Capítulo 2 - "Quando boto um objetivo na minha cabeça, faço"

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19 de Junho de 2012



Por Thiago


Hoje eu daria início ao um novo projeto de trabalho na minha carreira e porque não dizer na minha vida? Sim porque Lado a Lado tinha esse sabor. Um sabor de recomeço. Eu ainda não consegui me recuperar totalmente. Ainda existe uma limitação física, mas nada comparado com o acidente ocorrido comigo e a Nani, no musical Xanadu, em que passei por uma experiência de quase morte, por coisas muito sérias. Sofri ferimentos de guerra. Foi quase como se tivesse sido atingido por uma granada. Fiquei dois meses sem pegar o meu filho no colo. Ele fez 1 ano no dia da minha cirurgia. Foi tudo traumático demais. O acidente afetou profundamente a minha família, mas me amadureceu na marra e só por esse motivo sou grato a Deus.

Mesmo com todo o ocorrido o convite que eu havia recebido por telefonema pelo próprio Dennis, há quase um ano atrás para fazer parte do projeto continuava de pé porque em nenhum momento, o Dennis teve dúvida de que eu faria a novela. E nem eu porque sou guerreiro.

"Quando boto um objetivo na minha cabeça, faço."

Era óbvio que, eu faria a novela, se antes eu havia tido um motivo muito forte para fazê-lo, agora então que eu tinha dois bons motivos: um deles evidentemente era a superação do acidente: à volta por cima, o recomeço de que eu tanto precisava. O outro motivo que me levou a aceitar o convite para interpretar o Edgar desde o início, diga se de passagem, se devia ao fato de que a Marjorie seria em fim minha parceira de cena.

"É, estava encantado isso, a gente vai desencantar."

Foi o pensamento que me ocorreu ao lembrar que depois de duas tentativas mal sucedidas para contracenássemos juntos em A Vida da Gente, parecia que agora o destino conspirava a favor desse momento. Não que eu seja supersticioso ao ponto de acreditar em tais coincidências do destino, mas era bom saber que por coincidência ou não do destino, que eu e a Marjorie trabalharíamos juntos nesse projeto. O pouco que conhecia dela pessoalmente devido à cena que gravamos juntos (e que nunca chegou a ser exibida por força das circunstancias.), e ainda tinha os comentários e as críticas da mídia especializada sempre elogiosas a respeito do seu trabalho já deixava claro para mim a atriz talentosa que ela é.

Era o primeiro dia de gravações de Lado a Lado. Eu estava ansioso e na maior expectativa para começar logo as gravações, conversar com todos os membros da equipe, reencontrar colegas, etc. Sai cedo de casa, porque tinha horário marcado para chagar ao Projac, já que teríamos cenas fora dos estúdios. O set de gravação era em Petrópolis, na serra do Rio de Janeiro.

Todo o elenco escalado para as cenas que seriam rodadas hoje estavam animados, assim como eu, para o início dos trabalhos. Passamos um dia de gravações muito agradável, apesar dos figurinos de épocas e do calor insuportável que fazia logo pela manhã. Todos estavam se divertindo bastante.

Eu estava na caracterização, passando pelo meu ritual de beleza (que de agora em diante seria diário: alisar os meus lindos cachinhos dourados, tudo para dar a alma a um personagem.). Quando percebo a presença dela, ela passa conversando animadamente com a Patrícia. Enquanto eu acompanho com o olhar, através do reflexo do espelho os seus movimentos. Ela se despede com um rápido aceno e então senta ao meu lado para finalizar seu penteado e maquiagem.

— Oi Thiago, como vai? – ela pergunta, com um sorriso no rosto. — Tá sentindo na pele como é difícil a vida de uma mulher?

— Oi? Não entendi. - franzo o cenho, ela sorri como se tivesse se divertindo com a minha careta.

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