Aos 7 anos Calum queria ser astronauta, todos sabiam que era algo da idade mas ele batia o pé e afirmava ser o sonho de sua vida. Com 10 anos, seu sonho havia mudado e a vontade de conhecer outras galáxias deu lugar a vontade de ser médico. Os anos se passaram e aos 15, com os hormônios à flor da pele, Calum Hood queria ser um astro do rock e estava dito. Era quase impossível mas o garoto passava as noites tentando escrever músicas e tocando seu baixo, presente do avô que acreditava piamente que o neto poderia ser o quisesse se tivesse força de vontade.
Porém, aos 18 anos, com tantas expectativas em cima dele, sentindo a responsabilidade chegar, a pressão da família à sua volta, havia milhões de perguntas na sua cabeça mas Calum só queria ser alguém, no final das contas. Astronauta, médico, astro do rock, engenheiro, enfermeiro, advogado, poderia ser tantas coisas. Como escolher? Como lidar com a responsabilidade de saber o que fazer pelo resto de sua vida tendo apenas 18 anos? Calum não sabia, e não queria saber. Mas, ele havia feito uma promessa, 6 meses atrás.
Não poderia ignorar o pedido de seu pai antes de seus olhos se fecharem pela última vez. Soldado, era isso. Seu pai havia sido um importante Coronel do exército australiano: Coronel Hood, como era chamado. Era da vontade dele que Calum seguisse sua profissão, honrasse seu nome e seu trabalho que foi interrompido. Câncer, eles disseram. Às vezes, o garoto gostaria de por ter dito mais coisas antes de ver seu pai partir, não disse um eu te amo, nem lhe deu um abraço, foi um adeus triste e sem muitas palavras. Por esse e tantos outros motivos se sentiu firme, corajoso e principalmente, muito decidido quando se alistou para o exército. Mas então, havia Ashton.
Ashton que estava a seu lado fazia 2 anos. Ashton que perdeu seu melhor amigo pra guerra.
Como Calum poderia estar sendo egoísta com o cara que deu todas suas economias para pagar a passagem dele até os Estados Unidos? Que fazia o seu café da manhã mesmo odiando o cheiro do omelete? Que passou noites acordado quando o mais novo teve pesadelos após perder seu pai?
Ashton. Ashton. Ashton.
Olhou para ele dormindo ao seu lado, com as feições serenas, o cabelo cacheado meio bagunçado, o sol batendo em seu rosto. Desejou que pudesse fazer as coisas de outra maneira pois sabia que a reação dele poderia não ser das melhores, mas como não cumprir a promessa que fez?
Estava decido a contar a notícia para Ashton hoje, não poderia mais esperar, já fazia mais de um mês e logo poderiam chamá-lo, na verdade, a qualquer momento Calum tinha a possibilidade de ser convocado. Sentiu ele se mexer ao seu lado, abrindo os olhos devagar devido a luz e sorrindo abertamente mesmo sendo tão cedo, 8:06 marcava no relógio.
"Bom dia", Ashton disse, "Etranho você estar acordado tão cedo e antes de mim."
"Perdi o sono, eu acho" ele fez uma careta e sorriu, "Vou fazer nosso café."
"Como disse? Quero dizer, você nunca faz o café", Ashton se senta na cama e puxa Calum pela mão e o beija suavemente. Como poderia dizer algo ao seu namorado que era tão carinhoso e atencioso, sabendo que iria magoá-lo?
"Te vejo na cozinha, tudo bem?", saiu do quarto rapidamente, conseguindo ainda assim ver o mais velho levantando usando apenas sua cueca box preta.
A cozinha dos dois era pequena mas exatamente como haviam planejado, tudo em preto e branco, clean e moderno e dava para a sala, que era preenchida pelos móveis, escolhido pelas mães de ambos, e fotos do casal. Natais dos Irwin, festas de ano novo, visitas no zoológico, viagens com Luke e Michael. Olhava para tudo aquilo e pensava se, quem sabe, depois do que fosse contar para Ashton, ele iria embora. Calum não conseguia ver aquele apartamento sem ele, não havia Cal sem Ash, aquilo tudo foi construído pelos dois, que suaram trabalhando em restaurantes, bares, festas infantis para conseguir terminar de pagar o tão sonhado lar.
"Amor, por deus, estou te chamando faz 2 minutos", olhou para o lado e viu Ashton sorrindo, com os braços cruzados e sua postura de sempre, "Pensando em outro?"
Calum teve que soltar uma risada, afinal, qualquer pessoa que conhecia o casal sabia que ele não teria olhos para outra pessoa que não fosse o garoto que olhos verdes e risada engraçada.
"Oh, claro", ele cruzou os braços e se encostou no balcão, "Sinto em dizer, mas ele é bem melhor que você e gosta de omelete. Me desculpe, foi inevitável."
Ashton ficou sério por uma fração de segundos antes de dar uma de suas risadas apaixonantes. Poderia passar a vida toda escutando isso, Calum pensou.
"Se eu não tivesse certeza de que me ama, ficaria preocupado com essa revelação", o mais velho falou sentando na cadeira e pegando um suco.
"Precisamos conversar", Calum falou, o nervosismo começava a dar sinais, "Pode ser agora?"
Ashton apenas confirmou com o cabeça, se sentando mais confortavelmente e prestando atenção no namorado.
"Me alistei no exército" rápido e direto, como deveria ser.
E então tudo parou, ele pode ver o rosto do namorado com uma feição terrivelmente decepcionada e as lágrimas se formando em seus olhos.
"O que você disse, Calum?"
N/A: Cá estamos e agora Vietnam está oficialmente começando, espero que não tenha nenhum erro e que vocês gostem, é claro. Não quero deixar as notas muito grande mas falo demais. Pra falar comigo pode ser no twitter e no tumblr, thelukepunk e nohasex, respectivamente.
Até, xx carol.
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Vietnam // c.h + a.i
FanfictionOnde Ashton perdeu um amigo para a guerra e Calum se alista para o exército.