Prólogo

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            Enquanto caminhava em direção à saída da estação de trem de Londres, Eduardo era observado por uma garotinha, ela não parecia ter mais do que seis ou sete anos de idade. Ele olha para a menininha que ao perceber que era observada, abre um lindo sorriso - Você me viu – seu sorriso se torna ainda mais terno e há um lindo brilho em seus olhos – Você é quem vai me ajudar. - Ela o olha com expressão de grande alegria nos olhos e o toca no braço, ao fazê-lo, Eduardo é transportado para outro local.

Eduardo se vê agora de frente da casa onde julgava ter passado grande parte de sua infância, novamente ela o segura nos braços, roubando-lhe a atenção. Ele a observa novamente, e em seus lábios aquele belo sorriso permanece. Eduardo não compreende bem o motivo, mas sente uma grande paz interior e por mais que sentisse que deveria temê-la, não teme em estar ao seu lado. Enquanto ele observa mais uma vez o lindo sorriso que brota quase instantaneamente do rosto da pequena criança, ele sente uma brisa estranha tocá-lo, e em seguida ele é levado a contemplar o céu.

Enquanto observa o Céu, sente-se flutuando, mas isso não o assusta, na verdade, nada o assustaria naquele instante, nem mesmo a cena que passa diante de seus olhos enquanto observa aquele imenso céu, que parecia mover-se a sua frente. O céu que Eduardo observa não esta como o céu de todos os dias, ele esta com um tom vermelho, como que pintado pelo por do sol, mesmo a hora não sendo tão avançada. Ele observa aquele céu, com um vermelho meio alaranjado e meio rosa que parecia estar se movimentando diante de seus olhos. Duas nuvens começam a ganhar forma enquanto se movem como se estivessem vivas, as nuvens começam a ganhar rostos e corpos, até que se assemelham a anjos, dois anjos imensos feitos de nuvens que olham para ele e para a garotinha que o acompanhava e sorriem, fazendo um breve aceno com a cabeça. Eduardo não entende o que estava vendo, mas em um instante ele compreende que esta agora em uma dimensão paralela, e aquela criança que esta ao seu lado não esta viva, mas morta e por algum motivo o levará ali para pedir sua ajuda. Eduardo olha novamente para a menina que novamente sorri e lhe diz: - Você pode me ver – sorrindo – Depois de tanto tempo tentando chamar a sua atenção você está me vendo, e você vai me ajudar a pegar o homem que me fez isso.

Eduardo é transportado para dentro da sala de uma casa, tudo indicava que aquela era a mesma casa que ele estava olhando da rua, a se ver dentro da casa, a sensação de que havia passado sua infância naquele lugar se torna ainda mais forte, de repente, ele está com um papel e uma caneta em mãos e a menininha pede para que ele escreva uma carta e a entregue. Ele escreve conforme ela fala o que deve ser escrito, enquanto escreve ele não percebe, porem, após terminar ele olha para o papel e vê que a letra não eram as letras dele, mas sim a letra de uma criança. A folha contem letras e desenhos, uma menina feita de palitinhos e alguns corações. A carta é uma mistura de consolação para alguém, seguida de algo que parecia ser uma declaração de amor, porem, era como se fosse escrita para um homem bem mais velho do que a criança. Após terminar de escrever a carta a menininha olha novamente para ele sorrindo e diz: - Finalmente consegui chamar a sua atenção, e você vai me ajudar a pegar o meu assassino – ela olha para ele com uma expressão de alegria inigualável – Entregue essa carta ao Victor. Você vai me ajudar. Não se preocupe nada vai acontecer a você. Você foi escolhido para me ajudar.

Mesmo sabendo que a menininha estava morta, Eduardo não sente medo dela, mas apenas uma forte ternura e amor por ela. Ele sente como se aquela fosse sua missão. Entregar aquela carta aquele homem. Enquanto ele a observa e observa o ambiente a sua volta se dando conta que aquela era uma dimensão paralela entre o mundo dos vivos e dos mortos, ele acorda de sobressalto em sua cama, com o suor escorrendo em seu rosto. Ele respira fundo e senta-se na cama a procura dos chinelos para calçar. Eduardo ascende à luz do abajur, o relógio marca três horas da manha, ele coloca as duas mãos na face que estava encharcada de suor e inclina a cabeça para frente, de forma que seus longos cabelos pretos, cortados rente aos ombros, que ele mantinha preso a maior parte do tempo, caem para frente, cobrindo suas mãos. Eduardo pergunta se por que, outra vez havia sonhado aquele sonho. Um sonho que o perseguia durante anos e que ele nunca havia conseguido compreender ou explicar. E assim permanece pensativo e se questionando até o amanhecer, mas por mais estranho que parece-se, embora houvesse um certo incomodo interior que o fazia transpirar, sempre que lembrava do sorriso daquela criança, uma sensação de paz o dominava. Mas uma pergunta o incomodava.

- Quem é Victor?

Y+*8


Efeito ÂngelaOnde histórias criam vida. Descubra agora