Gripe!

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-ATCHIN! -Espirro me agasalhando mais. Morro de vergonha com o Paul me olhando, tem motivos pra ter vergonha? Ora, claro! Eu tive sonhos com meu professor que odeio, isso é ridículo!

-Saúde! E então, como vai? -Ele pergunta.

-Hum... Não vai rolar o campeonato esse mês, eu machuquei-me demais e ainda tenho que prestar serviços "voluntários". Ah, e todo mundo me acha culpada, até meus amigos andam estranhos comigo! -Cuspo todas as palavras de uma vez e ponho a xícara a cobrir meu rosto, escondendo minhas emoções.

-Eu  não acho que você seja culpada, você é um Angel. Hahaha. -Ele sorri.

-Eu não ligo para o que você acha. -Falo seca.

-Por que só comigo você é assim? Poderíamos ser bons amigos se você quisesse.

-Não sei, na verdade. Algo em você me faz te odiar.

-... Você é a única. Todas as minhas alunas morrem de amores por mim.

-Viu? É todo convencido e orgulhoso.

-Mas escuta, eu trocaria todas as atenções que elas me dão só para ser teu amigo.

Triiiiiim. O Telefone do corredor toca. Paul sai para atender e eu deito-me com dores.
"Cuidado com essa gripe, pequena. Sentiu saudades das minhas mensagens? Se cuida. Beijo no canto do sorriso..." -Anony

Leio curiosa, vai começar de novo essa palhaçada? Não respondo a mensagem e guardo o celular. Fico encarando a janela fechada onde os pingos de chuva batem forte fazendo uma melodia gostosa de se ouvir. Passasse alguns minutos e meus olhos vão se fechando.

-Você dorme muito! -Ouço a voz mais chata do planeta. Até que a voz dele é bonita, rouca...

-Qualé?!

-Você não vai assistir as aulas?

-Não tou afim, Paul.

-Certo, se cuida!

-Bleeergh! -Fecho os olhos para dormir e sinto seus lábios na minha testa. Tão atencioso.

Sonhos de uma tarde de outonoWhere stories live. Discover now