Capítulo 2

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Subi as escadas, sabendo que dali a poucos minutos, minha paz iria acabar.
Passei pela cozinha, e percebi que todos já haviam feito o lanche da tarde. A julgar pela bagunça deixada para eu arrumar, deveria estar muito gostoso.

- Emilyn! O que te disse sobre esses fones altos assim?! Meu Deus, querendo ficar surda garota!

- Desculpa mãe foi sem querer. - Passei por ela tirando meus fones e tirando uma das alças da mochila.

- Emilyn, a mochila minha filha! Use as duas alças elas foram feitas para isso sabia?! - Ouvi meu pai dizer enquanto passava pela sala sem olhar para o lado.

- Desculpe pai, foi sem querer.

Entrei para o meu quarto jogando a mochila no chão, e me jogando na cama.

- Oii Emilyn! Nem vi que você tinha chegado. Quer ver a carta que eu fiz pro meu pai?

- Agora não Heloise, agora não. -Já estou acostumada a ser recebida pelas falas sobre as cartas amorosas da Heloise para meus pais. O que eu por sinal eu achava babaquice. Mas, ela ainda era pequena, tinha muito o que aproveitar mesmo.

Ignorei as falas sobre como fora o dia na escola e como seu coleguinha caíra sem sentido algum na sua frente.
Abri o guarda roupa buscando un short folgado e, como de costume fiquei com as meias. Sai do quarto deixando a pequena dos olhos espertos falar sozinha.
Entrei no banheiro, e escutei um leve som de violão.
A senhorita perfeita estava tocando, maravilhosamente como sempre.
Tirei meus anéis e colares que eu tanto usava, amarrei os cabelos em um coque desajeitado e levantei as mangas do meu moletom cor que fazia jus ao meu apelido.
Joguei uma água no rosto, lavei as mãos, e dei uma olhada nos riscos vermelhos que enfeitavam meu pulso.
Fiquei um tempo encarando, horrorizada pela forma que utilizava para aliviar minha dor.
Até ouvir batidas fortes na porta do banheiro.

- Emilyn? A louça não vai ser limpa sozinha viu! - Minha mãe, como de costume, me lembrava sempre do que eu já sabia que tinha que fazer. Apenas abri a porta e fui rumo a cozinha.

Meia hora depois, estava tudo limpo, impecável como minha mãe gostava. E fui para meu quarto. Onde Heloise já não se encontrava mais, ouvi apenas o violão e duas vozes que vinham do quarto do outro lado do corredor.

Me deitei, tentando não pensar que elas estavam se divertindo muito sem mim.
E peguei meus fones, colocando a música do Legião Urbana-Andrea Doria.
Deus, como eu amava aquela música.

Pouco tempo depois, meu celular da uma leve vibrada. Me despertando da minha total concentração do meu livro "Belo Desastre". Sugerido e emprestado pela minha amiga Ashley, que por sinal era a dona da mensagem.

- Hey Flor? :) .. Está lendo o livro?

- Estou sim, e é muito boom vey! Amei! Obgd pela confiança em emprestar teu livro indiazinha kkk sei como é difícil pra você.

- Não esquenta kkkk em você eu confio! :p .. Olha vou dormir, te vejo amanhã okay?

- Okay, beijos :) - Respondi minha amiga ciente de seu ciúme pelo livro que me imprestou. Teria que cuidar dele com minha vida, palavras de quem me mataria se deixasse alguma rasura em sua segunda paixão.
A primeira era um garoto que curtia Pink Floyd e tinha um cabelo bem.. Diferente.

A hora passou voando, e olhando pasma para o relógio que marcava dez e meia da noite, me apressei para tomar banho.

Mas, a mensagem de um jovem galã me chamou atenção.

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