Capítulo 5

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A minha mãe tocava à campainha e a Victoria abria-a eufórica mandando-nos entrar.

Victoria: Sintam-se como se estivessem em vossa casa.

Leonardo: Preferia ter ficado em minha casa realmente.

Jéssica: Não sejas mal educado.

Victoria: Não faz mal Jéssica. Eu sei Leonardo, mas anda quero-te apresentar uma pessoa. - Colocava o braço dela em volta da minha cintura e conduzia-me até uma sala. - Jéssica, vem e trás a Yasmin.

Mal entrámos na sala vi uma rapariga loira de olhos azuis enterrada num sofá, rodeada de almofadas, com uns headphones que enchiam a sala de música. A Victoria chamou-a inúmeras vezes, mas sem sucesso pois a música não permitia que ela ouvisse fosse o que fosse. Não desistindo, tentou ainda fazer sinais, levantando os braços e acenando a fim de captar a sua atenção, mas continuou sem ter sucesso. A única coisa que aqueles olhos azuis viam à sua frente era um Tablet que ela segurava com as mãos.

Victoria: Natasha!!! - Chegava-se junto dela e tirava-lhe os headphones da cabeça.

Natasha: Que é? - Olhava para ela confusa.

Victoria: Eles já chegaram.

Natasha: Ah sim... - Ponha-se de pé e olhava-me de cima a baixo. - Deves ser o Leonardo, olá sou a Natasha.

Leonardo: Olá, sim sou eu.

Victoria: E estas são a Jéssica e a Yasmin.

Natasha: Olá meninas. A Yasmin é tão linda - Fazia-lhe uma carícia no rosto.

Jéssica: Olá, como estás?

Natasha: Com fome.

Leonardo: Por acaso já se comia qualquer coisa.

Jéssica: Léo então?

Leonardo: Que foi? Estou com fome.

Victoria: O jantar está quase pronto meninos.

Natasha: Queres dizer que ainda vai demorar, no mínimo, uma hora a estar pronto. Vou fazer um lanche, queres-me ajudar Leonardo?

Leonardo: Sim, ajudo.

Victoria: Mas não comam muito senão depois não têm barriga para o jantar.

Jéssica: O Leonardo tem sempre barriga para comer.

Victoria: É como a Natasha, passa a vida a comer.

Natasha: Até parece... - Dava um sorriso enquanto me puxava pelo braço, guiando-me até à cozinha.

Leonardo: O jantar cheira bem.

Natasha: E vai saber ainda melhor, acredita.

Leonardo: O que é?

Natasha: Peru, uma receita antiga de família. - Dava um salto, sentando-se em cima do balcão da cozinha e ficava a olhar para mim de novo de cima a baixo, deixando-me desconfortável. - Então o que é que te apetece lanchar?

Leonardo: Pode ser qualquer coisa. Não sou esquisito.

Natasha: Comes de tudo?

Leonardo: Um pouco. - Olhei-a nos olhos firmemente enquanto ela fazia o mesmo e subitamente o desconforto que sentia desapareceu.

Natasha: Então vou fazer umas sanduiches. - Saltava rapidamente para o chão e abria um armário meio atrapalhada, tirando de lá o necessário para as sanduiches.

Leonardo: Queres ajuda?

Natasha: Não, obrigada. És novo por aqui?

Leonardo: Sim, mudei-me à dois meses para cá. - Sentei-me numa cadeira que estava em frente ao balcão da cozinha ficando de frente para a Natasha, que preparava as sanduiches.

Natasha: E estás a gostar?

Leonardo: Para ser sincero, não.

Natasha: Já viste a cidade?

Leonardo: Ainda não, a vontade não tem sido muita.

Natasha: Não me digas que és daqueles que fica as férias todas fechado em casa agarrado à PlayStation ou à Xbox.

Leonardo: Nem por isso. Sou mais daqueles que quer ficar em casa com a irmã recém nascida.

Natasha: Ou és mais daqueles que não tem namorada?

Leonardo: Também - Sorri.

Natasha: Logo vi - Sorriu também. - Toma come. - Pousava um prato à minha frente e apoiava-se com os cotovelos no outro lado do balcão a comer a sanduiche como se não comesse à dias.

Leonardo: Isso é que é ter fome.

Natasha: Estou faminta, não comia desde as 15h.

Leonardo: Acredita que se nota. - Peguei na sanduiche e comecei a comer.

Natasha: A minha mãe disse-me que tu e a Jéssica estiveram no hospital com a Yasmin, o que aconteceu?

Leonardo: De tarde fomos sair e quando chegamos a casa ela estava com a baby-sitter, mas não parava de chorar, a tua mãe crê que ela foi mal tratada e eu acredito que foi a baby-sitter.

Natasha: Jura!!? E tens a certeza que foi ela?

Leonardo: Eu e a minha mãe não fomos e não deixamos a Yasmin com mais ninguém sem ser com ela. - Pousei o sanduiche revoltado.

Natasha: Pois tens razão, desculpa a pergunta estúpida. O que vão fazer em relação ao que aconteceu?

Leonardo: É na boa. A minha mãe disse-me que vai conversar com ela, mas eu vou-lhe dar um tratamento especial.

Natasha: Se precisares de ajuda com esse tratamento, podes contar comigo.

Leonardo: Já que te ofereces, vou querer a ajuda.

Natasha: E em que é que eu posso ser útil?

Leonardo: Ainda não sei, mas eu depois digo-te.

Natasha: Okay, dá-me o teu número, para te ir enviando ideias macabras que tenho em mente. - Pegava no telemóvel que estava no balcão atrás dela e entregava-mo.

Leonardo: Está bem, mas vê lá, não quero ser preso.

Natasha: Então é melhor não enviar nada. - Ria-se e vinha-se sentar ao pé de mim.

Leonardo: Envia, pode ser que me faças rir um pouco.

Natasha: Um pouco? Comigo não há poucos.

Leonardo: Até estou para ver isso.

Natasha: Vais ver. Amanhã estás ocupado?

Leonardo: Eu não e tu?

Natasha: Eu? - Pegava no telemóvel, escrevia uma mensagem e pousava o telemóvel no balcão. - Agora não, por isso podíamos ir à praia.

Leonardo: Não sei, a minha mãe pode precisar de mim, ou a Yasmin.

Natasha: Não vão precisar nada, agora vais ter de ir comigo, acabei de desmarcar cenas, vá lá.

Leonardo: Primeiro deixa-me falar com a minha mãe, para saber se não se importa.

Natasha: Oh por favor, achas que ela se importa que o filho saia e se divirta? Mas se quiseres eu falo com ela.

Leonardo: Está bem, eu vou. - Sorri enquanto a encarava.

Natasha: Boa! Anda vou-te mostrar a casa. - Levantou-se de um lanço só e puxou-me pela mão.

Depois de me mostrar a casa, que era enorme, juntamos-nos à Vitoria e a minha mãe, assim como à Yasmin, que estavam sentadas num sofá perto da piscina. Pouco depois jantamos e passamos o serão junto à piscina a conversar.

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