O encontro

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Minhas pernas estão bambas de tão ansiosa que estou!

Nélia me ajudou com a maquiagem novamente hoje. Contei sobre o encontro para ela ontem assim que voltamos do intervalo, me fez várias perguntas. A verdade é que não faço idéia do lugar que o Paulo irá me levar hoje. E como vamos direto da escola eu não tenho muita opção de roupa, então optei por uma calça jeans e uma batinha super fofa com renda.

Sabem o que é irônico? A primeira coisa que pensei nesta manhã foi que não sonhei com o Lucas. Fiquei um pouco triste, ao invés de ficar super animada por sair com Paulo esta tarde.

─ Venha amiga, me deixe retocar sua maquiagem e ajeitar esse cabelo lindo. ─ Nélia me leva até o banheiro assim que as aulas terminam.

─ Ele já deve estar me esperando amiga, estou com um frio na barriga. Parece até que vou vomitar de tão nervosa que estou! ─ Digo desesperada.

Nélia balança a cabeça rindo, está se divertindo com a minha situação!

─ Calma querida, vai dar tudo certo. Você está linda, não tem motivo para ficar tão nervosa. Foi ele quem te chamou para sair, não o contrário!

Respiro fundo e acalmo um pouco os meus nervos.

─ Tudo bem, estou pronta. Deseje-me boa sorte, talvez eu precise para não fazer papel de boba.

─ Boa sorte Eve, e divirta-se!

Minha amiga me dá um abraço e me empurra de leve porta afora.

Quando saio pelos portões da escola vejo o Paulo encostado em seu carro á minha espera.

Ainda bem que eu combinei de vir para a aula de carona com Nélia, senão o meu carro teria de ficar aqui na escola. Falando no meu carro, só teve que trocar os pneus! Eu só derrapei com ele, por sorte não bati em nada. Nessas horas agradeço por morar em uma cidade no meio do nada. Por sorte só havia grama e terra do lado da estrada, por onde meu carro se embrenhou.

─ Oi! ─ Digo quando paro de frente a ele.

─ Oi. ─ Ele segura a minha mão e meu coração salta contra o peito. ─ Já te disse como está linda hoje?

Socorro, eu devo estar toda vermelha. Isso não é nada atraente!

─ Obrigada... Você também está muito bonito. ─ Digo envergonhada.

Paulo abre a porta do passageiro para eu entrar e dá a volta no carro para se sentar ao volante.

─ Então... para onde vamos? ─ Pergunto curiosa.

─ O que você acha de boliche? ─ Ele pergunta sorrindo.

Meus amigos e eu jogamos boliche de vez em quando, acho bem divertido. Para ser sincera sou muito boa nos arremessos.

─ Acho legal!

Chegamos ao boliche e a atendente nos ajuda a encontrar os pares de sapatos do nosso tamanho para podermos jogar. Não pude deixar de notar o jeito como ela olha para ele e praticamente me ignora. Reviro os olhos. Para falar a verdade nem ligo muito, eu simpatizo com ela, Paulo é muito lindo.

Ele pega a minha mão novamente e caminhamos até a nossa pista.

─ Acho melhor você tentar com essa bola aqui, é mais leve.

Paulo me entrega a bola e eu fico com dó de dizer que eu já sei jogar. Ele está sendo tão atencioso, não quero estragar esse momento.

─ Obrigada! Quem vai jogar primeiro?

Era uma vez num sonho (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora