Capítulo 6 - "A gente tem uma megaquímica".

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17 de Agosto de 2012



Por Thiago


— Bom dia, meu amor, acordou animado hoje, hein? – ela me diz contornando o balcão da cozinha, onde eu estava preparando o nosso café da manhã e me dá um beijo de bom dia.

— Bom dia! Eu acordei com o Ben choramingando e não quis de acordar, então, vim pra cá preparar o café. Quer?

— Eu estou vendo... – ela responde, sentando se na cadeira a minha frente, enquanto, eu a sirvo.

— A que devo a honra desse banquete logo cedo?

— Gravações! Eu tenho uma série de cenas para gravar hoje, são importantes para sequência da história da personagem... E eu estou...

— Preocupado?

— Não! Ansioso, na verdade, eu diria que estou ansioso para gravar. Eu e a Marjorie tivemos uma boa sintonia em cena até agora, que estou curioso para saber como vamos lidar com as próximas, sabe? – paro de fazer o que estou fazendo para encará-la e esperar sua resposta como o de costume, mas ela parece não dar (ou fingia que não dava) tanta importância ao que eu falava, permanecendo calada, mais concentrada em atender as necessidades do nosso filho do que em prestar atenção em mim.

— A gente tem uma megaquímica, sabe? Ela é super dedicada e interessada, acho que o trabalho em conjunto com a Helena contribui para que a gente tivesse esse entrosamento todo e estabeleceu uma confiança pra ver como os personagens se relacionariam.

— Você não acha que tem elogios o suficiente para uma colega de elenco, não? Megaquimica, Thiago?

— Isso por um acaso é ciúmes, Mariana? – sorrio involuntariamente quando ela revira os olhos, contrariada com a minha constatação, que brinco:

— Olha que eu vou ter que dar razão a Marjorie, quando ela diz que você é C-i-u-m-e-n-t-a! – eu praticamente soletro a palavra e isso a tira do sério de vez.

— Como é que é? Vocês conversaram ao meu respeito? E ela disse que eu sou ciumenta? Ciumenta, uma ova! Eu não sou ciumenta! – exclama irritada.

— Foi o que eu disse a ela, meu amor, e também disse que você não tinha motivos para isso.

— E não tenho mesmo, não é? – ela me questiona, olhando fixamente nos meus olhos esperando uma resposta.

— É claro que não, meu amor, eu te amo – seguro o seu queixo para que ela olhe diretamente nos meus olhos quando a digo:

— Não duvide disso nunca! Nunca duvide do amor que eu sinto por você, pelo nosso filho e pela nossa família, linda, que nós construímos juntos, o.k.? – ela sorri diante da minha declaração e eu selo os nossos lábios com um beijo.

— Você vai levar o Ben à escola hoje ou quer que eu leve?

— Eu vou levá-lo, esqueceu que você está proibido de dirigir? – faço uma cara de decepcionado, se tinha algo realmente chato nesses cuidados pós-acidente, se devia ao fato de não poder dirigir ao menos, por enquanto. Ela nota o meu descontentamento com a situação e me diz sorridente.

— Recomendações médicas, meu amor, paciência, só mais um pouco de paciência – ela termina dizendo, já bagunçando meus cabelos com o cafuné que ela faz.

— Vai arrumar essa Juba, já estamos atrasados para deixar o Ben na escola – ordena brincalhona.

— Ahhahahaha. – Juba! Encaro-me no espelho do aparador da sala e é inevitável não se lembrar da conversa com a Mah, na cantina. Pelo visto, o meu cabelo não tinha jeito mesmo e já tinha um apelido próprio.

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