Dragões...
Desde os primórdios da existência eles comandavam o mundo, para eles as criaturas inferiores não passavam de apenas peças descartáveis.
Os dragões eram incapazes de sentir empatia ou amor ao próximo, quanto mais forte eram, mais impiedosos se tornavam.
A crueldade estava impregnado em seu sangue.
Mas, nada se comparava com a crueldade deles... Os Dragões do Sol e da Lua.
Ełijæĥ havia perdido a sua fêmea... uma morte cruel os separaram.
A jovem e bela fêmea carregava belos filhotes em seu ventre, mas, lhe foram tirado o direito de viver.
Para os dragões não há nada mais importante do que a sua predestinada e sua prole. E engana-se aquele que ache que a melhor vingança é ferir o que eles mais amam.
Pois isso só prova que és ingênuo.
Pois você nunca irá querer presenciar a fúria de dragão...
[...]
Jade...
Os flashes de luzes iluminava precariamente o local, uma música eletrônica soava alta demais, jovens dançavam, bebiam e se drogavam.
Eu me encontrava na área vip acompanhada por meus amigos. Julie, Victória, Anton e Brandon
Em nossa mesa encontrava-se quase uma infinidade de bebidas, garrafas vazias e... drogas.
A droga e o álcool corria soltas em meu sistema, eu me sentia tão leve, livre e solta.
Respirei fundo quando ouvi Julie chamar meu nome, deviei o olhar da pista e foquei nela, Anton seu namorado a acariciava debaixo da mesa sem um pingo de pudor.
Estávamos drogados demais.
— Então Dye diga ai para nós como é está a quilômetros de distância da vadia da sua irmã? — pelo canto do olho vi meus "amigos" riem.
Eles não eram bem amigos, eram uns viciados em drogas assim como eu.
É como a minha madrasta dizia: "coisa ruim atrai sempre coisas ruins".
Eles amavam viver a vida de forma louca e intensamente, diferente de mim que buscavam a degradação.
Instivamente a minha mão direita tocou as cicatrizes no meu pulso direito, um lembrete do meu fracasso, das várias tentativas de pôr um fim a minha vida miserável.
— Nada demais.
— Qual é Jade! Você odeia aquela patricinha. — dessa vez foi Vic a falar.
Dei de ombros e me aproximei da nossa mesa.
Peguei um dos canudos e cheirei uma fileira de cocaína.
O contato do pó em minhas vias aéreas já não me incomodava mais. Assim como o uso de outras drogas fortes.
Todos os dias em que me drogavam eu torcia para que sofresse uma overdose de drogas, talvez assim eu concretizasse meu desejo e me livrasse de toda dor que eu sentia.
Enchi o meu copo de vodka e me sentei no meu banco, tomei um gole generoso quando Julie falou.
— Jade que mostrar pra nós que está tudo bem, mas se estivesse bem ela não estaria desviando do assunto desde que chegou.
Revirei meus olhos.
— Não tenho nada para provar a vocês! — falei grosseiramente enquanto impunha a minha voz autoritária.
— Somos seus amigos. — Vic falou baixinho.
— Não. Vocês não são meus amigos, são apenas os filhinhos de papais viciados em drogas e que se drogam comigo.
Não me importei em medir as minhas palavras, para todos era uma pessoa fria e indiferente. E os meus "amigos" sabiam tanto disso que nem sequer se ofenderam.
Desde criança eu havia apreendido que demonstrar fraqueza, abre brechas para as pessoas te devorar.
A fraqueza lhe torna uma presa fácil.
— As vezes eu acho que você tem inveja da sua irmã. — olho para Vic que me encara com puro ódio.
Aperto as minhas mãos.
Não... eu não tinha inveja de Ísis.
Eu odiava quando as pessoas diziam isso, pois foi um mantra que vivi toda a minha vida.
Antes que eu pudesse raciocinar ou talvez fosse a droga falando mais alto.
Apertei o copo em minha mão até ele que quebrar em pequenos pedaços.
Um grito fino saiu da sua boca quando viu o copo quebrado e jmm fio de sangue escorria pela minha mão.
— Sua maluca. — todos pareciam incrédulos, mas não me importei.
Nem sequer sentia dor tamanha fúria.
Vitória se aproximou para me ajudar, mas desviei do seu toque.
— É melhor eu ir embora. — foi o que eu disse antes de sair.
Sai da boate e segui andado a pé pelas ruas vazias.
A cada passo eu me sentia cada vez mais perdida em minha própria mente.
Eu não tinha para onde ir, se eu aparecesse em casa no estado em que estava meu pai provavelmente me internaria novamente em uma clínica de reabilitação.
Quando o meu pai descobriu que eu usava drogas eles me internou em uma clinica de reabilitação, disse para todos que havia ido estudar no exterior, pois para ele era uma vergonha todos saberem que tem uma filha viciada em drogas.
Sem lugar para onde ir e quase sem dinheiro, pois fui demitida, decidi ir para a praia olhar o mar no céu noturno.
Não sei quantos minutos levou para eu chegar a praia, no entanto, assim que meus pés tocaram na areia molhada pelas ondas desabei no chão e comecei a olhar as ondas iluminadas pelas estrelas e a uma linda lua grandiosa.
Deitei no chão e comecei a contar as estrelas com o dedo indicador.
Eu amava o céu noturno, as estrelas e a lua.
Eu tinha um fascínio por elas, desejava um dia poder tocá-las.
Sorri.
Eu devia está muito drogada, não dar para tocar nas estrelas ou na lua.
Fechei meus olhos e deixei o barulhos das ondas me relaxar.
Eu era uma garota má.
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Lua Cheia
RomanceDragões, fadas, lobos... O mundo estavam cheios de historias sobre eles, mas nenhuma era verdadeira. Em tempos de trevas e dores, os pais sempre contam historinhas para os seus filhos dormirem, por trás de cada uma... há sempre uma lição e um ensina...
