Capítulo 08.
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A autoria da história pertence a mim e Juliartesoliveira
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Caros leitores e leitoras, venho humildemente pedir desculpas por um pequeno equívoco. Descobri que cometi um erro ao me referir ao marquesado de Keisuke, quando na verdade é o marquesado de Baji. Sim, Baji é o sobrenome da família de nosso querido (e levemente analfabeto) uns dos pares românticos do nosso protagonista.
Além disso, quero pedir desculpas pela demora na publicação dos capítulos. Eu, Juju, comecei a trabalhar, enquanto Lulu está ocupada cuidando de seus irmãos. Agradecemos a paciência de vocês e prometemos fazer o possível para trazer os próximos capítulos o mais rápido que conseguirmos. Obrigada pela compreensão!
assinado: Ju
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- "Como te atreves, ó criatura miserável e desprovida de propósito! És incapaz, até mesmo, de realizar a singela tarefa de carregar livros? Tal incompetência é uma afronta abjeta à própria essência do existir!" - bradou a jovem dama, sua voz alta e firme ecoando pelos corredores da biblioteca. Havia em suas palavras uma teatralidade cruel, que soava quase ensaiada. Ela erguia o queixo com a mesma arrogância com que segurava as laterais de seu vestido azul desbotado, apertando o tecido entre os dedos finos, como se aquela demonstração de elegância compensasse a simplicidade visível de sua vestimenta. Seu cabelo ruivo, arrumado com esmero, reluzia sob a luz fraca das janelas da Academia, e os olhos verdes, pontiagudos como punhais, observavam a figura ajoelhada à sua frente com evidente desprezo.
A criatura em questão era uma bestial, uma jovem de aparência bovina. Seu corpo pequeno e frágil era uma mescla de humano e animal, coberto por uma pelagem branca com manchas negras. Pequenos chifres despontavam de sua cabeça, e suas orelhas, caídas e trêmulas, eram a imagem da submissão. Carregava um semblante abatido, como se o peso de uma vida inteira de humilhações repousasse em seus ombros estreitos. Vestia-se em trapos velhos, de tecido desgastado e cinzento, e junto ao pescoço pendia um fino colar de ferro - o símbolo da servidão.
As vacas bestiais, Takemichi sabia bem, carregavam uma sina terrível. Fêmeas eram frequentemente usadas como amas de leite, amamentando as crianças das famílias nobres, mas esse era apenas o lado aceitável de sua escravidão. Sob os véus de privacidade das grandes casas, eram também submetidas a práticas sensuais e degradantes, com o corpo explorado para satisfazer os caprichos mais depravados de seus senhores. Os machos, por sua vez, sofriam de um fardo ainda mais bizarro: seus corpos produziam leite em abundância, mas apenas sob estímulos físicos e sensuais específicos. Caso fossem privados desse processo, suas glândulas inchavam a ponto de lhes causar dores lancinantes, tornando-os dependentes de uma rotina humilhante.
Takemichi assistia à cena do canto da biblioteca, escondido entre as estantes de livros antigos. Seu olhar estreito e desconfiado acompanhava a jovem dama, analisando cada gesto e palavra com um misto de curiosidade e repulsa. "Nobres... Sempre se acham tão superiores. Mas por que alguém como ela estaria aqui com um escravo desse tipo?"
Era estranho, muito estranho. Bestiais como aquela jovem vaca eram raramente vistos fora dos limites das mansões ou campos de trabalho, ainda mais em um local respeitável como a Biblioteca Principal da Academia de Despertados. Para trazê-la até ali, a dama ruiva certamente tinha um motivo. Takemichi ponderava: seria um espetáculo público de humilhação? Talvez a criatura fosse fruto de um escândalo - uma relação vergonhosa dentro da família da dama - e agora estivesse ali para ser exposta e humilhada. Ou talvez a nobre estivesse apenas entediada, buscando diversão em atos de crueldade barata.
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The Actor of a Novel "Real" [LIVRO 1
FanfictionTakemichi era um escritor de romances de fantasia, um campo no qual, apesar de ser novo, havia conquistado um reconhecimento notável entre os leitores. Comentários sobre suas obras variavam de elogios calorosos a críticas afiadas, refletindo o impac...