Ana Flávia Castela é uma boa garota. Ela não bebe nem fala palavrão. E acredita que seu passado sombrio está bem distante, porém, quando, para cursar a faculdade, se muda para uma nova cidade, seu recomeço é rapidamente ameaçado pelo bad boy do loca...
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Fui andando com ele até a sala de aula depois do almoço, conversando sobre a festa de casais e sobre como nós dois a temíamos.
Escolher um par de carteiras na aula de fisiologia, e balancei a cabeça quando o professor começou a narrar o quarto plano de estudos do dia.
A neve começou a cair de novo, batendo nas janelas, educadamente pedindo para entrar e depois escorrendo, desapontada, até o chão.
Assim que fomos dispensados, um garoto que eu tinha encontrado uma vez na casa da Sig Tau deu umas batidinhas na minha carteira enquanto passava, piscando para mim.
Sorri educadamente para ele e olhei de relance para Odorico, que abriu um sorriso irônico.
Peguei o livro e notebook e os enfiei na mochila de qualquer jeito.
Pendurei a mochila nos ombros e fui caminhando com dificuldade até o Morgan, ao longo da calçada coberta de sal.
Um pequeno grupo de estudantes tinha começado uma guerra de bolas de neve no gramado, e Odorico estremeceu ao vê-los, cobertos por um pó incolor.
Senti o joelho vacilar e fiquei fazendo companhia ao Odorico enquanto ele terminava seu cigarro.
Eduarda veio correndo e parou ao nosso lado esfregando as luvas verdes e brilhantes.
— Cadê o Tuche? — perguntei.
— Foi pra casa. O Gustavo precisava de ajuda com alguma coisa, eu acho.
— Você não foi com ele?
— Eu não moro lá, Ana Flávia.
— Apenas em teoria — Odorico deu uma piscadinha.
Eduarda revirou os olhos.
— Eu gosto de ficar com o meu namorado, me processem.
Odorico lançou o cigarro na neve.
— Estou indo nessa, senhoritas. Vejo vocês no jantar?
Eu e Eduarda assentimos em resposta, sorrindo quando ele beijou primeiro a minha bochecha e depois a de Eduarda.
Ele continuou na calçada úmida, tomando cuidado para ficar bem no meio e não pisar na neve.
Eduarda balançou a cabeça ao ver o esforço dele.
— Ele é ridículo.
— Ele é da Flórida, Duda. Não está acostumado com neve.
Ela deu uma risadinha e me puxou em direção à porta.
— Ana Flávia!
Eu me virei e vi que Luan vinha apressado na minha direção, passando por Odorico.
Ele parou e tomou fôlego um instante antes de falar.
O casaco cinza acompanhava os movimentos de sua respiração, e ele riu baixinho ao ver o olhar fixo e curioso de Eduarda.