𝖺𝗉𝗈𝗅𝗅𝗈 𝗉𝗈𝗂𝗇𝗍 𝗏𝗂𝖾𝗐. 📍
𝐃𝐄𝐒𝐃𝐄 a hora que a gente acordou o jota tá falando na minha cabeça como se não houvesse amanhã, os conselhos dele são bons, mas só nos primeiros 15 minutos.
— Você tá me escutando? — Jota fala
— Sinceramente? Parei de prestar atenção nos primeiros 15 minutos. — Eu falo e a gente começa a rir
— Tua mala tá pronta? — Ele levanta olhando o celular e eu assinto com a cabeça
— Kakau mandou mensagem pedindo pra você levar a mala da duda também por que ela esqueceu. — Ele avisa e eu vou até quarto pegando as duas malas
— A gente vai sair que horas? — Pergunto voltando pra sala
— Daqui a uns 10 minutos. — Ele responde
Faço um joinha pra ele e deito no sofá entrando no Instagram e vejo os melhores amigos da Kakau com a Duda e eu sorrio involuntariamente, esse é o poder de estar apaixonado.
— Tá sorrindo por que, doido? — Jota pergunta e eu viro o celular mostrando
— Tá com saudades já? — Ele pergunta e eu assinto botando a mão no rosto
— Que briga estranha essa de vocês parça, até anteontem tava tudo bem. — Ele fala cruzando os braços
— Nem eu entendi. — Assumo e respiro fundo
Deitei a cabeça no sofá e fiquei pensando em tudo que a gente falou um pro outro, que briga estranha.
— 'Vamo indo? — Jota pergunta
— Bora. — Pego meu boné botando na cabeça e as duas malas
— Porra, a Eduarda tá levando a casa? — Ele pergunta pegando a mala roxa dela
— Ela só sai se for assim. — Falo rodando as chaves do carro no dedo
Destravo o carro indo até a mala botando as duas malas lá e entro no banco do motorista esperando o jota.
— Khauane já tá puta com a gente por que elas já tão lá. — Ele fala e eu rio dando partida
O trânsito de São Paulo é o pior possível, principalmente nessa época do ano e a distância de jardim celeste pra Guarulhos não era pouca.
Acho que o que fez chegar mais rápido era a nossa conversa, falando sobre as batalhas, sobre tudo.
Chegamos na casa dele e eu pego as duas malas levando pra dentro.
— Finalmente, né? — Kakau fala
— Vale lembrar que do jardim celeste até Guarulhos é chão. — Jotape fala e eu concordo
Duda tava sentando mexendo no celular e eu deixo a kakau e o jota pra trás e vou até ela.
— Trouxe sua mala. — Falo e sento do lado dela
— Obrigada, você comeu? — Ela não muda
— Comi uma maçã, e você? — Olho pra ela que assente com a cabeça
— Só uma maçã? — Ela pergunta
— Não senti fome. — Assumo
— A gente fez comida antes de vocês chegarem, vou ver se eles querem comer, mas vou botar pra você. — Eu rio fraco e assinto com a cabeça vendo ela levantar
Mesmo a gente brigado, ela faz questão de cuidar de mim.
— Kakau, me ajuda a botar a mesa? — Ela pergunta e a kakau concorda e as duas vão até a cozinha
— Tá suave, irmão? — Jota senta do meu lado e eu concordo
Ele me mostrou a música que ele tava escrevendo e fomos conversando sobre isso até as meninas chamarem a gente.
— Vem comer, gente. — Kakau aparece na sala e a gente levanta indo até a cozinha
A duda já tinha botado comida no meu prato e no prato dela e a gente só senta pra poder comer.
— Esse povo vai chegar que horas em? Já são 15h. — Duda fala
— Combinei as 16h. — Jota fala — Comida tá boa em, amor.
— Quem fez fui eu. — a Duda fala
— É, tá faltando sal. — Ele fala fazendo uma careta e a gente ri
Eles ficaram se implicando até a gente acabar de comer, a duda não falou comigo, mas eu entendo ela. Assim como eu tô chateado, ela também tá.
A gente terminou de comer e sentamos no sofá da sala e ficamos conversando e o pessoal começou a chegar.
— Só falta o Tavin, moleque atrasado da porra. — Duda fala
— Moleque não morre tão cedo, tá tocando o interfone. — Jota fala e a gente começa a rir
— Se você demorasse mais 2 minutos, você ia correndo atrás da van. — Duda fala
— Boa tarde pra você também duda, como você está cunhada? — Tavin fala calmante fazendo a duda rir
— Jota, a van chegou. — Barreto avisa meio ofegante por vir correndo
— Então, vamo. — Ele fala e todo mundo vai se arrumando
Todo mundo foi pro lado de fora vendo a van e começamos a organizar as malas e logo entramos na van.
Eu sentei junto com a Duda mesmo no clima desconfortável que estamos e começamos a seguir viagem.
O que a gente não contava era que ia cair uma tempestade, começou a chover demais e a trovejar.
Olho pro lado de relance pra ver se a Duda ainda tá dormindo, mas vejo que ela tá olhando pela janela.
Ela tem muito medo de trovão, raio, mesmo que ela adore chuva.
Escutamos um trovão muito forte e eu vi ela aumentar um pouco mais o som do celular e começar a bater a perna.
Pensei antes, mas não consigo segurar e eu pego a mão dela entrelaçando nossos dedos e ela me olha.
— Tá tudo bem? — Pergunto baixo pelo silêncio que estava
— Tá, só tô com medo. — Ela fala no mesmo tom e eu faço um carinho na mão dela
Eu não queria falar nada pra não invandir o espaço dela, então eu só fiquei fazendo carinho nela e me certificando que o medo tava passando.
— Tá acordado? — Ela fala baixinho e eu olho
— Tô. — Respondo
— Ela tá chutando, quer sentir? — Ela pergunta e eu sorrio assentindo com a cabeça
Ela pega a minha mão me direcionando até aonde ela tava chutando e eu olho pra ela sorrindo quando sinto o chutinho.
— Que chute forte. — Falo rindo
— Pra você ver. — Ela fala e a gente ri
A chuva já tinha passado um pouquinho, já estava mais leve e ela encosta a cabeça na janela e eu fico fazendo carinho na barriga dela vendo ela adormecer aos poucos.
Quando eu vejo que ela já tava dormindo, eu jogo a cadeira pra trás e deito ela no peito adormecendo logo em seguida.
