Capítulo 6 - Savannah

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Senti um peso súbito saltar para as minhas costas, o que me fez lançar um guincho de surpresa pouco ou nada atraente.

-Agarra-me as pernas se não eu caio! - ouvi a Abbie exclamar junto ao meu ouvido enquanto se agarrava aos meus ombros.

Coloquei então as minhas mãos nas suas pernas, ouvindo o Ashton, que se sentara em cima de uma mesa, rir-se às gargalhadas.

-Qual é a tua panca em ir para as cavalitas das pessoas? - perguntou ele, levantando uma sobrancelha.

-Para que é que eu vou cansar as minhas pernas e os meus pés quando posso cansar os de outras pessoas? - respondeu a Abbie como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Antes que algum de nós pudesse responder, ouviu-se um som de susto, e vi o Michael saltar para as costas do Luke.

-Hm, quem diria. A miúda tem razão, - riu-se.

A Abbie endireitou as costas e, pelo canto do olho, percebi que ela lhe estava a lançar um olhar matador.

-A miúda tem nome, - replicou ela num tom duro.

-Não leves a mal, ele demorou dois meses a decorar o meu, - disse-lhe o Luke enquanto tentava endireitar as suas costas. 

-Ah, é daqueles que têm a mania que são demasiado fixes para se darem connosco, os comuns mortais.

De forma discreta, movi a minha mão de maneira a conseguir beliscar a coxa da Abbie, que lançou um guincho de dor.

-Estás bem, Abbie? - perguntei eu num tom de voz inocente, olhando para ela com falsa preocupação.

-Vai morrer longe, Savannah, - resmungou ela, mas nem assim desceu das minhas costas.

A Kenzi levantou-se então do chão, onde estava a desenhar qualquer coisa no seu caderno de rascunhos, e veio ter connosco, antes de olhar entre a Abbie e o Michael.

-Vocês levam o jogo do "o chão é lava" demasiado longe, - foi tudo o que disse.

-Ele é que tem falta de originalidade, - a Abbie encolheu os ombros.

O Ashton aproveitou então para a beliscar no braço ele próprio daquela vez, o que fez com que ela lançasse um "ei!" furioso. Eu e o meu coreógrafo trocámos um sorriso vencedor.

-Bem que podes ir morrer longe com ela, Ashton, - a ruiva lançou-nos aos dois um olhar de morte e obrigou-me a largá-la para se poder pôr de pé. Vi-a a olhar em volta, como que à procura de alguma coisa. - Ei, a Kay ainda não voltou?

-Deixa-a estar, deve estar a conversar com o Calum, - suspirou a Kenzi, brincando com o caderno de rascunhos que tinha na sua mão.

O Luke franziu o sobrolho enquanto o Michael descia das suas costas. Reparei então nas tatuagens no seu braço direito.

-Ei, que máximo! - exclamei, interrompendo o que quer que fosse que o Luke tivesse aberto a boca para dizer, e aproximei-me do Michael para ver melhor. - Adoro tatuagens, mostra-me as tuas!

-A sério? - perguntou ele, a levantar o braço para eu conseguir ter uma melhor perceção delas.

Passei as pontas dos dedos pelo símbolo que ele tinha tatuado na zona do cotovelo e assenti.

-Eu e a Abbie passamos a vida metidas no estúdio de tatuagens. Sempre que vejo a letra de uma música ou a frase de um livro que goste, tenho que o tatuar; a Abbie é mais de símbolos.

-Ah é? Mostra-me, então.

Baixei a alça da minha camisola  e virei-me de costas para ele para ele ver a frase que tinha tatuada sobre a minha omoplata.

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