MARIANA
Augusto e eu estávamos no rio, completamente nus, e seus braços envolviam a minha cintura, enquanto suas mãos deslizavam lentamente pela minha pele, traçando círculos preguiçosos em minha pele barriga.
Fechei os olhos e deixei minha cabeça recostar em seu ombro, absorvendo a sensação de paz. Depois de tanto tempo carregando uma tristeza que parecia não ter fim, me sentir assim era maravilhoso.
Era isso. Pela primeira vez em anos, eu podia dizer com convicção: eu estava feliz.
Sem perceber, um sorriso se formou em meus lábios. Abri os olhos e os voltei para o céu, onde as nuvens se moviam devagar. Depois de tudo que passei, não imaginei que seria possível me sentir assim de novo, mas eu estava imensamente feliz.
Ouvi o riso fraco de Augusto e olhei para ele.
— Está rindo de quê, hein? — perguntei, tentando parecer séria, mas falhando. Meu próprio sorriso escapou antes mesmo de sequer terminar a frase.
— Não posso admirar a minha esposa? — ele respondeu, apoiando o queixo no meu ombro nu e deixando um beijo lento ali, fazendo minha pele arrepiar. — Minha linda esposa.
Senti as mãos dele subindo devagar pela minha cintura até chegarem aos meus seios, e meu corpo inteiro ficou tenso.
— Augusto... — sussurrei, sem saber se reclamava ou me rendia.
— O que foi? — ele murmurou no meu ouvido, apertando meus seios.
Senti o calor subir até minhas bochechas.
— Pare. — falei, tentando ignorar a onda de calor que o toque dele provocava. Dei uma cotovelada leve em seu abdômen, mas ele nem se mexeu, apenas riu contra minha pele.
— Por quê? — ele perguntou, a voz cheia de provocação.
— Porque sim, Augusto. — insisti, virando de frente para ele.
Quando meus olhos encontraram os dele, não pude resistir, então deixei um beijo no pescoço dele, sentindo sua barba arranhar de leve o meu rosto.
Nunca fui de ter vícios. Nunca fumei, nunca bebi além da conta, mas, definitivamente, o cheiro de Augusto tinha se transformado no meu maior vício.
Eu respirava fundo, querendo gravar aquilo em minha memória, porque sabia que não importava o quanto eu tentasse, nunca seria o suficiente.
— Ainda soa estranho? — ele perguntou, enquanto suas mãos deslizavam pelas minhas costas.
— O quê? — murmurei, ainda com o rosto enterrado em seu pescoço.
— Ser minha esposa. — Ele inclinou a cabeça, sussurrando no meu ouvido enquanto os lábios roçavam minha pele. — Porque eu estou gostando muito disso.
Eu levantei a cabeça, o encarando com curiosidade e um sorriso tímido nos lábios.
— É mesmo? — perguntei, provocando.
— Muito. — Augusto respondeu, segurando meu rosto. Seus olhos brilhavam de um jeito que fez meu coração disparar. — Me dei conta de que nunca fui completo, pois faltava algo.
— E o que era? — perguntei. — Uma esposa?
— Não. — Ele negou rapidamente, balançando a cabeça. Seus dedos deslizaram pelo meu rosto com uma ternura. — Era uma Mariana. Ou melhor, a minha Mariana.
Eu senti um nó na garganta com aquelas palavras, e meu sorriso vacilou por um segundo, enquanto meu coração parecia querer saltar do peito.
— Você não cansa de ficar dizendo que sou sua? — sussurrei, mordendo levemente o lábio.
Quem eu queria enganar? Cada vez que ele dizia isso, meu coração derretia. Eu amava ouvir aquelas palavras de Augusto.
— De maneira alguma. — Ele respondeu, aproximando-se mais, até que nossas testas se tocaram. — Você é minha. E não pretendo deixar ninguém tirá-la de mim.
Meu sorriso ficou mais largo.
— E você é meu, Augusto. — falei, peguei seu queixo, fazendo-o me olhar. — Ninguém vai tirar você de mim. Muito menos Geórgia. Se ela tentar, eu arranco ela daqui pelos cabelos. — Ameacei, enquanto acariciava o rosto dele, minhas unhas roçando de leve a barba que tanto adorava.
Meu marido riu, mas eu mantive minha expressão séria, o que fez ele parar de rir e erguer uma sobrancelha, intrigado.
— Está falando sério? — ele perguntou.
— O que você acha? — rebati, enquanto o encarava sem piscar. — E se isso acontecer, nem pense em me segurar. Porque eu juro que sobrará até mesmo para você! — finalizei.
Dessa vez, ele gargalhou alto, jogando a cabeça para trás, e eu não pude evitar de sorrir, mesmo tentando me manter firme.
— Você está avisado, Augusto. — acrescentei, estreitando os olhos.
— Estima tanto assim o seu marido, Mariana? — perguntou, seus olhos brilhando com uma diversão que eu já começava a reconhecer. Assenti, enquanto sentia ele distribuir vários beijos em meu rosto. — O suficiente pra admitir que está apaixonada por mim?
Minha boca se abriu e fechou, e ele riu ainda mais.
— Eu sabia! — provocou, inclinando-se para me beijar. — Eu sabia que você estava.
Ele fez uma pausa, seus olhos presos aos meus.
— Eu também estou apaixonado por você, minha querida. — Ele sorriu de canto, me desarmando.
Meu coração bateu mais forte. Aquela palavra... minha querida. Eu adorava isso também.
— Apaixonado? — sussurrei, tentando controlar o tremor na voz.
— Perdidamente. — Ele segurou meu rosto, firme, mas com cuidado. — E acho que você também está.
— Convencido. — Revirei os olhos, mas não consegui segurar o sorriso.
— Então é um sim? — Insistiu, arqueando uma a sobrancelha, divertido.
— É um sim. — Finalmente admiti, o peito transbordando de emoção. — Eu estou apaixonada por você, Augusto. Como você disse? Perdidamente.
Ele sorriu, antes de me puxar para e me beijar de novo, murmurando contra os meus lábios:
— Agora você é minha, Mariana. E eu sou seu. — Ele murmurou contra meus lábios antes de começar a espalhar beijos pelo meu pescoço novamente. — Sempre seu.
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Acordo com a Fera [Concluído]
RomansaTrilogia Paixões Rurais | #2 Mariana estava acostumada a perdas. Mas no dia de seu aniversário, ao fazer um simples pedido, sua vida vira de cabeça para baixo. Sem entender como, ela acorda em uma fazenda no ano de 1859, diante de um homem misterios...