Abro os olhos, mas fecho-os imediatamente quando as luzes fluorescentes quase me cegam.
Nossa! Parece que minha cabeça vai explodir de tanta dor. Posso até sentir a minha pulsação latejando no cérebro, como marteladas no crânio.
Faço mais uma tentativa de abrir os olhos, dessa vez eu tento aos poucos e pisco até me acostumar com a claridade.
─ Filha! Graças a Deus você acordou, estava ficando preocupada.
Encolho-me de dor quando ouço minha mãe bem próxima de mim. Eu sei que ela falou normalmente, mas para mim parecia que estava gritando no meu ouvido.
─ O que aconteceu? ─ Sussurro um pouco rouca com a garganta seca.
─ Ah minha querida! Você sofreu um acidente. Quase me mata do coração!
Ela segura a minha mão delicadamente e começa a chorar.
─ Calma mãe, eu estou bem. Estou aqui.
─ Eu morri de medo de te perder Eveline. Nunca mais me dê um susto desses!
─ Desculpa mãe. ─ Sinto as lágrimas se acumularem quando me lembro do acontecido e também por estar toda dolorida.
─ Mãe o que aconteceu com a pessoa que dirigia o carro na minha frente?
Ela olha para mim com o cenho franzido.
─ Não soube de ninguém que se envolveu no mesmo acidente que você. Todos estão achando que você perdeu o controle do carro tentando se desviar de algum animal.
─ Não! Eu quase... Mãe a verdade é que me distrai um pouco quando o celular tocou e quando dei por mim estava quase em cima de um carro na minha frente. Fiquei desesperada e tentei frear para não bater, mas acabei desviando para o lado e perdi o controle.
Ela fica me encarando em choque com a minha descrição dos fatos. Mas logo se recupera e sua expressão se altera de pasma para furiosa.
─ E onde foi parar essa pessoa? Nem ao menos tentou te ajudar? E porque você estava ao telefone enquanto dirigia Eveline?!
Socorro. Me tirem daqui!
─ Calma mãezinha, talvez a pessoa não tenha percebido. Eu posso ter me precipitado na hora do susto, meu carro não chegou a se chocar contra o outro.
Depois de não sei quantas horas presa naquele quarto de hospital, onde tive que ficar em observação devido á pequena concussão, eu fui liberada. Minha mãe contou que a Nélia esteve ali, mas que não deixaram ela me ver. Somente família foi liberada para visita. Fiquei com raiva, a Nélia é praticamente minha irmã.
O médico disse que tive sorte por não ter sido nada grave, precisei levar só cinco pontos na têmpora e que a concussão foi mínima.
Rá! Fala sério. Que sorte a minha, sofrer um acidente e ter de levar cinco pontos na cabeça. Fiquei com vontade de levantar da maca e estapear o doutor.
Quando enfim chegamos em casa já estava amanhecendo o dia. Mamãe me ajuda e me ajeitar na cama, meu corpo está todo moído e o remédio para a dor está me deixando muito sonolenta. Preciso descansar e me recuperar. Esqueço-me totalmente sobre a festa. Depois do que me aconteceu nada daquilo mais tem relevância.
O torpor do sono me consome e me deixo levar pela escuridão.
─ Olá?
Escuto uma voz ao longe me chamar. Quando me viro percebo encantada o cenário se transformar bem na frente dos meus olhos.
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Era uma vez num sonho (Degustação)
General FictionCompre agora na Amazon: http://www.amazon.com.br/dp/B01JE8HYH0 Ou leia de graça no Kindle Unlimited! Eveline era uma jovem comum de 17 anos, mas após sofrer um acidente começa a sonhar com um garoto misterioso. Seus sonhos são bem vívidos e ela se...