Minha Tentação - CONCLUÍDO

8 -Scarlatti Narrando

A apresentação tinha sido um sucesso, bem como achei que seria. Dylan arrebentou, e, mesmo eu tendo ajudado, assim como o resto do pessoal, ele tinha merecido cada aplauso e elogio. Aquela ainda só tinha sido a primeira semana, mas tanto aconteceu... Foi uma semana agitada, graças a Dylan. Pelo menos agora eu tinha absoluta convicção de que ele seria bom para a agência, que daria conta. Ainda faltava um bocado de coisas para acertarmos e para ele entender e aprender até que eu saísse, mas daria tempo. Eu tinha um ano para fazer dele o melhor. E eu conseguiria. O único problema seria lidar com ele todos os dias.

Felizmente, era sexta-feira, e eu poderia ter um descanso dele durante o final de semana, já que no o trabalho estava difícil.

Eu sabia que resistir a Dylan seria meu maior desafio trabalhando ali, e comprovei que era uma fraca quando não resisti a ele naquela manhã. Foi incrível, como sempre é com ele. Mesmo dois meses sem nenhum toque dele, eu ainda conseguia me lembrar de cada sensação que conseguia causar em mim. Era quase como se meu corpo o conhecesse. Como se passasse dias se lembrando do toque dele.

Mas não podíamos continuar com aquilo, foi contestado quando ele tentou tomar a dianteira de novo. Eu não podia permitir. A anos não sabia mais o que era estar por baixo de um homem, me sentir possuída, e não importa quanto tempo mais passasse, não voltaria a sentir novamente. Por mais que desejasse isso com Dylan às vezes, simplesmente não suportava a idéia. Passei por muito até conseguir voltar a praticar e gastar de sexo depois do que aconteceu, mas  estar por baixo outra vez estava fora de cogitação.

Dylan pareceu finalmente entender que não iriamos dar certo com sexo casual, ambos sabíamos o que ele queria e o que eu não podia e nem iria dar. Vi na forma como me deixou ir sem relutância que havia entendido.

O resto da manhã seguiu silenciosa. Combinamos de trabalhar na conta da Cosmetic Princess de forma independente, e então só depois exporíamos nossas ideias e avaliaríamos juntos os pontos negativos e positivos de cada um para chegar num comum acordo.

Almocei com Laura outra vez, mas não me sentia mais tão relaxada como da ultima.

- Algum problema? - Ela me perguntou.
Eu suspirei e dei um gole no meu chocolate quente.
- Não, por que?
Ela pressionou os lábios e encolheu os ombros.
- Bem,  visto que você viajou durante a maior parte do tempo e deixou quase toda a comida... - ela apontou para meu prato de arroz e strogonoff ainda pela metade. Estávamos no restaurante do edifício mais uma vez, porque ali a comida era boa e estávamos perto, de forma que não nos atrasaríamos para voltar.

Suspirei de novo.

- Só algumas pulguinhas aqui e ali - sorri, tentando tranquiliza-la - Nada demais.
- Pulgas, ou carrapato? - Ela piscou, sacudindo as sobrancelhas de forma divertida.
Eu ri e balancei a cabeça.
- Você é uma figura!
- Eu sou! - Ela sorriu amplamente - Mas, então... Não quer conversar? - Eu a observei, e ela entendeu errado, como sempre - Não é como se eu quisesse saber da sua vida, sabe. Só... Sei la! Desabafar é bom. Não precisa fazer exatamente comigo, pode ser com uma amiga...

Eu estreitei os lhos enquanto a ouvia falar sem parar e gesticular, usando todo tipo de argumento de porque alguém precisa de uma amiga, e eu acabei me dando conta de que não tinha uma.
Caramba! Eu realmente não tinha uma amiga. Eu era uma mulher sozinha. Sozinha e amarga. O mais próximo de um amigo que eu tinha era Derik, mas não é como se eu pudesse correr para ele e desabafar quando fosse preciso. Nem conseguia me imaginar fazendo isso. Derik era tão ruim para lidar com sentimentos quanto eu - não que eu precisasse lidar com sentimentos aquela altura do campeonato!

Também havia Nora, sua mulher, mas não me sentia íntima dela para conversa sobre muito, embora eu soubesse que ela era uma mulher doce e incrível. Tinha descoberto isso durante o período de investigação.