Oliver-Onii-Chan: Meu Inimigo! (Parte 1)

29 2 0
                                    

Nem eu sabia o por que de eu estar pedindo essas coisas para a Onee-sama. Dormir na mesma cama que ela, até mesmo pedir para os meus pais para adiantar a minha vinda para o Japão...

   Bem, meu corpo me movia sozinho antes de tudo. 

   Por isso não é surpresa afirmar que, a noite inteira, eu fingi estar dormindo entre os braços da Onee-sama. Ouvindo os seus batimentos cardíacos. Então, de manhã, obviamente eu estava tão exausto que nem queria levantar da cama.

   Nem largar a Onee-sama.

   - Oli-Onii-Chan. - Uma voz distante falava e eu sentia alguma coisa macia mechendo no meu rosto. - Oli-Onii-chan!

   Quando finalmente acordei, percebi que a Onee-sama estava esperando que eu a largasse. Levantei a cabeça e sorri imediatamente, fingindo que tudo estava bem. Mas minhas olheiras denunciavam tudo.

   - O que aconteceu? - Levantando mais meu rosto para a luz que vinha para a janela, e agora sentada na cama, Onee-chan estava com uma cara preocupada. - Por que não conseguiu dormir direito?

   - Eu tive um pesadelo - Falei imediatamente. Se bem que não era de todo mentira. Do pouco que eu havia pregado os olhos, eu me lembrava de alguma coisa sombria estar acontecendo. Ainda agora essa sensação me fazia ficar levemente arrepiado enquanto, esfregando os olhos, sentava na cama.

   - Então por que não me acordou?

   - Não queria incomodar a Onee-sama.

   Tendo essa resposta como satisfatória, Onee-sama se levantou da cama, falando algo sobre preparar o café da manhã e só ter mais meia hora antes da escola começar.

   - Falando de escola, vamos aproveitar que você chegou mais cedo e te mandar para a escola, não é, Oli-Onii-Chan? - Berrou Onee-sama da cozinha assim que eu cheguei na sala de jantar. - Nossos pais combinaram com o colégio que você só iria daqui a uma semana, mas o que você vai fazer enquanto eu estou na aula? É melhor passarmos lá para perguntar se está tudo bem você começar hoje e...

   Colocando os pratos na mesa, já de farda, Onee-sama olhou para o relógio que ficava no canto.

   - MEU DEUS, OLI-ONII-CHAN, VOCÊ VAI TER DE SE VIRAR SOZINHO, OKAY ? A ESCOLA  É  UM QUARTEIRÃO A ESQUERDA DAQUI, NÃO TEM COMO ERRAR, FUI!!!!

   Olhei incrédulo para a minha irmã que saia de casa. Parece que a meia hora que ela tinha falado que sobrava para a escola começar na verdade eram cinco minutos. Que nem uma doida, com a farda muito mal colocada, a bolsa numa mão e o que parecia ser uma laranja numa outra, a Onee-sama corria porta afora.

   - NÃO TEM COMO ERRAR!!!!! - Berrou uma última vez, da esquina da rua.

   E, só então que eu pude raciocinar: Minha irmã tinha ido.

   - O QUEEEEEEEEEEE?????????

=_= - +_+ - =_=

Eu poderia até culpar a Onee-sama por deixar um menino de 14 anos sozinho num país desconhecido, sendo que nem sabia falar o idioma direito, mas acho que os verdadeiros culpados são os nossos pais. E minha Onee-sama geralmente se mete em mil e uma confusões na sua escola, tudo por minha culpa, então eu meio que ignorei a parte do "abandono" por parte dela.

   Quem é que aceita a birra do filho pequeno para ficar uma semana sozinho com a irmã adolescente em um outro país? Mas não pensei muito nisso agora, por que o meu problema principal era achar a escola.

    Vesti o uniforme militar, com a gola alta roçando no meu queixo, e peguei a minha bolsa, que já tinhamos enviado pela mudança já preparada e tentei seguir as insruções da Onee-sama.

    - Vamos ver no que dá, não é? - Murmurei pra mim mesmo, conferindo as ataduras no espelho do meu quarto e suspirei um pouco.

   O problema com certeza não foi encontrar o edifícil da escola: foi reconhece-lo. Quem diria que o muro creme pelo qual eu já dava a minha quarta volta era a escola? Malditos kanjis complicados que constavam na placa de bronze perto do portão. 

    Mas solucionar esse problema só me fez subir para o novo estágio: o que eu tinha de fazer agora para desadiar(?) a minha data de chegada na escola? Ou era só eu entrar na classe e... Mas que classe que eu nem sabia qual era?!?

    Vi uns garotos se dirigindo para um mural e percebi que nele estavam pregados, tanto panfletos para clubes quanto os papeis com a lista de cada sala. Mas quem disse que eu sabia sequer ler o meu nome, escrito em um outro alfabeto que eu não fazia a mínima ideia de qual era?

    A multidão agora aumentava ao redor das listas e eu fui empurrado para todos os lados, até esbarrar em dois loirinhos que estavam colando o pôster de um clube qualquer. Eram gêmeos, provavelmente.

   - Sorr... Gomenasai! - Me curvei, tentando me esquivar da multidão. Os dois fizeram o mesmo e, quando saimos da concentração de gente, a menina me lançou um sorriso enquanto o garoto lançava um olhar irritado para a multidão que agora tornava impossível colocar o cartaz de seu clube.

    - Voz bonita! - A menina falou simplismente - Embora um pouco engraçado.

    Corei um pouco ao tentar responder corretamente, mas ainda com um certo tom de dúvida.

    - Não... Ser daqui (?)

    - Quer ajuda em alguma coisa? Parece meio perdido... - O garoto com certeza, embora mais irritado era o mais perceptivo dos dois.

    - Di-diretoria...Or... professores Room... Sala... Sala dos professores.

    Eles assentiram tão prontamente que eu me surpreendi, e, calmamente foram me guiando pelo prédio principal, conversando mil e uma coisas aleatórias sobre mim. Os japoneses são tão bem educados assim? Se fosse um nova Iorquino, falaria pra eu cuidar da minha vida e seguiria em frente.

    "Não, um Londrino talvez ainda fosse pior..."

   E, me arrepiando com um estranho pressentimento, tentei seguir a conversa que, embora eu entendesse bem a lingua e apenas não soubesse falar direito, fluia num ritmo anormalmente rápido pra eu sequer acompanhar com a mente em outros pensamentos.



My SenpaisOnde histórias criam vida. Descubra agora