Byakuya Kuchiki caminhava pelos jardins do Seireitei, o som suave dos passos ecoando nas pedras enquanto seus pensamentos estavam longe, imersos em um mar de reflexões. Ele parou diante de uma pequena fonte, os olhos fixos na água que fluía calmamente.
Sou um imã, onde quer que eu vá, onde quer que eu me aproxime, algo sempre se quebra. Rukia, Hisana, Renji, Ichigo, Tine… agora, até mesmo aqueles da minha divisão.
Ele fechou os olhos por um momento, absorvendo o peso da solidão que, vez ou outra, se abatia sobre ele. A sensação de que aqueles ao seu redor, por mais que tentasse protegê-los, sempre se viam envolvidos em tragédias.
Será que o destino é este? Estar condenado a ser a causa de todo o sofrimento?
Mas, logo, o som de um alerta cortou seus pensamentos. O dispositivo de comunicação em seu haori vibrou, um sinal claro de que algo urgente estava acontecendo.
Com um movimento preciso e sem pressa, ele acionou o dispositivo.
— Comandante Kuchiki, — a voz de Akon, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento, estava tensa. — A situação é crítica. Detectamos anomalias na sela de Yukudo. É o padrão que o senhor conhece… os Athanarktos. Mas por algum motivo, estamos sem sinal da reiatsu dele.
Byakuya permaneceu em silêncio por um momento, os olhos fixos à sua frente, como se o peso das palavras já fosse esperado. Ele sabia o que aquilo significava. O Yukudo nunca foi um bom presságio, e os Athanarktos, essas criaturas sem origem, sempre significaram desgraça.
— Entendido. — Sua voz era fria, calma, imutável.
Ele desligou o dispositivo com um gesto preciso. A reflexão sobre sua própria existência desapareceu como um espectro diante de uma realidade que exigia sua atenção. O Yukudo estava em movimento, os Athanarktos se aproximando, e Byakuya Kuchiki já sabia o que precisava fazer.
Com um último olhar para os jardins ao seu redor, ele se virou e seguiu sem hesitar. O peso da responsabilidade estava, mais uma vez, sobre seus ombros, mas isso não o fazia vacilar.
Byakuya chegou ao Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento em meio ao alvoroço. O alerta máximo ressoava por toda a Seireitei, e ele já sabia o motivo antes mesmo de Mayuri abrir a boca.
— Ele sumiu. — A voz arrastada e impassível de Mayuri perfurou o caos ao redor.
Byakuya estreitou os olhos. — Explique-se, Kurotsuchi.
O ambiente fervilhava. Capitães e tenentes já chegavam, formando um círculo tenso ao redor de Mayuri, que, ao contrário de todos, parecia entretido com a situação.
— Yukudo fugiu no momento em que retornei. O sistema de segurança falhou, o que é... peculiar. — Ele sorriu de maneira doentia. — Mas não é a parte mais interessante da noite.O clima ficou ainda mais pesado.
— O Athanarktos 4 sumiu também. — Disse Hitsugaya, cruzando os braços com frustração.Antes que alguém explodisse em perguntas, Mayuri ergueu a mão. — Vamos corrigir essa afirmação. Ele não sumiu. Eu o enviei de volta ao Poço.
O silêncio que se seguiu foi denso, sufocante.
— O que você quer dizer com isso? — Rose exigiu, franzindo o cenho.
Mayuri inclinou a cabeça. — Simples. Fui capaz de desenvolver um método para banir um Athanarktos do nosso plano de existência na Soul Society, como se fosse a morte. As pequenas demonstração que vocês testemunharam com os Athanarktos de numeros 8 e 3 foi apenas um teste. — Ele apontou para o corpo imóvel da Tine, ainda no chão.
Haruki estava imóvel, pálido. Suas mãos tremiam, os olhos arregalados cravados em Tine. O desconforto era palpável.
Kenpachi estava prestes a falar, mas Ikakku o segurou com um olhar afiado.
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Bleach: Veil On The Poison
FanfictionApós duas décadas do fim da batalha contra Tokinada Tsunayashiro, a Soul Society luta para se reerguer. Shunsui Kyōraku, agora Capitão-Comandante, lidera a reconstrução do Gotei 13 em meio a crises internas e a busca por novos líderes capazes de pre...