Capitulo 11

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 Acho que é indescritível a sensação de se sentir desaparecer. Você sente sua consciência, mas nada existe em torno de você. Seu corpo, o calor, ate mesmo o ar, não existem, e você se encontra mergulhado em um vácuo. Talvez morrer seja assim.

Tudo esta em quietude, mas ainda sim seus sentidos estão afiados. E acredite, você sente o nada. Sim. Você sente o nada. Sente-se mergulhar em algo tao vazio e profundo, e todo seu ar é sugado de seus pulmões, todos seus órgãos são comprimidos por ele, e a solidão de estar em algo tão amplo e vazio suga tudo o que você tem. Isso é desaparecer.

Foi isso que eu sentir ao ser consumida pelas chamas em tons azuis de Aracantos.

Durou por dois segundos, até que reaparecemos. Sim. Eu não vi nada e nem ninguem por dois segundos. Sozinha. Tudo era negro e a única coisa que se ouvia era um som agudo, como o quando você liga a tevê.

Reaparecemos e eu me encontrava desorientada. Mal olhei para baixo para notar onde eu estava, eu me sentia tonta-Mandy segure-se! - foi a ultima coisa que eu ouvi

Meu corpo amoleceu e eu me senti despencar. Acho que foi a minha ultima sensação

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Despertei e senti meu corpo doer, principalmente minha cabeça. Tentei me levantar ainda de olhos fechados mas sem sucesso, meu corpo pesava demais. A dor de cabeça estava passando, mas eu era tomada por um estado nauseante no meu estomago. Tentei novamente me mover, conseguindo abrir os olhos e erguer a cabeça, percebendo duas formas familiares a minha frente.

- Ela acordou. - ouvi uma voz familiar.

Meu estomago se revirava cada vez mais, minha única ação foi tombar para o lado me apoiando em uma das maos enquanto a outra segurava o meu cabelo e liberar tudo que queria sair.

Meu corpo tremia enquanto eu limpava a boca com a barra da camisa, o que me fez voltar a sentar no que agora percebi que era entre as raízes de uma arvore.

- Esta tudo bem, é normal que isso aconteça em sua primeira travessia - ouvi a voz de Aracantos.

- Se sente melhor? - Ruffles se pronunciou.

Acenei com a cabeça e forcei minhas pernas a se dobrarem para levantar, escorando na madeira da arvore que estava a minhas costas.

- Onde estamos?- foi tudo conseguir pronunciar, como um susurro.

- Bem vinda a Tankar, princesa - Ruffles, que estava sentado a minha frente, abanou seu rabo de demônio devagar, como se fosse algo natural.

- Oque aconteceu comigo? - disse massageando as têmporas com o indicador e o polegar.

- Logo ao reaparecermos, você desmaiou e caiu. Conseguimos pegar você antes que caísse. Você passou a noite desacordada- Ruffles disse calmamente na mesma posição - e desculpa, talvez eu tenha rasgado a sua blusa favorita - ele disse encolhendo um pouco o rabo- Espera! Voce disse Tankar...? -

- Sim, estamos em seu mundo natal, especificamente em uma das florestas do reino de Tork.- Aracantos se pronunciou - Precisamos chegar em Antris, mas devemos ir a pé durante o dia e acampar durante a noite, ninguem pode saber que esta aqui ate que esteja segura- ele fez uma pausa para pensar- devemos chegar em cinco dias- tudo bem - assenti ja com as forças recuperadas, batendo a poeira da calça e em seguida retirando minha blusa cinza notando algumas marcas de dentes. Dobrei-a com um sorriso de canto, pensando em como Ruffles se sentiu mais culpado culpado como um cão por rasga-la do que outra coisa.

- aqui é um pouco mais quente do que eu pensei- sorri abertamente dessa vez olhando pra ele enquanto ajeitava a jaqueta de couro marrom nos ombros sobre a minha camiseta branca.

A Menina AladaOnde histórias criam vida. Descubra agora