A Entrega do Nobel.

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          É realmente notável como a cidade de Paris toca na mente e nos coração das pessoas. Não é atoa que a chamam de "a cidade do amor". Escritores, pintores, ou qualquer outro tipo de arte, sejam quais forem os artistas, o simples fato de estarem em Paris é o suficiente para fazer com que a sensibilidade e inspiração deles aumentem. A mais doce sensibilidade artística parecia pairar sobre Paris, completando o esplendor e beleza daquela cidade de forma ainda mais especial aquela noite, quando pela primeira vez, seria o palco para a entrega de um Nobel, ainda que de forma simbólica.

          No momento em que adentrou ao teatro Palais Garnier, Eduardo sentiu-se pequeno e maravilhado com o esplendor do que via. O primeiro salão era redondo e espaçoso, suas paredes eram todas trabalhadas, de forma cuidadosa e precisa, formando magníficos desenhos em alguns pontos, enquanto lustres e luminárias completavam a decoração em outros, dando ao lugar um ar medieval. Ao olhar para cima era possível avistar pequenas galerias no segundo andar. Duas grandes e espaçosas escadarias no centro conduziam até elas. O teto por si só era sublime. Tão detalhado quanto as parede, se não mais. Em seu centro, havia uma pequena abertura coberta por vidro transparente, o que permitia que a luz natural entrasse. Ao lado da abertura, haviam pinturas de anjos e santos, dando a impressão de serem quatro quadros colocados um ao lado do outro, também em forma de circulo, para acompanhar a simetria do salão. Conforme Eduardo caminhava observando o lugar, sentia-se como se caminha-se no interior de um luxuoso castelo, cuja a beleza do primeiro salão, já demonstravam o poder e riqueza do rei que lá vivia.

          A parte interna do teatro, onde ocorriam os eventos eram tão belas quanto às outras. As poltronas eram vermelhas e aconchegantes, havia três imensas galerias de ambos os lados. Quanto mais observava esses detalhes, menos confortável ele sentia de estar ali. Eduardo não gostava muito da ideia de ser o centro das atenções, por isso, preferiria receber o preio em qualquer outro lugar e com menos pessoas. Subir no palco de um teatro e fazer um discurso não parecia ser a forma mais adequada de receber um Nobel, ao menos para ele.

          Um senhor calvo e de bigode se aproxima, trajava um smoking preto, uma roupa típica para eventos desse porte. Ao se aproximar, Eduardo se coloca de pé e ambos dão dois beijos, um de cada lado da face. "jamais vou compreender esse costume francês" pensou consigo mesmo enquanto voltava a sentar-se sorrindo. O homem com quem conversava era um grande escritor e general Frances já aposentado, sempre que possível, falava sobre os tristes dias de guerra que viveu. Mas hoje ele não estava ali para isso, hoje ele queria apenas cumprimentar um dos escritores mais jovem a ser honrado com um Nobel. Ele explica para Eduardo como a cerimonia irá ocorrer e o motivo que os fizeram alugar aquele teatro ao invés de entregar o premio em uma academia como era o costume, coisa que o mestre de cerimonia já havia feito alguns minutos antes.

          As luzes se apagam encerrando a conversa. A cortina do teatro se abre e uma linda dança se inicia no palco. Bailarinas pareciam deslizar e flutuar de um lado ao outro, transformando a dança quase que em uma encenação de teatro muito bem organizada. A coreografia era fantástica, mesmo Eduardo que não gostava nada de balé, ficou admirado com a forma que as parisienses dançavam. Por um momento seus pensamento tentaram se distanciar para Angélica, porem, ele se esforçou para manter-se atento, pois pior do que travar diante de mais de 1300 pessoas que estavam ali para homenageá-lo, seria não ouvir quando o chamassem para subir ao palco. Após o termino da dança as luzes se acendem e um homem grisalho e de óculos entrou no palco. Eduardo quase não conseguia acreditar no que via "Como eles"... Antes que ele pudesse completar o pensamento o homem inicia o discurso.

- Já entreguei o premio Nobel de literatura algumas vezes desde que me concederam essa honra na academia Sueca ha algumas décadas. Mas é a primeira vez que entrego o mesmo premio duas vezes para o mesmo homem e em dois lugares diferentes. - As pessoas aplaudem após ele dizer essas palavras. - E acreditem me sinto lisonjeado em poder faze-lo - Novamente as pessoas aplaudem e após alguns segundos de silencio o homem continua - Conceber um Nobel nunca é tarefa fácil para a nossa academia. Sejam quais forem as áreas, Independente de serem os prêmios de Física, Química, Fisiologia, Medicina, ou mesmo o Nobel da paz ou Literatura. Em todos esses é feita uma análise minuciosa antes de entregá-los. Só concedemos o premio para as pessoas que fizeram de fato uma contribuição relevante para a humanidade em uma dessas áreas. E isso nunca é tarefa fácil. Porem, se você for de uma dessas áreas e nunca recebeu um Nobel, isso não quer dizer que você não fez uma contribuição importante. Tenho por mim que todos nós temos algo a contribuir para a humanidade e que seria impossível, dar o reconhecimento a todos os que o merecem, porem, alguns de todas essas classes que eu citei, são selecionado e recebem o premio não apenas para eles, mas sim para eles e para todos os que eles representam. - Novamente a plateia aplaude. - Dessa forma - Faz sinal para que Eduard vá até ele - Quero chamar a juntar-se a mim nesse palco. E apertar as minhas mãos mais uma vez, ou beijar-me nos dois lados da face, como o bom costume frases nos recomendam, o jovem escritor Eduardo. - Eduardo se aproxima - Digo jovem por ser o mais novo a receber tal premiação. Rudyard Kipling, tinha 42 anos quando o recebeu e até poucos dias ocupava esse posto, porem, por questões de messes entrego o prêmio e o posto de mais jovem ganhador do Nobel de literatura ao jovem escritor Eduardo. - Olhando para ele diz - Por sua maestria narrativa, e por sua escrita que através da combinação entre realidade e romantismo tem contribuído para uma nova perspectiva da sensibilidade da alma humana. E trazido um pouco mais de amor, para a nossa sociedade que ainda está a se recuperar de logos e trágicos anos de guerra. - Ele entrega o premio a Eduardo o abraça e lhe dá dois beijos sem jeito na face, fazendo alguns franceses sorrirem de forma disfarça na plateia.

Efeito ÂngelaOnde histórias criam vida. Descubra agora