Foi algo mágico...Quando encostei a mão nele, surgiu uma luz branca muito forte e os cavalos empinaram assustados com o subto clarão no comodo. A luz vinha do ponto onde havia tocado, mas foi se espalhando pelo cavalo e ficando ainda mais forte, de uma maneira que eu já não conseguia ver mais nada.
De repente a luz foi me tomando e como uma flecha atravessou meu peito. Senti uma queimação no pulso esquerdo como se estivesse em chamas. Não consegui gritar, a dor e o desespero engoliram minhas palavras. Com um baque surdo cai no chão e minha visão estava muito embaçada para ver alguma coisa definida, mas eu vi algo grande, como seda, em cima do cavalo. E logo depois disso desmaiei. Acordei numa pilha de palha na entrada do celeiro a não sei que horas pois o céu estava nublado dando sempre a entender que era seis horas da manhã.
O mais estranho é não saber se sonhei ou se de alguma maneira aquilo era real.
Saio pelo portão de madeira principal e entro em casa, subindo as escadas silenciosamente em direção ao banheiro. Ao tirar a blusa de frio, senti como se estivesse ralando meu pulso com uma pedra, o que fazia sentido, pois me deparei com uma queimadura ainda saltando da pele chamuscada, mas era mais estranha por ser feita de linhas perfeitamente negrase e retilíneas, como se fossem uma tatuagem. Tinham o formato de um V com mais três linhas de cada lado e mais uma linha quebrada no meio. Fiquei muito assustada. Essa é a prova de que era real. Eu tentei lavar, mas não saia por mais que eu esfregasse, e na verdade estava ardendo muito.
Terminando o banho fui ao quarto e coloquei uma roupa para descer. A chuva recomeçou.
-Oi filha quer ver um filme comigo? - Disse minha mãe ao me ver no pé da escada.
- Tudo bem, mas nada meloso, vou fazer a pipoca. Deixei ela escolhendo o filme enquanto esperava as pipocas estourarem no micro-ondas. Quando acabou, coloquei elas numa tigela e segui para sala.
-Mãe, eu disse que não queria ver esse tipo de filme!
- Ah, cala a boca e senta aqui com essa pipoca.
Uma hora e meia vendo vampiros purpurina e lobos sem camisa não foi algo que eu queria fazer. Na metade do filme minha mãe já tinha dormido então a cobri já que não consegui acorda-la, depois recolhi algumas coisas em cima da mesa de centro e levei para a pia da cozinha para lavar, a pesar de não ser a minha vez de lavar a louça. Da para se refletir sobre muita coisa enquanto se lava a louça.
Sei que sempre sou estranha, meu jeito de vestir, falar as vezes como se vivesse num tempo medieval, mas desde o meu aniversário... desde aquele cavalo... O que será que está acontecendo? E o pior é que eu estou sozinha nessa, não posso contar a ninguém. Sou interrompida por um barulho vindo da varanda na frente da casa.
O "Rank, rank, rank" era pertinente e me deixava tensa. Corri para a porta e a abri com cautela.
Ruffles.
-O que foi amor está com medo? Anda suba antes que a mamãe veja - sussurrei e ele pareceu entender pelo jeito que correu. Infelizmente ele fez muito barulho ao subir as escadas e minha mãe acordou
-O que está acontecendo? - Me perguntou sonolenta- Nada, só tropecei no tapete.- disse subindo o primeiro degrau.
- Agora vou dormir, porque lavar a louça cansa...
Entrei no quarto correndo e tranquei a porta.
- Porra Ruffles, devia fazer mais silêncio quando anda! - Disse enquanto ele continuava sentado em cima da cama. Eu me joguei na cama.
- Desculpe- disse alguém. Me virei assustada para Ruffles - Mar..Mandy, não se assuste, eu posso explicar! - Disse a mesma voz. Corri e abri a porta do quarto.
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A Menina Alada
FantasyNo aniversário de 17 anos de Madelyne Rougue algo misterioso cai na floresta, que ela acaba por descobrir ser um Pégasus. Em seu primeiro encontro ela ganha uma queimadura e começa a fazer coisas inimaginaveis. O Pégasus, Aracantus possui uma conexã...