Maresia

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11 de Fevereiro de 2024 | 🇧🇷

11 de Fevereiro de 2024 | 🇧🇷

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Rio de Janeiro, 23:56

Pisquei algumas vezes, frustrada, mas preferi calar a boca. Se ele queria guerra, não seria hoje que eu daria munição. O silêncio no carro era sufocante, com apenas o som do motor preenchendo o espaço entre nós. Após alguns minutos, minha curiosidade falou mais alto:

— Para onde estamos indo?

Ele deu um sorriso irônico, sem nem se dar ao trabalho de olhar para mim.

— Você precisa desestressar.

— Isso é um sequestro? Porque está parecendo.

— É, morena. Eu sou tão terrível assim. — Ele revirou os olhos. — Relaxa. Vai te fazer bem.

Revirei os olhos também, mas não disse mais nada. Em algum momento, ele estacionou o carro perto da praia, em um trecho mais isolado. Olhei ao redor e bufei.

— Sério? Praia? Acha que esse é o melhor momento?

— Anda logo. — Ele saiu do carro e bateu a porta com força, claramente no limite da paciência.

Eu desci também, só para não ficar para trás, e fiz questão de bater a porta ainda mais forte. Vi seu sorrisinho de canto e quis socar aquele rosto. Ele adorava uma provocação. Caminhamos pela areia, um ao lado do outro, mas sem trocar uma palavra. O som das ondas e o vento frio eram as únicas coisas que quebravam o silêncio. Meu cabelo bagunçado pelo vento parecia um reflexo do caos dentro de mim.

— Não sei por que você insiste em ser tão teimosa. — Ele disse de repente, como se jogasse uma isca.

Parei e virei para ele, incrédula.

— Teimosa? Olha quem fala, o rei do "faça o que eu mando".

— Eu não mando, eu cuido. — Ele rebateu, se aproximando.

— Ah, claro. E nesse processo, você esquece que eu sei me cuidar sozinha e não pedi a sua ajuda. — Minha voz estava carregada de sarcasmo.

Ele riu de forma debochada, e minha paciência tinha acabado. Passei por ele e continuei andando pela areia, mas senti sua presença logo atrás. Revirei os olhos e continuei andando, agora em direção à água. Não valia a pena continuar aquela discussão. Sentia o olhar dele queimando minhas costas, mas não me virei. Richard sempre achava que sabia o que era melhor para mim. E talvez, por isso, eu nunca conseguia decidir se queria matá-lo ou abraçá-lo.

— Espera Antonella!

— Vai se foder!

Minha voz soa autoritária e ele me puxa pelo braço anulando toda distância entre nossos corpos. Richard me reivindica como sua, me tomando com a urgência e em um segundo, ele afasta nossos lábios e sinto os meus latejarem. Ele me gira dentro de seus braços e se aproxima, colocando seu peito em minhas costas. Puxa meu cabelo para trás, ajeitando-o de lado para sua boca acessar minha garganta. Inalo o ar quente profundamente, levando as mãos para trás para me agarrar a ele enquanto tece um caminho de beijos pelo meu pescoço.

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