Futuro Improvável

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03 de Junho de 2024 | 🇨🇴

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Medellín, 04:20

O relógio marcava quatro e vinte da manhã quando o estrondo da porta sendo arrombada ecoou pela casa, seguido pelo som de botas pesadas invadindo meu território. O barulho cortante da madeira se partindo me alertou antes mesmo de eu ver os homens da Interpol avançando pelo corredor. Eu sabia exatamente o que estava acontecendo. Kevin me avisou ontem, mas eu não esperava que viessem tão rápido.

O cerco havia se fechado.

Meu coração acelerou por um instante, mas meu rosto permaneceu impassível. Eu estava prestes a ser preso.

O estrondo da porta sendo arrombada ecoava pela casa, e eu sabia que tinha poucos segundos antes que a Interpol chegasse até mim. Me levantei da cama num movimento ágil e virei para o lado, vendo Antonella dormindo profundamente. Ela não podia estar aqui quando me levassem.

— Antonella. — Sacudi seu ombro, minha voz baixa, mas firme. — Acorda.

Ela resmungou algo incompreensível antes de abrir os olhos, piscando algumas vezes para focar em mim. Mas assim que viu minha expressão, despertou completamente.

— O que foi? — Sua voz saiu rouca de sono, mas preocupada.

Antes que eu respondesse, ouvimos passos pesados subindo as escadas e Antonella se sentou num sobressalto.

— Richard, o que tá acontecendo?

— Eles chegaram. — Falei sem rodeios. — Preciso que você cuide do Thian.

Os olhos dela se arregalaram, e o desespero tomou conta de seu rosto.

— Não! Você disse que ficaria tudo bem! — Sua voz saiu trêmula, e ela segurou meu braço com força.

Peguei seu rosto entre minhas mãos e obriguei-a a me olhar.

— Ei. Eu vou cumprir essa promessa.

— Então por que parece uma despedida?

Um barulho mais forte veio do corredor, indicando que tinham acabado de derrubar outra porta. Não tínhamos mais tempo.

— Porque preciso que você seja forte agora. Por mim. Pelo Thian.

Os olhos dela estavam marejados, mas sua mandíbula se contraiu como se tentasse controlar as lágrimas.

— Eu não sei o que fazer sem você, Montoya.

Um sorriso curto, carregado de algo que eu não sabia nomear, surgiu em meus lábios.

— Não vai precisar descobrir morena. Eu vou voltar pra você.

Antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, a porta do quarto foi escancarada, e os agentes entraram, apontando armas para mim.

Antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, a porta do quarto foi escancarada, e os agentes entraram, apontando armas para mim

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