A Garota e o Lobo

Capítulo 10

- Onde estou? - perguntei.

- Não precisa ter medo querida - disse ela se levantando.

- Não estou com medo - menti.

- Uhum ta bom! - disse ela.

Mia passou a mão em meu rosto e sorriu.

- Você é igual a mim.

- Não sou nem um pouco igual a você - disse.

- Ah é sim. Linda, amigável, popular na aldeia, sempre quis o bem das pessoas que amam e defenderia qualquer um, principalmente por quem ama.

- Mas eu nunca iria me tornar quem você é agora - disse, dando um passo pra trás.

- Será? Imagine se todos do vilarejo descobrissem que Jack é o Lobo, que ele matou todas aquelas pessoas. Que tragédia. O povo iriam ir atrás dele, mata-lo. E se você visse ele morto no chão, o que varia? Iria trazer ele de volta.

Fiquei em silencio.

- Então! Eu fiz a mesma coisa - disse - Eu era jovem, não sabia de muita coisa, fiz o que meu coração me disse.

- Mas você não se conformou em sofrer sozinha teve que jogar uma maldição em suas descendente.

- Que graça tem uma vida sem emoção - disse ele se deitando na cama.

Seu vestido de renda preto estava arrastando no chão.

- Você é uma... bruxa.

- Você não viu nada - disse ela dando risada.

Tudo ficou preto e voltei para casa de vovó.

- Blair você esta bem? - perguntou Lucy.

- To - respondi. Jack reclamou - Vou tentar de novo.

Coloquei a mão em cima do ferimento dele e fechei os olhos com força. Quando abri os olhos as feridas de Jack estavam curadas, sorri.

- Você esta bem Blair? Esta pálida - disse Sabrina.

- Ela só esta cansada - disse vovó - Ela usou muito poder, e não esta acostumada.

- Vamos entrar - disse Lucy - Os dois estão cansados.

Entramos e fomos direto pra cama. Acabei dormindo rápido.

Acordei com a luz do sol batendo na minha cara, sentei e arrumei meu cabelo em um coque. Olhei para o lado e vi um papel...

"Minha querida bisneta, eu sei, eu sei, você deve estar achando tudo isso confuso, também acharia se fosse você. Bom, mas como eu sou uma ótima pessoa vou te ajudar... Quero que venha me encontrar hoje ao por do sol, fica tranquila você vai saber como me achar. Ah! Te peço uma coisa não conte e nem traga alguém, por que se não essa historia terá outro final. Beijinhos da sua querida bisavó!!"

A porta do quarto se abriu, guardei o bilhete em meu bolso. Lucy entrou.

- Finalmente você acordou! - disse ela - Dormiu ontem o dia inteiro e a tarde toda.

- Que horas são? - perguntei.

- Seis e meia - disse ela.

Olhei para a janela e vi o sol se pondo. Peguei minha capa vermelha e sai correndo.

- Onde você vai? - perguntou.

- Eu já volto.

Sem que Lucy vesse, peguei uma adaga que estava escondida no fundo da gaveta.

Sai correndo, uma leve tontura tomou conta de mim, vi uma cabana e na frente dela estava Mia. Então voltei para casa da minha avó. Fechei os olhos com força e pensei nessa cabana, quando abri o olho estava na frente dela.

- Uau! - exclamou Mia.

- O que você quer? - perguntei.

- Sua mãe deveria te dar mais respeito - disse Mia - Ela nunca disse, respeite os mais velhos?

- Ela me deu uma ótima educação - disse - Mas só uso com quem eu quero.

- Afiada você, hein? - ela riu. - Se finge de corajosa, mas no fundo é uma podre coitada.

- Cala a boca - gritei. - Sua desgraçada, você não tem coração.

Mia deu risada.

- Eu não me ofendo querida, nem um pouco - disse ela.

- Eu vou te matar - disse.

- Você acha que isso vai salvar você e aquele lobinho - ela riu - Sem mim você nunca irá quebrar a maldição. Ta, você que me matar, difícil, já que eu sou a bruxa mais poderosa de todas, e outra você precisa do meu colar, só eu sei aonde ele esta.

Parti pra cima dela, agarrei em seu pescoço e pensei na praça central do vilarejo, quando abri os olhos e soltei Mia estávamos lá.

Como esperava minha avó e meus amigos estavam lá. Alguns, que não sabiam de nada, encaravam a cena confusos.

- Blair - gritou Lucy.

Fiz um gesto, sem tirar os de Mia, pra que ela ficasse onde estava.

- Que lindo - disse Mia batendo palmas - Você vai querer ir pelo lado mais difícil. Pena que não ira sobreviver pra contar historia.

- Quem não ira sobreviver é você - disse.

O povo começava a se juntar para ver a cena.

-Você também não querida - disse ela - Quando você era pequena, foi na frente do portão, então uma velhinha muito gentil lhe ofereceu um colar, lembra?

- O colar de morango - exclamei.

Meu coração acelerou, senti vontade de chorar.

- A velhinha era eu - disse ela - Lembra também que você perguntou se podia comer aquele morango do colar. Então, pra acabar com essa maldição eu e você vamos ter que estar morta. Blair Carter você é o colar.