Capítulo II - Sra. Salvatore

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Naquele tempo ser vampira ou vampiro implicava estar constantemente a mudar de cidade. Muitas vezes de nome, história de vida, etc...

Depois de 2 anos como apenas uma artista e o seu agente (Damon é claro). Achamos que seria melhor mudar de história, então quando chegamos Portugal decidimos que seriamos Sr. e Sra. Salvatore, recém casados, uma cantora e um ex capitão do exército italiano.

- Damon, estou aborrecida.
- E o que pode o teu fiel esposo fazer para mudar isso?
- Pode começar por tirar a roupa. Estás demasiado vestido.
- Hum... a minha doce esposa deseja carinho?
- Eu sempre te disse que fui, em tempos, uma menina muito mimada. Por isso, sim, eu desejo muito carinho. - disse-lhe colocando-me de joelhos e desapertando o espartilho.
- Nós nunca falamos muito do teu passado.
- Porque não há muito para falar. Não me lembro de muita coisa da minha vida humana. Eu nem sei quem me tornou vampira. Só sei que fui criada em 1100, em Espanha, vivia numa casa nobre e matei uma vila inteira na minha primeira noite como vampira.
- Parecias o meu irmão Stefan...
- Que engraçadinho. Não te esqueças que sou mais velha do que tu Damon. Mais forte... - derrubei-o facilmente para cima da cama e coloquei-me em cima dele. - E temos de admitir, sou mais descontrolada do que tu.

Bateram à porta no nosso quarto.
- Sra. Salvatore? A sua presença foi pedida por meu pai. - ouvimos dizer do outro lado. - Ele deseja ouvi-la cantar.
- Um momento por favor.
- Queres ajuda? - Damon começou a apertar novamente o meu espartilho. - Podemos recomeçar tudo mais logo. Depois de comermos algum convidado que tente pôr as mãos em cima de ti.
- E se nenhum tentar fazê-lo?
- Ai teremos de sortear um... talvez dois.

(...)

A noite parecia nunca mais acabar. Enquanto eu cantava, Damon conversava com diversos nobres e namoriscava as suas filhas, nesse momento soube que teríamos de sair desta vila em breve. Já estávamos a levantar suspeitas e os primeiros rumores da existência de vampiros em Sintra surgiram nessa altura.

Para as mulheres daqui eu era uma oportunista que tinha casado com um jovem militar, nenhuma me respeitava. Achavam o meu gosto por bebidas alcoólicas, mais fortes, uma vergonha.

- Deveria ser uma puta italiana qualquer.
- Pobre Sr. Salvatore. Provavelmente foi obrigado a casar com ela. Não sei o que ela possa ter que o tenha conquistado.
- Foi obrigado de certeza.
- Na verdade minhas senhoras fiquem sabendo que a minha familia pertence à nobreza Espanhola há mais de 300 anos. Eu e meu amado esposo fomos apresentados numa festa da corte italiana onde o meu pai fazia imensos negócios. Foi o destino que nos juntou. - disse com um enorme sorriso. - Agora se me dão licença, vou retirar-me. Maria minha cara, não se importa de me fazer companhia? - usei compulsão é claro.
- De maneira nenhuma Sra. Salvatore. É um prazer.
- Vou só informar o meu amado Damon. Não quero que fique preocupado com a minha ausência. Ele fica muito ansioso quando me perde de vista.
- Esperanza, minha querida. Queria apresentá-la a estes magnificos senhores. O Conde de Loureiro e o Duque de Garilho.
- Sra. Salvatore, deixe-me dizer-lhe que estamos encantados com a sua presença esta noite.
- As suas palavras lisonjeiam-me Conde.
Querido, vinha informá-lo que vou retirar-me. Sinto-me cansada. Adoentada até.
- Meus senhores, continuaremos a nossa conversa amanhã. Vou retirar-me para prestar cuidados à minha amada esposa.
- Isso não é de todo necessário querido, Maria ofereceu-se para me acompanhar.
- Minha querida. Eu faço questão.
- Meu senhores, desejo-vos uma noite tranquila.
- Muito obrigada. - eu sorria enquanto usava compulsão para que eles esquecessem que Maria estava connosco.
-Esperanza, porque fizeste isso?
- Porque vou alimentar-me dela e deixar o seu corpo, sem vida, no meio da vila.
- Isso vai levantar muitas suspeitas.
- Meu querido, deixaremos Portugal esta noite.
- Esperanza, que se passa contigo? Sinto-te diferente, mais agressiva, desde que chegamos aqui. Fala comigo.
- Não há nada para falar Damon. - disse-lhe partindo o pescoço de Maria.
- É claro que há. Eu mal te reconheço.
- Apenas estou cansada destas pessoas. Deste país... Quero ir para um sitio onde possamos assentar durante um pouco.
- Nós somos vampiros Esperanza, nós nunca vamos poder assentar. Nunca vamos poder ter uma família.
- Não digas isso Damon. Tu és tudo o que tenho. Eu não posso ficar sozinha outra vez. - Esperanza... minha querida. Vamos embora daqui. Não precisamos de fazer a mala. Vamos começar tudo de novo. Longe daqui.

Damon e eu viajamos para uma ilha, um verdadeiro paraíso, nunca soube ao certo onde ficava ou qual era o seu nome. Só sei que adorei lá estar. Foi lá que tomei noção dos meus sentimentos por Damon.

- Damon, eu ... eu...

- Sim? Seja qual for o assunto podes falar comigo. Que se passa?

- Nada. - disse-lhe com um sorriso. - Vou dar um mergulho. Queres vir?

- Não. Vou à cidade. Já não nos alimentamos há uns dias. Prometo voltar antes do anoitecer.

- Vou ficar à espera.

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