Dylan Narrando

19.7K 759 29
                                    


Era apenas segunda feira, o único dia da semana que todos pareciam odiar. Eu, no entanto, o amava, pois era o dia que tirava para dormir o resto da manhã e tarde para descansar da zoeira que foi o sábado e domingo. Mas, lá esta eu, de pé às sete da matina, com uma cara de sono e vestido de terno e gravata. Eu odiava aquelas coisas, mas tinha que admitir que ficava sexy para caramba em um deles. Algumas mulheres me atiravam olhares na calçada, e até consegui o numero de uma garota enquanto saía do meu prédio, pouco antes de entrar no carro. Caso ficasse entediado, ligaria para ela, ja que era uma loira gostosa eu sabia que valeria a pena.


A gravata era a pior parte de se estar empacotado, eu brigava com ela em meu pescoço constantemente, e ainda tentava deixa-la de um jeito confortável em volta de mim enquanto entrava no edifício Sanchez, onde ficava situada a agência. Era um edifício espelhado e moderno de vinte andares, repartido por setores e com andares alugados para advogados e escritórios de contabilidade. Não tinha ido ali muitas vezes enquanto meu irmão geria a agência e os negócios, embora devesse, já que sou dono de metade de tudo. Agora que ele estava me entregando a direção por completo, eu teria de aparecer ali mais vezes do que queria, mais precisamente de segunda e sexta e trajando essas porcarias de ternos! Mas essa não era a pior parte. Ter que aturar Scarlatti é que era.


Eu não a odiava. Na verdade, acho que me odeio mais por ter ficado tanto na dela até que não descansei enquanto não tivemos algo, do que tudo. Arrependia-me amargamente por ter insistido. Sabia que Scarlatti era uma mulher diferente, durona e sedutora, arrogante. Mas, acima de tudo, gostosa pra cacete! E eu tinha que tê-la nem que fosse uma vez!

A primeira vez que me torturou naquele bar ficou em minha memória, e, no mesmo dia, não descansei enquanto não terminasse o que havia começado. No começo achei que se tratava de um joguinho de sedução, até gostava. Era excitante e diferente. Porém, conforme fui insistindo, percebi que não era. Scarlatti era uma mulher quente, mas, aparentemente, doente da cabeça. Não permitia de jeito nenhum que eu, ou qualquer outro homem - segundo ela - a domasse. Em nenhuma das ocasiões em que ficamos me permitiu ficar no controle da situação. Era mandona e ditadora. Mesmo assim, ainda não deixava de ser boa no que fazia. Nunca experimentei sexo melhor do que com ela. Porém isso não queria dizer que seria sempre submetido as suas vontades! Eu tinha meu orgulho, cacete! Não ia deixar que mulher nenhuma mandasse em mim! Uma vez ou outra até que era legal brincar, mas sempre? Nem ferrando!

Por esse motivo, interrompi o que estávamos tendo. Não era bem uma relação, de qualquer jeito. Até porque, eu nao era o tipo de cara que tinha relações estáveis. Já namorei algumas vezes e, depois da forte decepção com minha ex, finalmente desisti de tentar ser um cara sério. Não ser de ninguém e ter todas era bem melhor.


Mas as coisas com Scarlatti eram diferentes. Ela me achava quando queria brincar e dar uma de dominadora, e eu, ainda não tão incomodado, simplesmente aceitava. Graças a Deus, não curtia essas paradas bizarras de DOam, do contrário seria ainda mais arrogante! O máximo que já fez foi me amarrar com sua calcinha numa cadeira enquanto me montava.


 Todavia, a mulher era boa no que fazia, isso eu tinha que admitir. Por diversas vezes tentei domina-la e não obtive êxito. Cheguei a quase conseguir uma vez - ou achei que tivesse - até que ela me empurrou e encerrou o que estávamos fazendo. Ja tínhamos ido além das preliminares, mas ela interrompeu assim mesmo e não voltou atrás. Além de tudo ainda era turrona!  Nesse dia, nós brigamos e então cada um foi pro seu canto. Ninguém procurou ninguém por um par de dias, até que ela deu um jeito de me encontrar numa boate e me pegou por lá mesmo. Era uma mulher difícil de resistir e quase nunca aceitava um não como resposta. Não tive escapatória a não ser me sujeitar a ela.

Minha Tentação - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora