Capítulo 11

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O relógio digital marcava as sete e onze da manhã.

E pelo visto, a dona do apartamento não iria acordar tão cedo.

Karina estava embrulhada na cama, janelas fechadas, abraçando o edredom que cobria seu corpo nu.

Minjeong sentou-se na beira, observando por um curto período de tempo o corpo que dormia profundamente, nu, igual ao seu.

Era como ver uma pintura sob óleo, delicada, que fazia ter vontade de enfiar as unhas na própria carne e arrancar de tão linda que era.

Saiu e caminhou até o banheiro, esfregando os olhos.

As marcas avermelhadas sob sua pele, pela primeira vez, não foram causadas por atos de violência. Eram todas de Karina.

As mordidas, os chupões, a marca das unhas que arranharam em sua pele. Era tudo dela.

Suspirou fundo traçando a ponta do dedo pela própria clavícula, região essa que foi abusada pela boca de sua namorada noite passada.

Saiu dos seus devaneios para ir até o quarto e catar suas roupas pelo chão, fez o mesmo com as de Karina, dobrando-as e colocando na mesinha. Tomou um banho gelado fazendo uma careta de dor ao sentir a água penetrar os arranhões nas costas.

Na frente do espelho levemente embaçado, enquanto escovava os dentes, perguntava se Karina também sentia alguma dor. Não gostaria que isso acontecesse.

Vestiu as mesmas roupas de ontem a noite e saiu do quarto, indo para a cozinha, colocando a avental que Karina nunca usava. Revirou os armários em busca de preparar um café da manhã que não fosse um cereal com leite. Algo que também fosse rápido, afinal, em algumas horas teriam aula.

Graças ao seu pai adotivo desenvolveu um gosto pela culinária, não sabia explicar, mas, havia algo artístico em preparar uma refeição por mais simples que fosse.

Tirou tudo o que conseguiu da geladeira e dos armários, legumes, temperos e o que mais fosse necessário, embora fosse um simples café da manhã.

O barulho dos utensílios e do fogão acordou a dona do apartamento, que ficou longos minutos procrastinando na cama, lutando contra a vontade de ficar ali o dia inteiro e faltar à aula.

— Que cheiro bom — A voz da Yu adentrou a cozinha, e mesmo que estivesse com os olhos concentrados em cortar os legumes na tábua, Minjeong sabia que estava sorrindo.

— Melhor do que cereal — Respondeu, limpando as sementes do tomate com uma colher, olhos concentrados na tarefa.

— Ei, em minha defesa os de milho são uma delícia — Deu a volta no balcão e passou os braços pela cintura da ruiva, apoiando o queixo no ombro, sorrindo contra a bochecha — Bom dia.

— Bom dia — Minjeong diz num fio de voz, uma timidez inundando seu corpo.

Terminou de cortar o tomate e virou a cabeça para encarar melhorar o perfil da mais velha, seus olhos traçam os braços nus que circulam seu corpo, e ao virar a cabeça mais um pouco, eles se arregalaram ao ver que ela estava pelada.

É bestira se surpreender depois de todos os acontecimentos da noite passada, mas não conseguia controlar, a emoção era maior que seu corpo. Não conseguiu segurar a ardência em todo rosto, orelha e pescoço.

— V-você 'tá, — Virou a cabeça para frente, fechando os olhos com força, esfregando os dedos por cima — 'T-tá...

— Qual a surpresa? — Karina riu, beijando a bochecha da ruiva, achando adorável demais para seu próprio bem a demonstração de timidez — Você 'tava com a boca em tudo ontem.

Venetta - WinrinaOnde histórias criam vida. Descubra agora