Capítulo 10

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Umas semanas se passaram, sem grande excitação, as aulas já começavam a tirar-me a paciência e já estava completamente farto de tudo, a Natasha como tinha prometido conseguiu arranjar o nome e morada do homem que tinha matado o meu pai, queria saber se tinha algum peso na consciência ou se queria dizer alguma coisa, embora não houvesse nada que cura-se a dor que sentia pela minha perda, sem muitas demoras quis ir ter com ele e assim o fiz.

Já passava das 22h, a noite estava fria e húmida, eu e a Natasha estávamos no carro dela estacionados perto de um parque onde nos disseram que o tal homem costumava estacionar o camião todas as noites.

Natasha: Continuo a achar isto uma péssima ideia.

Leonardo: Agora é tarde de mais para voltar atrás. - Disse tentando ver algo na rua, mas estava demasiado escuro.

Natasha: Não é não, posso ligar o carro e vamos embora!

Leonardo: Tu podias ir, eu não ia, preciso estar cara a cara com ele, olha-lo nos olhos.

Natasha: Mas para quê? Não te vai trazer paz nenhuma.

Leonardo: Pois não, mas é algo que preciso fazer, não sei explicar o porquê.

Natasha: Ele pode ser violento.

Leonardo: Eu sei-me defender.

Natasha: Ele pode ter uma arma ou assim.

Leonardo: Não te preocupes. - Vi uma luz forte vindo de uma rua paralela à que nos estávamos. - Baixa-te, vem ai alguém.

Natasha: Achas que é ele?

Leonardo: Não sei, mas vou descobrir. Fica aqui. - Abri a porta e sai do carro, enquanto ia caminhando para o camião senti alguém andar atrás de mim.

Natasha: Não te vou deixar sozinho com ele.

Leonardo: Que estás a fazer? Volta para o carro. - Agarrei-a pelos braços e olhei-a nos olhos.

Natasha: Esquece, eu vou contigo.

Leonardo: Não, por favor, volta.

Natasha: Eu não volto sem ti. - Agarrou-me a mão.

Leonardo: Então ficas afastada pelo menos uns 5 metros.

Natasha: 3 metros. - Sorriu.

Leonardo: Eu não estou a brincar Natasha, por favor.

Natasha: Okay.

Fomos caminhando na direcção do camião e quando estávamos próximos pedi à Natasha para ficar onde estava e continuei a caminhar até mais perto do camião, O homem já tinha descido e sem ter certezas de que era ele, chamei-o pelo nome.

Leonardo: Dionísio Garcia? - Perguntei com as mãos dentro dos bolsos do casaco.

Dionísio: Quem quer saber? - Virou-se de frente para mim cambaleando e esforçando as vistas para ver alguma coisa.

Leonardo: O meu nome é Leonardo Torres, de certeza que não sabe quem sou.

Dionísio: Não, não sei, que queres? - Disse colocando a mão atrás das costas, como se fosse pegar numa arma.

Leonardo: Há quase 5 meses esteve envolvido num acidente na autoestrada, onde acabou por tirar a vida ao meu pai. Recorda-se? - Estava a cerca de metro e meio de distância dele e conseguia sentir intensamente o cheiro a álcool que vinha dele.

Dionísio: Ah sim, onde magoei as costas. Sim e que queres agora?

Leonardo: Eu queria olhar para a cara do homem que matou o meu pai e que nem teve a decência de dar uma palavra de conforto à família.

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