Festas definitivamente não eram seu lance.Minjeong perdeu as contas de quantas vezes foi empurrada no meio daquela multidão.
Com a mão da sua irmã segurando a sua, cruzavam a festa de ponta a ponta, cumprimentando todas as pessoas possíveis. A cada passo, Aeri, Ning e Karina paravam para conversar sobre as coisas mais bestas possíveis: desde bailes de máscaras até festas de halloween. E no meio desse descargue de inutilidades, ficava em algum canto de braços cruzados, sem o menor interesse em falar.
Não que não conversasse com outras pessoas; na sua opinião, conversava bastante: dava bom dia para as senhoras dos serviços gerais e tchau para o professor quando saía da aula, além de participar de alguns diálogos curtos com seus colegas de curso.
Os flashes coloridos no ambiente escuro não impediam Minjeong de ficar estatica, escorada na parede sem piscar, pensando no aborto a ser feito em menos de algumas horas.
— Você 'tá bem? — A voz de Karina lhe varreu dos pensamentos — Parece que 'tá drogada — A morena deu um sorriso — Quer dizer, você 'tá?
Mais de perto, conseguia ver melhor o rosto dela — visto que a mais velha calhou de parar bem na sua frente — e, se não levantasse o rosto iria parecer que estava encarando seu decote. Karina tinha um sorriso popularmente bonito. Os dentes eram bem alinhados e perolados, eram o cartão postal de sua personalidade acolhedora.
— Eu só uso drogas líticas — Respondeu serena, sua voz quase inaudível pela música eletrônica.
E por algum motivo, Karina riu.
Franziu a testa.
Eu devo ser mais engraçada do que acho.
— Você 'tá aí no canto, vem curtir; quer dançar? — Karina perguntou agitada, dava pequenos saltos e uma mão esfregava a outra ansiosamente — Ou quer uma bebida?
— Aqui 'tá bom — Descruzou os braços, levando-os atrás do corpo contra a parede.
— Minjeong, bobinha — A mais velha agarrou seu braço, puxando para si — Você pode não vir 'pra uma festa e ficar assim. Vem, o pessoal 'tá jogando beer pong.
Deixou ser arrastada pela morena, a mão dela firme em seu braço. Seus olhos pousaram no aperto, nas unhas dela. Médias, tingidas de preto, limpas, quase entrando na sua carne por cima do casaco. Ela não precisa lhe agarrar com tanta força para levar até o local que era supostamente uma cozinha, bastava pedir para seguir.
O tal beer pong era algo novo, e como sempre, não entrou na brincadeira, apenas observava de longe os outros. Sua irmã bebia como ninguém, Aeri até tentava parar a namorada, mas quando alguém colocava um copo de álcool na mão da mais nova, era impossível de tirar.
Sorriu levemente quando a irmã acertou uma bolinha no copo. Ela gritou e abraçou Karina, levantando a mais velha do chão, animada. Ning era muito competitiva.
Até que ir para essa festa não estava sendo de fato um desperdício, estava precisando atualizar seus conceitos de comportamentos das pessoas da sua idade. Eram bem... peculiares.
De repente, os copos coloridos de cerveja se foram, uma garota alta e ruiva passou seu braço pela mesa varrendo tudo que tinha por cima, colocando em seguida pequenos copos de shot com alguns limões cortados e um frasco com sal.
Não bebia, mas foi interessante ver como aquele drink era tomado, nunca tinha visto nada parecido. Lamber o sal, beber a tequila e chupar o limão. As coisas tomaram uma nova proporção quando viu alguns derramando o suco do limão no pescoço e outra pessoa vinha e lambia depois de tomar um shot.
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Venetta - Winrina
RomantizmDe dia, Minjeong é uma aluna dedicada, uma filha que não dá trabalho e irmã uma protetora. Embora não seja socialmente habilidosa, segue a vida sem dificuldades. À noite, suas mãos se banham no sangue dos que cruzam seu caminho - com uma regra clara...