underachiever - ziall

N I N E

Niall estava sentado na cama de casal de seu quarto, os olhos fechados e o corpo nu. O peito subia e descia calmamente, apesar de o coração estar tão acelerado quanto o bater das asas de um beija flor. Ele quase podia sentir suas costelas doerem pelo ritmo acelerado do coração. O garoto castanho ao seu lado o observava com um sorriso pequeno no rosto, os olhos escuros brilhando em malícia enquanto encarava o loiro de pele alva em sua frente.

- Você não deveria ter vindo. - Horan afirmou baixinho. Suas mãos tremiam, assim como os lábios. O nariz estava vermelho e a cabeça doía pelo esforço de segurar o choro que queria sair.

- Bem, você parece ter gostado da minha vinda. - o garoto se sentou ao lado do outro, levando as mãos grandes até os ombros do menor e acariciando sua pele nua - Niall, você nunca vai poder negar que a gente se dá bem. Além disso, o sexo é ótimo e nós somos tão podres quanto só nós mesmos. A gente se merece.

- O sexo é ótimo pra você, querido. Eu nunca tenho muito tempo pra aproveitar, se é que você entende o que eu estou dizendo. - o loiro riu irônico e sem humor algum - Você me enoja, Liam.

- Não foi isso o que você gritou quinze minutos atrás, quando eu estava dentro de você. - Niall queria vomitar. Sua cabeça doía tanto e os olhos claros ardiam como nunca antes. Tudo o que ele queria era Zayn ali, o abraçando confortavelmente e o surpreendendo a cada conversa. Mas ele havia perdido o direito de querer Zayn Malik assim que se deitou com seu ex.

- Você é nojento. Você é malvado. Você é tudo o que eu um dia quis, Liam, mas não mais. - o loiro praticamente rosnou pro castanho, que desfez o sorriso malicioso aos poucos - Mas agora você vai embora, e nós vamos esquecer o que aconteceu aqui pra sempre. Você me ouviu? Pra sempre. Eu vou fingir que nunca abri a porta pra você ontem e que você nunca me tocou. Essa manhã, assim como a noite passada, não existiu. Você tá me entendendo?

- Você sabe o que eu tô entendendo? - ele sorriu sem humor - Eu tô entendendo que você é uma vadia, Horan. - Liam Payne já estava de pé, vestindo suas roupas o mais rápido que conseguia e pegando seu celular em cima da cômoda - Uma tremenda vadia.

- Eu posso ser uma vadia, James. - Niall começou, o veneno das palavras seguintes já sendo sentido antes mesmo de falá-las - Mas definitivamente não sou a sua.

Tudo o que Niall ouviu antes de começar a chorar foi a batida alta da porta e os gritos de Liam do lado de fora.

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O vento batia forte ali, tão frio que se assemelhava a pequenas agulhas penetrando o corpo de Zayn em alta velocidade. Ele se sentou na beirada do terraço, os pés balançando no nada, os olhos observando a quietude de tudo lá embaixo. Ele pensou que Holmes Chapel era mesmo bonita.

Ele estava no terraço de um prédio que, de acordo com Harry, era abandonado. Pelo que o amigo falara, ali já tinha sido um prédio de negócios, até que o dono do lugar desistiu de levar aquilo pra frente e fechou o prédio. Mas independente do que o lugar um dia tinha sido, não havia deixado de ser bonito.

O espaço era amplo; a parte esquerda do lugar era coberta por um jardim que, sabe-se lá como, ainda era verde, bonito e bem cuidado. Flores coloridas pintavam o verde vibrante aqui e ali. Zayn suspeitava que alguém cuidasse dali, mesmo depois de o prédio ter sido desativado. Do alto, a vista era linda: Zayn conseguia enxergar perfeitamente os pontinhos brilhantes que eram as estrelas colorindo o céu escuro, assim como as pequenas casas que pareciam todas iguais preenchendo as ruas da cidade abaixo. Malik não duvidaria que aquele era um dos prédios mais altos que Holmes Chapel possuía.

Quando chegara ao local indicado pelo casal de amigos, pensou que aquele era um lugar totalmente à parte da pequena Holmes. Um prédio grande e de aparência importante, ainda que antigo, não parecia pertencer ao conjuntos de sobrados pintados de cores diferentes e gramas verdes e bem cuidadas dos parques. Mas aí, quando chegou até o terraço, quase seis horas da tarde, e conseguiu ver o pôr do sol se estender tão lindamente pelo céu, transformando a cidade toda em só um detalhe no espaço, mudou de ideia. O prédio de aparência importante era tão parte de Holmes Chapel quanto o sol fazia parte do sistema solar.