— Os corpos encontrados têm a identidade revelada após a análise da perícia.
A voz da repórter ecoa pela sala.
— Hughes Fox, pastor da igreja presbiteriana, envolvido em lavagem de dinheiro e assédio sexual. Matthew Jang, dono de um canal de pornografia, suspeito de assasinato de duas menores de idade. Chris Morth, acusado de violência doméstica...
Conforme os nomes eram listados, sua mente se lembrava de cada morte, de cada grito, a cor do sangue de cada um.
Os olhos de Minjeong estavam fixos na televisão, seu rosto sereno, sério. Não tinha muito o que fazer a não ser encarar as notícias que estavam por toda parte. Fazia alguns dias desde a notícia que chocou a cidade inteira, amedrontando os moradores locais, as famílias, mulheres, homens, crianças e idosos.
— Caralho... — Ning está sentada no tapete da sala, olhos atentos na televisão em sua frente — O cara só matou homem — A voz era quase desacreditada.
— Essa é nova — Aeri, que estava sentada ao lado de Minjeong no sofá, responde.
— Fala sério, — Karina solta um suspiro, passando a mão pela boca — Parece coisa de filme.
A Yu estava sentada no tapete, ao lado de Ning. As quatro na casa da mais nova. Desde a notícia, qualquer atualização feita por parte do jornal era motivo para se reunirem. Mas não se limitava apenas ao jornal, eram as redes sociais, vizinhos, todos falavam sobre. Era o assunto do momento.
— As autoridades estão em busca do autor dos crimes. A população deve se atentar para qualquer suspeito, em caso de alguma movimentação estranha, a polícia deve ser informada imediatamente. O assassino pode ser qualquer um.
Qualquer um.
— Sinceramente? — Ning diz assim que a repórter termina de falar — Por que a polícia perderia tempo procurando esse cara? Fala sério, ele 'tá fazendo o trabalho deles.
— Por que matar deve ser crime? — Karina responde irônica — Seja lá o que esse doido 'tá fazendo, não vai durar 'pra sempre. Uma hora ou outra vai ser descoberto.
— É — Aeri afunda no sofá, cruzando os braços — Infelizmente.
Tanto Minjeong quanto Karina e Ning viram a cabeça em sua direção, lhe encarando com a testa franzida.
— Ah gente, qual é? — Aeri deu de ombros — O alvo desse maníaco é só homem que fez merda. Não parece ser ameaça 'pra mim.
Minjeong ergue levemente a sobrancelha.
— Parem de romantizar essa porra — Karina aponta para a Tv — É assasinato. Como você tem certeza de que ele não matou nenhum inocente?
— Porque ele não mata — Minjeong responde.
Dessa vez, as três encaram a ruiva. A expressão calma e despreocupada engana e convence bem por fora, embora Minjeong sinta seu sangue fervendo de ódio a cada corpo que é achado naquele rio. É quase como se sentisse o sangue escorrer pelos ouvidos.
— Que? — Karina pergunta, não gostando de ser contrariada.
— A polícia falou — Respondeu calma, olhando para a televisão — Dos doze corpos achados, todos eram homens com passagem pela polícia. Esse é o alvo dele — Minjeong repete as palavras que ouviu da repórter mais cedo.
— Exatamente, dos doze — Karina rebate — E a polícia informou que ainda existe possibilidade de existirem mais corpos.
Existem. Muito mais.
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Venetta - Winrina
RomansaDe dia, Minjeong é uma aluna dedicada, uma filha que não dá trabalho e irmã uma protetora. Embora não seja socialmente habilidosa, segue a vida sem dificuldades. À noite, suas mãos se banham no sangue dos que cruzam seu caminho - com uma regra clara...