2- Negócios...

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Depois do café, a campainha toca duas vezes. A família mafiosa recebe seu convidado com muita hospitalidade, oferecendo café, cigarros e um lugar confortável na poltrona, com um sorriso no rosto de cada anfitrião, disfarçando a angústia que sentem.

Todos estão sentados confortavelmente, cada um em seu canto. O pai da família se posiciona mais próximo do convidado:

— Uuuhn... Vox, certo? Então conhece nossos serviços... Interessante alguém como você estar interessado... — diz em um tom claramente falso de gentileza. Ele faz uma pausa para tomar um gole de café. Os filhos mantêm a falsidade no olhar enquanto Vox observa todos com seriedade. Logo, o outro homem volta a falar:
— Diga-me, o que podemos fazer por você?

Vox revira os olhos e retira o cigarro da boca:

— Não precisam ficar fingindo esse tom de doçura, está ridículo. Meu caso é realmente sério... — diz com frieza. O resto da família finge menos o sorriso, mas agora parecem um pouco mais interessados. — Esse caso não tem a ver só comigo... Vocês estão no jogo, entenderam? O alvo sabe de vocês, e tem aquele programinha de rádio...

A família logo entende de quem ele está falando: Alastor, obviamente. Os olhos do pai se arregalam um pouco, quase derrubando o café.

— A-Alastor, certo? — pergunta, gaguejando. Vox confirma com um aceno de cabeça.

— É, aquele sorrisinho desgraçado é uma ameaça para nós. O canalha sabe demais... Mesmo que a vidinha perfeita de vocês dependa disso, estou oferecendo uma boa quantia de dinheiro para capturá-lo — diz de forma direta, analisando cada um ali para garantir que sua mensagem fosse clara.

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Em um bar próximo dali, Husk limpa o balcão, recebendo bem menos clientes do que o normal, o que certamente iria diminuir seu salário. As coisas não iam nada bem para ele.

Com o início da noite, mais pessoas começam a entrar, pedindo drinques. Husk trabalha com profissionalismo, sem perder tempo com papos amigáveis, já que nem paciência nem disposição sobravam para isso.

Sua expressão permanece a mesma desde que acordou: mal-humorada. Além disso, ele bebe durante o serviço, algo que incomodava seu chefe. O patrão logo se aproxima, apoiando-se no balcão com um sorriso irritante:

— Oh, Husker... Está tão sério... Poderia sorrir para os clientes, pelo menos, hum? — recrimina em tom irônico. Husk resmunga, mas não responde.

— Bem, uma apresentação está por vir. Talvez ela te anime um pouco... — completa, afastando-se, pegando o restinho de whisky próximo de Husk antes de desaparecer da vista dele. O barman observa com indiferença enquanto o chefe sobe ao palco do restaurante.

— Caros clientes infelizes! Para a surpresa de hoje, trago-lhes um convidado especial! — anuncia Alastor, agarrando o microfone com entusiasmo. — Esse rapaz não tem fama alguma. Ninguém o conhece e ninguém se importa! Mas, em sua performance, ele terá a chance de se tornar uma estrela de Los Angeles. Apresento-lhes... ANGEL DUST!

Antôny surge no palco, com um terno rosa chamativo, misturado ao seu carisma e beleza natural, o que chama a atenção de Husk. Não apenas por raramente haver apresentações no local, mas porque aquele rapaz parecia especial de alguma forma.

Aplausos eufóricos ecoam. O público parece genuinamente interessado no que Angel tem a oferecer. Apesar da atenção, Antôny aparenta uma certa timidez. Alastor permanece ao fundo, com seu sorriso clássico. Husk, agora intrigado, dá uma pausa para assistir ao show.

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Não muito longe dali, numa cabana usada para reuniões, Valentino não para de tragar cigarros enquanto grita, irritado, com Vox:

— ELE TÁ ALI! ESTÁ EXPOSTO! Por que não simplesmente pegamos ele e vamos embora!?

— Val... Mantenha a porra da calma, não é fácil assim... — responde Vox, num tom entediado, acostumado às explosões do colega. — Ele está seguro lá dentro. Apesar de o restaurante estar caindo aos pedaços, ele investe em segurança. Alarmes, por exemplo. — explica pacientemente.

— Continua o mesmo covarde de sempre... Então me diz: como você pretende sequestrar ele?

O homem da TV abre um sorriso satisfeito, finalmente pronto para expor seu plano. Levanta-se e começa a gesticular, confiante:

— Nosso foco, por agora, será aquele barman. Apesar da aparência, ele tem acesso a informações e coisas que outros funcionários não têm. A chave da torre do rádio... É lá onde o infeliz vai MORRER! Claro que, antes, vamos coletar certos dados...

— Que dados seriam esses? — interrompe Valentino, arqueando uma sobrancelha. O rosto de Vox fica ligeiramente vermelho. Ele limpa a garganta antes de continuar:

— Coisas importantes e específicas, caro amigo. M-mas continuando... Usaremos Antôny, disfarçado como Angel Dust, para manipular Husk. Com isso, ele conseguirá todas as informações de que precisamos e, depois, a chave de acesso à torre, que não tem vigia alguma. A rica família poderá invadir e, em menos de uma semana, tudo estará resolvido. Alguma pergunta? — Vox encerra o seu discurso, fitando Valentino seriamente.

Valentino gesticula um "não" com a cabeça, soltando um bocejo. Vox, satisfeito, sorri orgulhoso por sua explicação.

O plano já estava em andamento.

(Oii, eu aqui de novo, espero que esteja gostando, qualquer sujestão, sou toda ouvidos ^w^)

Huskerdust - the two sinsOnde histórias criam vida. Descubra agora