Capítulo 7 - Deixe-a no controle

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Amo minha família, mas não concordo com algumas políticas aplicadas pelos meus avós. Gosto de fotografar e minha cor favorita é roxo. Gosto de assistir séries antigas e de preferência de poucas temporadas. Gosto de animais pequenos, porém adoro ir ao zoológico na Pampulha ver girafas e elefantes. Amo flores, de preferência violetas e nem preciso dizer o porquê. Gosto de domingos de filmes com muita pipoca de panela ou tardes de jogo com meus melhores amigos.

Adoro livros românticos e não consigo ler ficção científica sem criar mil teorias. Amo manga, mas não suporto pêssego. Além de motefobia, borboletas e mariposas me aterrorizam, e poucas pessoas sabem que tenho essa fobia. Gosto de ajudar a tia Juliana com seus doces e ir à clínica com ela, para divertir as crianças com câncer. Considero chocolate como comida e é a minha favorita. Não gosto de preconceitos e limites desnecessários.

E o Erik agora sabe de tudo isso.

Ele ainda não sabe que você tem uma Consciência linda e que só te dá conselho "massa"! Logo, não sabe de muita coisa.

Menos, Consciência, muito menos.

Soa estranho ter noção que o Erik sabe de todas essas coisas sobre mim. Acho que eu nunca contei tanto de mim para outra pessoa, em tão pouco tempo.

Quando o Luís chegou em Belo Horizonte e viramos amigos, eu ainda estava naquela parte de confiar ou não. Confiei muitas das coisas que também contei hoje ao Erik, tirando uma das minhas fobias. Contudo, não me sinto mal por ter contato mais a um "desconhecido" do que para meu melhor amigo. Eu só me senti confortável para isso e fui falando, ou melhor, digitando. Afinal, Erik também fazia o mesmo e agora eu sabia muito sobre ele.

Eu confesso que queria perguntar mais, ainda que eu tentasse negar, estou com uma curiosidade chata para saber se ele e a Malu do grupo tem algo. Sei lá, eu não acho legal ficar conversando com namorado dos outros. Isso é uma coisa boba, porém é algo meu.

É algo extremamente bobo! Visto que ele que iniciou a pergunta, para falar a realidade!

Eu sei, eu sei! Mas ainda assim...

É noite e eu acabo de me expulsar da sala de jantar depois de ir contra minha mãe por dois motivos: 1) eu ainda sou contra ir ao almoço na casa dos meus avós; 2) eu estava mexendo no celular enquanto comia, respondendo o Erik, mas ela não sabia dessa parte - importante.

Tento ligar meu computador ao mesmo tempo em que digito uma resposta com algumas das séries que assistia para Erik. A chuva lá fora ainda não cessou, pela quinta vez, já que ela está indo e voltando várias vezes. Olho para a tela do computador. Por que isso ainda não ligou?

Bufo. Agora essa. O computador estragou. Ou está me fazendo de palhaça. E o Luís nem está aqui para dar uma olhada!

O mesmo ainda não me enviou o link do concurso de fotografia que havia tido, apenas avisou que as inscrições só abrirão no próximo mês. Eu surtei um pouco, e comecei a seguir todas as redes sociais do "Belô Fotografia", a página da organizadora do concurso.

Rodo na cadeira frustrada com meu computador e encontro meu pai apoiado no batente da porta, de braços cruzados. Eita. De duas, uma. Ou eu peguei pesado demais com a mamãe ou ele apenas veio me pedir para tentar comportar amanhã. Ou talvez as duas coisas.

[Erik]

Sasá: Outra coisa sobre mim: eu consigo sempre supor duas coisas que meu pai quer falar comigo apenas pela expressão dele. E esse momento é um deles. Até!

Entre o Real e o Virtual (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora