Prólongo

126 8 1
                                    

Nessa vida podemos e devemos acreditar em tudo que vemos e ouvimos, mas nem sempre as noticias são verdadeiras. Por exemplo, agora eu me encontro fugindo das ruas, estou trancada dentro de casa enquanto o mundo lá fora desaba sobre as pessoas, elas não tem culpa de todo o problema.

A raça humana só veio para destruir a Terra, acho que essa maldita raça não deveria existir, muito menos reinar essa porra, criar um vírus que transforma as pessoas em demônios que andam por ai babando, grunhindo, gritando, tentando se equilibrar e o pior de tudo que elas se alimentam de pessoas que ainda tem o sangue puro circulando dentro do corpo. Posso estar enganada mas o fim do mundo veio rápido demais, demoraram mas conseguiram criar essa merda de Forcus, um vírus terrivelmente rígido.

Ele funciona como um paralisador de nervos e corroí seu cérebro, tudo ao seu redor vira uma arma, você se torna agressivo, você se contraria com todos ao seu redor, perde a vida, seu sangue não circula mais, você perde seus movimentos e ainda por cima não tem o controle por eles, muito menos sabe o que está fazendo. O seu único potencial é correr atrás de alimento, qualquer coisa cujo o coração ainda bata, que ainda seja puro, que ainda sim. Tenha vida.

Olho tudo pelos buracos das estacas de madeira que se encontram nas janelas e portas do meu apartamento, por enquanto eu ainda tenho minha vida, comida e água, mas nem ao menos isso eu posso confiar mais, dias que não tomo banho só fico na janela observando o movimento morto que se encontra na rua. Apenas essa semana vi dezenas de animais serem devorados vivos sem dó nem piedade pelas pessoas que mais são zumbis que humanos, cheios de sangue nas roupas, mãos, sapatos e até no rosto, nojento.

Não contei mais nada desde as ultimas 72 e duas horas que me encontro trancafiada a sete chaves, só sei que preciso sair daqui e achar uma saída imediatamente, preciso saber se há alguém vivo nessa sociedade psicopata. Eu preciso de ajuda com tudo o que está acontecendo aqui, será que todos no mundo se foram e apenas resta eu e essas coisas horrendas por ai? Será que eu irei morrer rapidamente sem sentir dor? Devo me matar? Não, eu devo pegar umas facas e levar alguma grande nas mãos para poder matar esses desgraçados e chegar ao outro lado da rua sem ser devorada, necessito pegar meu carro e cair fora da cidade, devo pegar algum avião, mas nem ao menos isso eu sei dirigir, talvez deva ir para a fazenda e ver se acho algo mais potente em vista para continuar viva.

Pessoas andam morrendo todos os segundos possíveis, essas coisas que estão vivendo entre nós, está derretendo a mente de todos, essa merda é transmitida pela mordida, o infectado rapidamente se sente queimando por dentro, ele se contorce todo pelo chão até que vinte minutos depois ele esteja de pé com certas dificuldades de locomover, estejam ganhando uma aparência horrível, mas que porcaria, nada mais presta, só em 72 horas vi sinais caindo, postes sendo derrubados, porra até postes estão no chão por causa dessas coisas que um dia chamamos de humanos, nada está a salvo na Terra, o jeito é realmente achar mais pessoas que estejam normais iguais a mim, pessoas que tenham um cérebro e que o coração ainda bata. Estou tão impaciente que nada pode me acalmar, os jornalistas da tv estão mortos, muitos estão se matando para não virarem essas coisas horríveis e desprezíveis.

Deve haver algum lugar seguro para poder ter abrigo por uns dias, não sei ao certo até onde devo ir, mas em mente vou ficar na fazenda de meus avós que morreram nessa tragédia. Não tenho nem mais noticias deles desde que o Forcus se espalhou pelo mundo. Começou na Europa, indo para a Ásia, África, América Latina, ou seja, o mundo todo. O mais engraçado é que só se passa por mordida ou injetado diretamente na veia, que coisa mais nada haver, como se espalhou tão rápido? É isso que eu vou descobrir, eu tenho de ir para a Europa, tenho de descobrir respostas, preciso chegar logo ao meu carro e parar em um posto de gasolina.

Chutei as estacas de madeira da porta de entrada, puxei minha mochila de viagem que carreguei nas costas, nela possuía roupas e algumas facas de açougue que eu tenho, peguei meu machadinho de cozinha e sai do décimo quarto andar descendo devagar pelas escadas observando pelos cantos se uma dessas coisas horrendas estavam por perto. Chegando na portaria, coloquei apenas minha cabeça para fora para checar que estava tudo okay e que eu pudesse chegar a meu Jeep o mais rápido possível. Tinha algumas criaturas no Oeste, lado oposto de onde eu me encontrava, virando a cabeça para o outro lado não tinha absolutamente ninguém, provavelmente aquelas criaturas estavam fuçando algo para comer. Sai por completo da portaria e me dirigi ao meu carro tentando não fazer nenhum barulho possível. Tirei a chave do meu bolso colocando ela em fim na porta e a abrindo, dei graças a Deus que nenhuma criatura estava perto ou deva ter ouvido o barulho. Joguei minhas coisas no banco do passageiro e entrei no carro, coloquei a chave na ingnição fazendo assim o ronco do meu motor soar.

Olhei no retrovisor e ótimo, aqueles putos tinham ouvido, ai senhor, dai me força, vi eles correndo em direção ao meu carro e por fim coloquei meu óculos escuros saindo dirigindo pelas ruas e passando por alguns corpos e até mesmo pedaços de pessoas que as coisas desprezaram, arranquei mais com o carro atingindo 200 km por hora, precisava chegar em um posto rápido para continuar minha longa viagem, tenho que ir na fazenda dos meus avós na Europa, mais preciso no final de Londres.

Desci do carro com a maior calma do mundo, não havia ninguém ali por perto, mas mesmo assim era perigoso, sai com meu machadinho e dei a volta no carro para encher o tanque. De dentro da loja de conveniência vi algo se mexer, fechei a porta do carro e deixei o tanque abastecendo, andei em direção a loja e avistei uma pessoa, ótimo vou pedir ajuda.

- Olá, tem alguém aqui que poça me ajudar?- perguntei logo que ouvi o sininho da porta soar pelo local- senhor, está aqui?- andei em direção do caixa.

Quando me aproximei um zumbi estava devorando um corpo, quando me viu levantou correndo e veio em minha direção. Que merda, acertei o machado diversas vezes em sua cabeça, andei pela loja enchendo meus braços de comidas e bebidas. Peguei o dinheiro do caixa, sei que não vou precisar mas, quem sabe, uma hora talvez eu precise.

Caminhei em direção ao meu carro após sair da loja e dei partida seguindo o meu rumo para alguma delegacia pegar umas armas, não sou besta, preciso delas mais do que nunca.

The Zombie ApocalypseOnde histórias criam vida. Descubra agora