CAPÍTULO 14

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14

Eu respiro fundo quando cruzamos a entrada do labirinto. As paredes gigantescas de pedra parecem me esmagar, como se estivessem esperando o momento certo para fechar e acabar comigo de vez. O som dos meus passos ecoa, acompanhando o silêncio desconfortável do grupo.

Thomas para de repente, erguendo uma mão para sinalizar que precisamos diminuir o ritmo. Todos congelam, menos Minho, que se aproxima dele com o olhar atento.

— Algum problema? — pergunta Minho, a voz baixa, quase um sussurro.

— Algo passou por aqui. — Thomas aponta para o chão. Rastros profundos cortam o solo em várias direções, como se algo enorme tivesse se arrastado recentemente.

Minho se agacha para observar melhor, tocando os sulcos no chão com os dedos. — O verdugo que perseguiu o novato..

Eu engulo em seco, tentando ignorar a sensação de que algo está nos observando. Dou um passo para trás sem querer, e uma pedra solta rola pelo chão, quebrando o silêncio.

— Quieto, Mértila. — Minho se levanta e me encara, os olhos estreitos de irritação. — Não quero que você ferre isso pra gente.

— Tá bom, chefe. Vou pisar em nuvens da próxima vez. — Respondo seco, cruzando os braços.

Thomas troca um olhar rápido com Minho, mas nenhum dos dois responde. Eles continuam andando, e eu, sem muita escolha, sigo atrás.

Quando chegamos ao local, o cheiro metálico do sangue ainda paira no ar. Não demora muito para que todos parem. O corpo do Verdugo está lá, estirado no chão, suas lâminas desativadas e o corpo colossal meio coberto por poeira e marcas de batalha.

— Está aí. — Digo, cruzando os braços, tentando esconder o incômodo ao revê-lo.

Minho caminha até o cadáver, circulando o corpo com cuidado, enquanto Thomas se aproxima devagar, os olhos arregalados.

— Porra... você realmente matou essa coisa? — Minho pergunta, olhando para mim com uma mistura de ceticismo e respeito.

— Ethan.. você é humano? — Caçarola diz incrédulo

— Foi ele ou eu. Achei que preferissem que eu voltasse. — Respondo, tentando soar casual, mas meu coração ainda está acelerado.

Thomas se agacha ao lado do Verdugo, tocando com cuidado uma das lâminas desativadas. — Isso... isso é maior do que me lembrava.

Minho para ao lado de Thomas, avaliando a cena com olhos experientes. — Bom, o que importa é que você conseguiu. Mas por que diabos ele ainda está aqui?

— Como assim? — Pergunto, confuso.

— Normalmente, quando um Verdugo morre, o corpo é levado de volta para onde quer que eles venham. Não sobra nada. — Minho responde, a voz carregada de preocupação.

Thomas se levanta, limpando as mãos na calça. — Talvez isso seja um sinal. Algo mudou.

Minho ainda está parado ao lado do cadáver, os braços cruzados e a testa franzida. Sua expressão é séria, mas para mim, ela só transparece algo que não consigo ignorar: covardia.

— Talvez seja mesmo um sinal. — Digo, rompendo o silêncio. Minha voz sai mais alta do que eu pretendia, atraindo a atenção de todos. — Um sinal de que você deveria ter ficado e ajudado, Minho.

Ele vira a cabeça na minha direção devagar, o olhar afiado como uma lâmina. — O que você disse?

Dou um passo à frente, ignorando o nó na garganta e a adrenalina subindo de novo. — Você ouviu. Fugir foi a única coisa que você conseguiu fazer enquanto essa coisa tentava me matar.

Maze Runner: Correr Ou Morrer - O último.Onde histórias criam vida. Descubra agora