- Gustavo! - reclamei.
- Eu peguei o carro do Tuche pra gente não ter que levar as malas na moto. Tem um quarto sobrando em que você pode dormir. Nós podemos ver um filme ou...
- Eu não vou passar a noite na casa do seu pai!
A expressão dele ficou triste.
- Tudo bem. Eu... hum... te vejo amanhã de manhã.
Ele deu um passo para trás e fechei a porta, me apoiando nela.
Todas as minhas emoções se entrelaçavam em minhas entranhas, então soltei um suspiro exasperado.
Com a expressão desapontada de Gustavo fresca na mente, abri a porta e saí, vendo que ele estava atravessando o corredor devagar, discando ao celular.
- Gustavo, espera.
Ele se virou e o olhar de esperança em seus olhos fez meu peito doer.
- Me dá um minuto pra colocar umas coisas na mala.
Um sorriso de alívio e gratidão se espalhou em seu rosto.
Ele foi atrás de mim até o quarto e ficou olhando enquanto eu arrumava a mala.