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A manhã no escritório estava como de costume: movimentada, papéis sobre a mesa e uma pilha de relatórios para revisar. O barulho dos telefones e as conversas ao fundo formavam uma espécie de trilha sonora caótica. Eu estava focada, mas não completamente alheia ao peso das últimas semanas. Grávida, tentando conciliar faculdade, estágio e os sentimentos por Wagner... Tudo parecia acontecer ao mesmo tempo. 

Foi então que o celular vibrou sobre a mesa. Olhei para o visor e vi o nome dele. Meu coração deu aquele salto familiar. Wagner. Com um breve sorriso, atendi. 

Oi, linda. Tá ocupada?

— Um pouco, mas sempre dá pra falar com você. Alguma coisa aconteceu? 

— Nada de ruim, prometo. Só queria saber como você está... e te avisar que hoje à tarde tenho uma surpresa pra você. 

Surpresa? Franzi a testa, tentando imaginar o que ele poderia estar planejando. Antes que eu pudesse perguntar, ele continuou. 

A gente vai ao hospital primeiro, ver como nosso bebê tá. Depois, te mostro. Vai valer a pena, prometo.

Eu me virei instintivamente para a janela. Do outro lado, no prédio da empresa dele, lá estava Wagner, com aquele sorriso que sempre conseguia me desarmar. Ele acenou, e eu acenei de volta, sentindo o coração bater mais rápido. 

— Você tá me deixando curiosa, sabia? 

Essa é a ideia. Agora volta pro trabalho, senão vão brigar comigo por te distrair.

Desliguei o telefone com um sorriso que ficou comigo pelo resto do dia. 

__

Depois da consulta no hospital, onde o médico nos deu boas notícias sobre o bebê, Wagner insistiu para que eu fosse com ele até um lugar especial. 

— É rapidinho, prometo — disse ele, segurando minha mão enquanto me ajudava a entrar no carro. 

Chegamos a um bairro tranquilo, com ruas arborizadas e um silêncio que parecia um alívio para a mente. Ele estacionou em frente a uma casa de fachada simples, mas aconchegante. Antes que eu dissesse qualquer coisa, ele desceu, abriu a porta para mim e estendeu a mão. 

— Vem, Malu. Quero te mostrar uma coisa. 

A porta da casa já estava destrancada. Quando entramos, fui surpreendida por um ambiente completamente mobiliado. Cada detalhe parecia ter sido pensado com carinho: móveis claros, decoração acolhedora, e no canto da sala, uma poltrona de amamentação ao lado de um pequeno berço montado. 

— Wagner... — minha voz saiu quase como um sussurro, enquanto eu tentava absorver tudo. 

— Eu queria te dar algo que fosse só nosso. Um lugar onde a gente possa começar essa nova fase, com o nosso bebê. Pensei em tudo, desde o quarto dele até o espaço pra você estudar e trabalhar. 

Ele me puxou para perto, com os olhos brilhando. 

— Eu só quero que você saiba que eu tô aqui, pra você e pra ele. Sempre. 

As lágrimas vieram antes que eu pudesse impedir. Era mais do que a casa, era o gesto, a dedicação, o jeito dele de me fazer sentir segura. 

— Eu nem sei o que dizer... 

— Então não diz nada. Só fica comigo. 

E foi o que eu fiz. 

___

Depois de explorar cada cômodo, me sentei no sofá da sala com Wagner ao meu lado. A casa era tudo o que eu poderia sonhar — aconchegante, prática e feita com amor. Ele me mostrou o quarto do bebê, com detalhes adoráveis: um pequeno móbile pendurado sobre o berço, roupas dobradas em uma cômoda branca e até um tapete fofinho com estampas de estrelas. 

Little Secrets| Pequenos Segredos {Wagner Moura}Onde histórias criam vida. Descubra agora