Eu gosto quando você me chama de Amor

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Kate

–E essa aqui foi no dia do nosso casamento, estávamos indo para a lua de mel.

Yelena diz e aponta para uma das milhares de fotos penduradas ali, vou até a foto e olho de perto. É impossível não sorrir ao ver a minha versão mais jovem — A versão da qual me lembro — e a de Yelena juntas, na foto eu estou usando um vestido branco bonito de noiva e estou sentada de lado no seu colo. Yelena por sua vez usa um terno branco muito bem cotado que parece se encaixar perfeitamente no seu corpo, sua cabeça está recostada no meu colo, seus olhos fechados e ela sorri. Meu sorriso na foto não é muito menor que o dela.

–Nós parecemos felizes. — Sorrio.

–Sim. — Continuo olhando para a foto. Tento forçar a minha mente para se lembrar desse dia, mas nada acontece. — Eu aluguei uma limusine gigante e você quase enfartou quando viu.

Ela conta e gargalha, olho para ela e sou contagiada pelo som da sua risada. Sua cabeça sendo balançada de um lado para o outro, Yelena morde o lábio inferior e olha para baixo.

–Isso é a sua cara. — Ela levanta a cabeça ao ouvir o meu comentário. — Me lembro bem do quão exagerada você era. Principalmente quando você estava com aquela sua moto gigante. Seu gosto não parece ter mudado muito. — Solto uma risada nasal.

–Ok, A: A minha moto nem era tão grande assim, você tá exagerando. E B: O meu gosto é ótimo, obrigada.

–Era grande sim. E você pilotava que nem uma maluca. Eu quase morri naquele dia em que perseguimos o abutre, pensei que sairíamos voando daquele troço.

–Que exagero, Amor, foi você que ficou de pé na minha garupa e... — Yelena para quando percebe que eu mordi os lábios e dei um pequeno sorriso ao ouvi-la me chamar daquele jeito. — E-eu... Desculpa, saiu sem querer.

Olho para ela que está com as bochechas coradas e junto as sobrancelhas confusa.

–O quê?

–Eu te chamei de “amor”, de novo... Foi sem querer, eu juro que tô tentando parar.

Esclarece e a expressão no meu rosto suaviza, hesitante dou um passo para mais perto dela. Yelena me olha quase sem piscar e sem se mover. Nem sei dizer se ela está respirando, mas tenho a impressão que não. Aproximo meu rosto do seu e quando estou prestes a juntar nossos lábios, meu celular começa a tocar. Saltamos para longe uma da outra por conta do susto.

–Jesus!

Exclamo levando uma mão até o meu peito e puxando o celular com a outra. Yelena solta uma risadinha nervosa e eu leio o nome na tela “Ela”. Bufo e olho brevemente para a Yelena que dá de ombros e me oferece um olhar solidário enquanto eu atendo e levo o celular ao ouvido:

–Mãe?

–Onde você está, Kate? Vocês deixaram o Ethan aqui sozinho...

Tiro o celular da orelha, solto um suspiro e reviro os olhos antes de trazê-lo para perto da orelha mais uma vez. Yelena ri da minha reação e isso também me faz sorrir, era quase como se o sol aparecesse entre as nuvens escuras:

–Eu vim dar uma volta com a Yelena.

–Onde?

–Na casa que era do meu pai. Aquela que você vendeu, lembra mãe?

–Ah, não me venha querer falar disso agora, Kate, nós já conversamos sobre isso. — É, só que eu não me lembro. Penso e bufo mais uma vez. — Vem logo pra casa, eu já arrumei o jantar e a empregada preparou o quarto de hóspedes para vocês.

Stupid Wife - BishovaOnde histórias criam vida. Descubra agora