O olhar de Angel era profundo, quase hipnotizante. Ele analisava Husk sem parar, mal desviando os olhos, enquanto mexia sua bebida de forma provocante.
O barman começava a perder a paciência. Seus olhos estreitavam e as sobrancelhas franzidas denunciavam o incômodo. Husk tentava focar na preparação dos drinques para outros dois clientes, mas seus olhos sempre acabavam voltando para o loiro, criando uma tensão palpável no ar.
Depois de terminar as duas taças, Husk as colocou à frente dos fregueses e finalmente se virou para Angel, arqueando uma sobrancelha:
"Quer um autógrafo?" — perguntou com sarcasmo, arrancando uma suave risada do outro.
"Não, mas pensei que talvez você quem quisesse o meu, hum?" — Angel provocou, dando um gole em sua bebida.
Husk revirou os olhos, tentando disfarçar a ponta de irritação, e que talvez Angel tivesse falando uma verdade:
"Olha... Eu estou tentando trabalhar aqui, profissionalmente. Dá pra parar de me encarar assim?"
"Estou causando efeito, gatinho?" - Angel disparou, flertando descaradamente.
O rosto de Husk ficou instantaneamente vermelho.
"O-o quê? Mas que merd-..."Antes que pudesse terminar, Angel colocou o indicador em seus lábios, silenciando-o com um gesto tão inesperado quanto ousado.
"Querido, eu só te vi aí, sozinho, e te achei interessante. Achei que a gente podia se conhecer melhor. Ou... só pular direto para o que me interessa." — Ele falou casualmente, com um sorriso que parecia não sair do rosto.
Angel retirou o dedo, enquanto Husk permanecia parado, com os olhos arregalados e o coração disparado. Ele não sabia o que responder, sua mente parecia uma bagunça.
Angel, vendo a hesitação, continuou:
"Oh... Vamos lá... Me diga seu nome. Ou eu vou ter que te chamar de "gostoso"?"
O mais velho franziu o cenho, afastando-se alguns passos enquanto esfregava a testa como se estivesse lidando com uma dor de cabeça.
"Ahn... Angel, né? Escuta aqui: eu realmente não tenho tempo pra isso e nem paciência. Pode pedir outra bebida... ou fazer o favor de ir embora?" - Husk falou num tom grosseiro, tentando encerrar o assunto ali mesmo.
Angel ficou em silêncio por um momento, mas o sorriso não desapareceu totalmente. Ainda assim, a frustração em seus olhos era evidente.
Ele terminou o último gole de sua bebida, deixando o copo vazio no balcão antes de se levantar.
— "Certo, sem problema algum! Estou me retirando..." — respondeu com um tom casual, mas ligeiramente ácido.Sem olhar para trás, Angel se afastou, desaparecendo em meio à multidão do restaurante.
Husk suspirou, sentindo um alívio imediato, apesar de achar o cara bem atraente. Ele desviou o olhar, voltando sua atenção para o balcão. A tentativa de esquecer o episódio era quase palpável. Ele se concentrou em seu trabalho, esforçando-se para pensar o mínimo possível.
Seu único desejo naquele momento era simples: terminar o turno, pegar o salário — que, convenhamos, não era nada impressionante —, encontrar um hotel qualquer para evitar passar outra noite com Alastor e dormir até meio-dia. Só isso, tudo oquê desejava no momento.
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Naquela noite, pequenos indícios da chuva caiam sobre Antôny, que andava cabisbaixo pela calçada suja e cheia de lixos espalhados. Ele estava perdido em seus pensamentos, tentando descobrir uma maneira de se aproximar de Husk novamente. Nunca havia levado um fora antes; sempre confiou em sua beleza e carisma para conquistar quem quisesse, quando quisesse e como quisesse... mas agora que estava realmente precisando disso, havia sido rejeitado.
"Ah, Porra..." — resmungou, frustrado, quando a chuva começou a cair com mais intensidade. As gotas escorriam uma a uma por seu rosto delicado, enquanto ele procurava algum lugar onde a chuva não alcança.
Caminhou até uma área coberta em frente a uma loja de perfumes e ficou ali, esperando por um táxi. Não tinha combinado carona com ninguém e agora estava à mercê da sorte.
Depois de alguns minutos, o som de uma buzina chamou a atenção. Ele se virou, esperando ver um táxi, mas se deparou com uma limusine branca e comprida estacionando bem à sua frente.
A janela do veículo desceu lentamente, revelando um homem sorridente com óculos de coração. Sua expressão era charmosa e confiante.
"Angel Dust, certo?" — perguntou o homem com uma voz suave, mas firme. — "Gostaria de entrar?"
Antôny arqueou uma sobrancelha, confuso. Nunca havia visto aquele homem antes, mas mesmo assim, cedeu ao convite, sentindo uma mistura de curiosidade e inquietação.
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Por dentro, a limusine era luxuosa. O aroma agradável e o interior impecável não eram nada fora do comum para Antôny, mas o silêncio entre ele e Valentino deixava tudo um pouco desconfortável.
O loiro, sentado ao lado do homem mais velho, finalmente quebrou o silêncio:
"Hey, você... me conhece?" — perguntou, a voz carregada de curiosidade e uma pitada de cautela.
Valentino desviou o olhar para ele, um sorriso carismático curvando seus lábios.
"Eu te conheço. Meu nome é Valentino. Sou um dos parceiros de Vox, aquele que contratou sua família para sequestrar o apresentador de rádio" — explicou com uma calma inquietante, sua voz suave e cortante ao mesmo tempo. — "Vejo que seu primeiro dia nesse caso não foi dos melhores."
Antôny bufou, desviando o seu olhar com um misto de vergonha e frustração.
"Isso é questão de tempo, tá? Eu tenho uma semana ainda."
Valentino inclinou levemente a cabeça, como se ponderasse algo.
"Exato. Tenho certeza de que você poderá amolecer o coração daquele gato... com... este..." — ele fez uma pausa, estendendo a mão até o rosto de Antôny, acariciando suavemente sua bochecha. — "Rostinho angelical."
O toque inesperado fez o coração de Antôny acelerar. Um leve arrepio percorreu sua espinha, enquanto os olhos vermelhos de Valentino pareciam examiná-lo com intensidade, notando cada detalhe: a pele clara, as sardas quase imperceptíveis ao redor dos olhos rosados, que agora brilhavam em meio à luz suave do carro.
Valentino afastou a mão com a mesma suavidade com que a havia colocado, mas seu sorriso permanecia. Ele voltou a levar o cigarro à boca, soltando a fumaça vermelha com uma tranquilidade calculada.
Antôny, por sua vez, estava atordoado. A atenção do homem fazia com que ele se sentisse especial, como se fosse mais do que apenas uma peça naquele plano. E, embora relutante, ele não podia negar: havia algo em Valentino que o intrigava profundamente.
(Eu não tenho um cronograma para postar os capítulos, eu apenas posto quando sinto vontade que escrever, mas essa vontade vem quase todo dia, então não esperem que eu fique um mês sem postar, deixe o teu voto e compartilhe a história se possível °w°)
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Huskerdust - the two sins
Fanfiction(POSTADO DIA 28/11/2024) Husk, trabalha para Alastor, o próximo alvo da família de Angel... o mesmo precisará atraír Husk para obter informações essenciais, e ao mesmo tempo acaba desenvolvendo sentimentos pelo gato. (desculpa, eu sei q ta brega •~•...