Brinde.

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Durante a próxima hora, fiquei observando Gustavo se desvencilhar de garotas e virar doses de uísque na sala

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Durante a próxima hora, fiquei observando Gustavo se desvencilhar de garotas e virar doses de uísque na sala.

Cada vez que ele me pegava olhando para ele, eu desviava o olhar, determinada a terminar a noite sem me envolver em nenhuma cena.

— Vocês não parecem nada felizes — Vetuche disse para mim e Odorico.

— Eles não poderiam parecer mais entediados nem se estivessem fazendo isso de propósito — Eduarda resmungou.

— Não esqueçam... a gente não queria vir — Odorico lembrou.

Ela fez sua famosa carinha, à qual sabia que eu sempre cedia.

— Você podia fingir, Ana Flávia. Por mim.

Assim que abri a boca para retrucar com a língua afiada, Odorico encostou-se ao meu braço.

— Acho que cumprimos nosso dever, vamos embora Ana Flávia?

Bebi o restante da cerveja de um gole só e peguei na mão dele.

Por mais ansiosa que eu estivesse para ir embora, minhas pernas ficaram paralisadas quando ouvi a música que Gustavo e eu havíamos dançado na minha festa de aniversário.

Agarrei a garrafa de Odorico e tomei outro gole, tentando bloquear as lembranças que vinham com a música.

Brad se apoiou no balcão ao meu lado.

— Quer dançar?

Sorri para ele, balançando a cabeça.

Ele começou a dizer outra coisa mas foi interrompido.

— Dança comigo. — Gustavo estava parado a menos de um metro de mim, com a mão estendida.

Eduarda, Vetuche e Odorico olhavam fixamente para mim, esperando minha resposta com tanta ansiedade quanto Gustavo.

— Me deixa em paz, Gustavo — falei, cruzando os braços.

— É a nossa música, Flor.

— Nós não temos uma música.

— Beija-Flor...

— Não.

Olhei para Brad e forcei um sorriso.

— Eu adoraria dançar, Brad.

As sardas dele se esticaram pelo rosto quando ele sorriu, fazendo um gesto para que eu fosse à frente pelas escadas.

Gustavo cambaleou para trás, exibindo uma evidente tristeza nos olhos.

— Um brinde! — ele gritou.

Eu hesitei, me virando bem a tempo de vê-lo subir em uma cadeira e roubar a cerveja de um cara da Sig Tau que estava perto dele.

Olhei de relance para Eduarda, que observava Gustavo com uma expressão aflita.

Belo Desastre | miotela ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora