III

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Tento ao máximo ajeitar o meu cabelo, e puxar a t-shirt pertencente ao Lucas para baixo.

O que é que eu tinha na minha cabeça de tirar a roupa toda ficando unicamente com roupas íntimas e atirar-me para um lago á frente de um rapaz? O que se passa comigo? 

Fui para debaixo da árvore, a t-shirt dava-me a meio das coxas mas mesmo assim certificava-me que não estava a mostrar a minha roupa interior umas mil vezes.

- A água estava tão perfeita! - disse o rapaz sentando-se ao meu lado, unicamente de boxeares o que me deixava um pouco desconfortável, mas ao mesmo tempo com pensamentos impróprios, mas mesmo assim desejáveis.

- Está tudo bem? - disse Lucas a rir-se fazendo-me assim corar imensamente, pois só não estava a olhar para ele... eu estava a olhar para as zonas dele com desejo de algo mais.

- Desculpa. - disse a olhar fixamente para o chão de modo a que ele não repara-se que eu estava envergonhada o que já era mais que óbvio.

- Não te preocupes, eu fiz o mesmo a ti enquanto tiravas a roupa. - disse muito calmamente enquanto levantava a minha cabeça pelo queixo e no final olhava-me nos olhos, fazendo-me chegar um pouco para trás, pois estávamos muito próximos.

- Estas com medo de quê? - não disse nada, pois a verdade era embaraçosa.

- Que eu faça isto? - mal ele acaba de falar, ele põe as duas mãos nas minhas bochechas rosadas pela vergonha e une rapidamente os nossos lábios, ao início estava com medo que ele estivesse a aproveitar-se de mim, mas afastei esses pensamentos quando senti o frio que provinha do seu piercing e quando senti a maciez dos seu lábios.

Afastei um pouco os lábios dando assim a oportunidade da língua de Lucas entrar e explorar cada canto da minha boca, este beijo era selvagem e cheio de desejo.

Quando separamos os nossos lábios abro os olhos rapidamente, podendo assim ver um rapaz com um sorriso nos lábios, lambendo-os de seguida como se quisesse sentir mais sabor daquele beijo e de olhos fechados abrindo-os gradualmente. Era a vista mais bonita de sempre, não por ele ser bem parecido mas também pela maneira de como eu o deixava.

Perguntava-me se eu o fazia sentir da mesma maneira que ele me faz.

Eu sentia-me sem forças, eu estava nostálgica pelo toque macio dos seu lábios, pelo frio metálico do seu piercing que embatia nos meus.

Eu tinha visto que a sua face estava a ser ocupada por um sorriso mas não sabia se Lucas sentia esta eternidade de sentimentos.

Ele tinha aberto os seus olhos totalmente e agora olhava-me como se tivesse a tentar ler os meus pensamentos, quando que eles estão a ser ocupados por ele e os meus confusos sentimentos.

Pensava que íamos ficar em silêncio até secarmos, e era assim que queria, mas parece que não, pois o rapaz com o cabelo loiro sujo levantasse veste as calças...

- Depois dás-me a t-shirt. - disse da maneira mais seca possível e indo-se embora.

Eu queria responder mas ele tinha sido muito rápido deixando-me congelada a olhar para ele.

Como já era óbvio eu tinha cometido um erro, eu devia de ter interrompido o beijo, pois ele só queria beijar-me e ir embora como faz com as outras raparigas.

Eu sabia que era demasiado bom para ser verdade eu não o fiz sentir de uma maneira diferente, eu não o fiz sentir como ele fez-me a mim.

Levantei-me vesti os calções e as sapatilhas e saí da gruta, não sabia onde é que estava mas limitei-me a continuar a andar.

Passado um pouco vi os comboios isso significava que estava longe de casa e que provavelmente andei para o sentido contrário, eu adorava aquele lugar, aquele cheiro então decidi entrar e ficar num banco perto da linha a relaxar um pouco e a ver os comboios passar.

Comecei a ouvir um comboio a aproximar-se, ele era diferente dos outros estava todo cheio de desenhos feitos com latas de tinta, mas não eram aqueles grafites comuns com palavras e desenhos estúpidos.

Eram verdadeiras obras de arte, tinham de asas de anjos até olhos a chorar.

Quando os comboios partiram e as linhas estavam vazias decidi ir para casa.

O céu estava negro as estrelas estreladas e a lua totalmente cheia quase a transbordar, as pessoas estavam todas a dormir não havia luz nas ruas somente as estrelas que brilhavam como nunca tinham brilhado antes. Mas eu... Eu estava mais acordada que nunca.

Finalmente em casa...
Bati á porta três vezes, o Ashton abre a porta e começa logo a embirrar comigo porque tinha demorado muito tempo a vir para casa.

- Eu já ia ligar para a polícia... Eu pensava que tinhas fugido de casa.

- Eu já estou aqui, não te preocupes. E porque é que eu haveria de fugir de casa?

- Sei-lá, o que é que estavas a fazer na estação de comboios? Ainda por cima á hora do comboio dos mortos? Tas maluca?

- Comboio dos mortos? - sussurrei. Espera... Como é que ele sabe??

- Tu ouviste alguma coisa que eu disse? - berrou, já dava para ver todas as suas veias na testa e no pescoço, e também já estava com medo do que ele poderia fazer... Se fosse a minha mãe não acontecia nada mas o Ashton estava a ter uma reação diferente...

- Como é que tu sabes que eu estava lá?

- Disseram-me, agora vai para o teu quarto e mete-te na cama a dormir! - disse estendendo o dedo indicando as escadas.

Fui para o meu quarto, e pus o meu telemóvel a carregar, tinha 6 chamadas não atendidas, todas do Ashton.

Troquei a minha roupa por apenas um robe e fui tomar banho, quando acabei o meu banho pus novamente o meu robe e escovei os dentes e o cabelo, voltei para o meu quarto e pus o pijama.

Peguei em fones e no meu mp3 e fui para a pequena varanda que tinha na janela do meu quarto, deitei-me num puf que já lá tinha e fiquei a olhar para as estrelas que brilhavam como nunca, enquanto ouvia música, decidi pôr a All Of The Stars do Ed Sheeran, pois era a que  mais adequava ao momento.

Estava a olhar para o céu quando reparo que no meu telhado havia uma parte lisa, sem telha, já tinha visto vários filmes em que as pessoas tinham aquilo nos telhados mas nunca tinha verificado no meu.

Ás escondidas fui buscar um escadote para poder subir para o telhado, peguei também em algumas mantas e almofadas e fui para o novo local que eu descobri.

Tinha de me lembrar de levar velas da próxima vez que fosse pra lá, a minha sorte é que lua estava cheia e muito brilhante podendo assim iluminar o local.

Eu chamo-me Rachel Irwin e esta é a minha história...

Invisible [LH] •PT•Onde histórias criam vida. Descubra agora